quinta-feira, julho 22, 2010

Grama

Por ser um tipo de vegetação utilizado largamente no mundo inteiro, muita gente acha que é simples ter um gramado em casa e que ele exige poucos cuidados. Mas a verdade é que existem dezenas de espécies diferentes, e cada uma tem características muito particulares.



1 Não pise na grama!

O problema está no grau de pisoteio. O trânsito excessivo deixa 
a terra compactada e dificulta o crescimento das raízes. 
No entanto, nãoprecisa correr para tirar as crianças do gramado. 
De acordo com o paisagistaAlexandre Galhego, basta usar espécies
mais resistentes, como a zoysia,a esmeralda e a tifton. 
"Mesmo assim, é preciso tomar cuidados extras
em espaços pisoteados: preparo do solo, adubação e irrigação",
afirma. 
Agora, se o seu jardim é forrado por grama preta, pode providenciar
a plaquinha de "proibido pisar na grama". Esse tipo não resiste nem 
aos pezinhos mais delicados.



2 A urina dos cachorros deixa a grama amarelada.

A urina dos cães tem uma concentração alta de uréia. Cada vez que eles
fazem xixi na grama, despejam uma quantidade enorme de nitrogênio.
Esse elemento, por ter uma acidez elevada, queima qualquer espécie,
deixando-a com um tom amarelado. "Além disso, essa substância pode 
alterar a composição química da terra, prejudicando o desenvolvimento
do gramado e de outras plantas", explica o paisagista da Flamboyant
Paisagismo, Edu Bianco. A solução para quem não abre mão
dos bichinhos é adestrá-los para que urinem em um local delimitado.


3 A urina das fêmeas prejudica mais do que a dos machos.

A verdade é que os cachorros costumam urinar pouco e, geralmente, 
em locais variados para marcar território. Já as fêmeas urinam em maior
quantidade de uma só vez e em um só lugar. "Assim, o estrago que elas
fazem acaba sendo mais perceptível, mas o prejuízo, no fundo, é o 
mesmo", afirma Teodoro Marques da Costa, paisagista e produtor
de plantas ornamentais da Mercado Verde.



4 A grama não precisa ser regada, só a chuva já é suficiente.

Todas as plantas, com exceção das desérticas, têm necessidade de regas
periódicas. Com as espécies gramíneas não é diferente. "Alguns tipos, como
a batatais e a chiva, até podem sobreviver, mas ficarão prejudicadas", 
conta Galhego. Ou seja, o gramado pode até resistir, mas para que 
seja bonito e uniforme, é necessária uma irrigação adequada. Além disso,
é importante lembrar que em algumas regiões nem todas as estações 
do ano contam com um índice pluviométrico satisfatório.



5 A grama pode tirar as forças de outras plantas ao redor.

Na natureza ocorre uma competição por nutrientes, luz e água. 
Isso acontece 
com todos os tipos de plantas. No entanto, de acordo com os 
especialistas, 
não há como afirmar que a grama é que tira as forças de outras espécies.
Ela só atrapalha se entrar no meio de plantas que têm por característica
brotação em suas bases, como as moreias, por exemplo. 
"Com uma adubação regular e de qualidade, a vegetação pode conviver
tranquilamente", afirma Costa.



6 Qualquer tipo de grama necessita de sol.

Mas nem todas suportam o sol pleno. Algumas espécies são apropriadas
para a sombra, como a preta, a santo agostinho e a são carlos. Já outras 
dependem completamente do sol, como a esmeralda e a batatais. Algumas
variedades podem adaptar-se e sobreviver em condições de meia sombra.
"Ainda assim, elas precisam de pelo menos 50% de luminosidade, 
ou ainda um mínimo de quatro horas de sol diárias", explica o engenheiro
agrônomo Mauricio Ercoli Zanon, responsável pela produção da Itograss. 
O segredo é escolher o tipo de grama de acordo com a incidência de luz 
solar do local.


7 Não é possível ter áreas internas com grama.

Áreas internas não significam necessariamente áreas sem iluminação solar. 
Portanto, se o espaço tiver uma incidência de luminosidade natural, 
dá para ter grama sim. A dica é buscar variedades mais tolerantes à sombra,
como a são carlos, a santo agostinho ou a preta, e realizar corretamente 
a manutenção do solo e a irrigação.


8 O clima da região interfere na vida da grama.

Na hora de planejar um gramado, procure espécies que se adaptem 
ao clima local. Zanon lembra que hoje em dia é ainda mais fácil encontrar
tipos apropriados para condições climáticas extremas, com muito frio,
ar seco ou muito calor. "Temos produções de grama cultivadas em quase
 todos os estados", diz. Escolhendo a grama correta, preparando o terreno 
de maneira adequada e irrigando e adubando periodicamente, é possível
ter um gramado saudável em qualquer lugar.


9 Um bom gramado só se mantém quando ocorre a mescla de várias 
espécies.

Alguns profissionais indicam mesclas como garantia de qualidade e
durabilidade,
mas, de acordo com Galhego, esse é um procedimento mais indicado para
campos esportivos. "Misturam-se tipos que crescem durante o inverno com 
outros que se desenvolvem melhor no verão para que os gramados durem o
ano inteiro, mesmo sob forte pisoteio", diz. Para áreas residenciais, isso não
é necessário. Com os cuidados adequados e com a escolha de uma espécie
apropriada para as condições climáticas da região, o resultado será satisfatório.


10 A grama atrai fungos em áreas úmidas.

Realmente as áreas muito úmidas são propícias para a proliferação de 
fungos, 
mas isso independe de estarem cobertas por grama. O que ocorre é a 
soma
de diversos fatores, como a alta umidade e a variação de temperatura. 
É importante verificar sempre a área gramada para detectar o problema o 
quanto antes. Assim que descobertos, os fungos deverão ser tratados 
por um profissional especializado, que irá aplicar os produtos indicados
para solucionar a questão sem prejudicar o desenvolvimento das plantas.



11 Grama cresce facilmente em qualquer lugar.

Por ser uma planta vista frequentemente, muitas pessoas acreditam que basta
espalhar algumas mudas em qualquer terreno que surgirá um belo gramado. 
Puro mito! A grama, para se desenvolver com saúde, precisa de um terreno 
preparado adequadamente, de condições climáticas favoráveis, de 
luminosidade suficiente e de manutenção constante. 
Sem isso, não tem negócio!


12 As faixas que vemos nos gramados de campos de futebol são 
formadas por uma mistura de espécies de grama.

É normal assistir a uma partida de futebol pela tevê e observar desenhos 
diferentes no gramado. Porém, o que nem todo mundo sabe, é que essas 
faixas diferenciadas não são tipos diferentes de grama. Tal efeito é 
conseguido 
por podas distintas ou então pela aplicação de corantes específicos para
este fim.



13 O melhor horário para regar a grama é pela tarde.
O horário pode ser influenciado por diversos fatores, como a quantidade de 
água disponível, a época do ano e a eficiência do equipamento de irrigação.
No entanto, os profissionais alertam que não se pode realizar a rega com 
sol forte. 
A manhã pode ser um bom período, pois a água não irá evaporar 
com tanta facilidade e resfriará a grama conforme as temperaturas
começarem 
a subir. "No inverno, por exemplo, não recomendamos a irrigação logo de
manhã ou no final da tarde, pois, caso haja o histórico de doenças no gramado,
podem ser criadas condições para o aparecimento de pragas", explica Zanon.




14 Qualquer terreno pode comportar um gramado saudável.

Existem vários tipos de grama, indicados para todos os tipos de solo, porém, 
somente escolher a espécie apropriada não garante a saúde e a beleza do
gramado. É imprescindível preparar bem o terreno, com adubação,
correção 
e irrigação necessárias às condições climáticas da região. 
É preciso, 
por exemplo, adicionar matéria orgânica em solos arenosos, realizar 
drenagem em solos úmidos e cuidar com atenção da manutenção do 
gramado. "Tomando os devidos cuidados, é possível implantar um gramado
em qualquer terreno", afirma Galhego.



15 Não é possível manter um gramado saudável em meio à 
passagem de automóveis.

É certo que em uma área com alto tráfego de veículos a grama não 
vai durar. "O contato direto do carro com a planta acaba matando-a, 
restando só a terra e, devido à compactação do solo, fica impossível o 
desenvolvimento de novas raízes", explica Bianco. No entanto, 
para residências, hoje em dia existem soluções que mantêm o aspecto
saudável mesmo em meio ao trânsito de automóveis. Trata-se de pisos
entremeados de grama, como o concregrama.



16 Devem-se espalhar fertilizantes sobre o gramado duas vezes ao ano.

A terra pode ser comparada a um algodão que sustenta as plantas. 
Para elas se desenvolverem corretamente, é necessário colocar no terreno
alguns nutrientes específicos. No entanto, a periodicidade com que se faz
isso pode variar 
com as condições climáticas, o tipo de solo, a insolação, a espécie de
vegetação
e o grau de pisoteio. O ideal é sempre realizar as adubações, sejam elas 
químicas ou orgânicas, no início dos meses de chuvas, pois as plantas 
absorvem melhor as substâncias presentes no solo. Zanon dá a dica de
ouro: "Todo gramado deve ser acompanhado tecnicamente para uma 
adubação correta e econômica".






17 O aparecimento de ervas daninhas é normal e ocorre até nos
gramados mais saudáveis.


Ervas daninhas podem ser semeadas por pássaros, pelo vento e até pela
chuva, e têm uma grande facilidade de germinação, crescendo muito 
rapidamente em qualquer lugar que conte com luminosidade natural, 
água e uma mínina quantidade de nutrientes. Logo, o aparecimento delas
nos gramados é absolutamente normal. No entanto, quando ocorre uma 
grande infestação, é sinal de que a manutenção não está sendo feita 
corretamente. A dica é, literalmente, cortar o mal pela raiz. "Esse tipo 
de vegetação deve ser retirado pela raiz regularmente", explica Costa.




fonte:
http://revistacasaeconstrucao.uol.com.br/ESCC/Edicoes/49/artigo151454-1.asp

Nenhum comentário:

Postar um comentário