quarta-feira, junho 23, 2010

OBRA SUSTENTÁVEL SEM MUITO GASTO

 Os defensores da arquitetura sustentável garantem que é possível aderir ao movimento sem gastar fortunas na busca de materiais ditos “ecológicos”, ou ter que se aventurar usando materiais alternativos. Para tanto, existem algumas recomendações básicas como, por exemplo:

Fundação e estrutura – Usar cimento tipo CP-3 RS32 ao invés do CP-2. Além do CP-3 ser em torno de 15% mais barato, sua composição utiliza entre 35% a 70% de escória da siderurgia, ou seja, resíduos do processo de produção do aço. O CP-3 é mais resistente à ação de substâncias ácidas, sendo, portanto indicado para construções nas regiões litorâneas. Sua fabricação permite economia no consumo de calcário e uma menor emissão de gás CO2.

Argamassa - Usar cal posolânica nas massas de assentamento e de reboque. Este tipo de cal tem 70% de rocha mineral finamente moída em sua composição, o que dispensa o processo de queima na produção, economizando água. Para assentamento de alvenaria, o traço da mistura fica mais econômico - 1 parte de cimento para duas de cal posolânica e 8 de areia. Para o reboco, diminuir a quantidade de areia para 6 partes.

Paredes – Devemos preferir materiais à base de terra. Eles permitem melhor “respiração” das paredes, muito superior àquelas feitas com blocos de concreto. O ideal é usar tijolos de solo-cimento que, dependendo do modelo, podem até dispensar a argamassa no assentamento. Este tijolo não precisa usar fogo para ser produzido, e já vem com orifícios para passagem da fiação elétrica e da rede hidráulica. Se não for possível usar solo-cimento, podemos usar, por ordem de preferência, o tijolo de barro cozido, bloco cerâmico e, por último, o de concreto.

Esquadrias – Dê preferência as de madeira – de média ou alta densidade, para aumentar a durabilidade. O consumo de energia para fabricar uma esquadria de madeira chega a ser 5 mil vezes menor do que as de alumínio e, de quebra, melhora o conforto térmico da construção. Entretanto, é preciso um tratamento adequado para impedir a degradação da esquadria. Uma solução caseira consiste em passar duas demãos de óleo de linhaça nas que ficarão expostas ao meio ambiente e, se a solução arquitetônica estiver prevendo pintura, usar esmalte sintético à base de água.

Revestimentos - Prefira produtos à base de água pois agridem menos o meio ambiente, a camada de ozônio, o profissional que vai aplicar o revestimento e, claro,o morador… Hoje existem diversas tintas com estas características, além de vernizes, colas de contato e resinas. Use estes esmaltes sintéticos também para pintar metais e batentes. Para pisos e nas paredes do banheiro e da cozinha opte por cerâmicas e azulejos com o certificado ISO 14001, o que significa que o fabricante adota medidas de controle sobre o sistema produtivo de forma a ter menos impacto ecológico. Quando possível, use madeira ao invés de cerâmicas nos pisos.

Cobertura - Preferência para telha simples, de barro queimado, ao invés das esmaltadas - o arquiteto pode tirar proveito de sua aparência mais rústica.

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