quarta-feira, dezembro 29, 2010

Renovação sem limites






Adeptos incondicionais de economia e praticidade, os Estados Unidos são os inventores e maiores consumidores do drywall, um sistema para construir estruturas internas que utiliza chapas de gesso pré-moldadas e tem muitas vantagens em relação ao tradicional método de alvenaria.

Há pelo menos uma década os arquitetos brasileiros já descobriram os benefícios de usar esse tipo de produto, mas recentemente passaram a lançar mão de sua praticidade para criar soluções muito mais arrojadas do que simplesmente fazer paredes e forros para tetos.

A "parede seca" - significado de drywall em inglês - pode ser utilizada para cobrir uma janela sobressalente depois que se modifica a planta de um apartamento, montar cabeceiras exclusivas e diferenciadas para camas, emoldurar uma lareira na sala de estar e até dar novo visual para uma área de passagem.

Tudo isso só é possível graças à tecnologia que produz placas de gesso misturadas com cartão de papel reciclado e outros produtos químicos. Diferentes, portanto, de um bloco de gesso maciço. Essas chapas são cortadas e fixadas em estruturas de aço, que podem ser montadas com o tamanho e o desenho que se desejar. Todos os apetrechos necessários são entregues prontos pelos fabricantes e aplicados por empresas especializadas com mão-de-obra treinada.


 Na imagem anterior, o vão debaixo da escada que leva para os dormitórios do sobrado localizado em Santo Aandré, São Paulo, era apenas um espaço, por onde era possível transitar da sala de jantar para o living. A arquiteta Edvânia Comitre percebeu que era possível criar com drywall uma divisória que servisse para dar mais intimidade a cada ambiente, criando uma área útil a mais na decoração. Foi assim que projetou uma cristaleira com vidros e iluminação embutida na parte da frente e um nicho lateral, que valorizam o buffet da Espaço&Forma e a escultura decorativa colocada na parte superior. Oo corredor com porcelanato no piso passou a ser a única área de transição entre os dois espaços, podendo apreciar as louças e cristais expostos nas prateleiras que possuem apenas 12cm de largura. 

O projeto executado pela Damazio Gesso, contudo, permitiu que espelhos fossem colocados no fundo e lâmpadas internas ficassem dispostas de maneira a dar mais amplitude ao "mobiliário" de drywall. Aa versatilidade do drywall é tamanha, que a arquiteta Rregina Cláudia conseguiu utilizar o material até para criar uma lareira elétrica em um apartamento onde não havia chaminé (acima). Oo sistema de aquecimento teve de ser emoldurado com placas especiais, chamadas de "chapas rosa", diferentes das vendidas normalmente por serem resistentes ao fogo e ao calor. Oo projeto levou em consideração ainda um espaço de destaque para a televisão, um acessório que não pode faltar nas diversas reuniões e festas que acontecem dentro do apartamento. 

No projeto executado pela Gesso Casa Nobre, cada aparelho fica emoldurado e embutido, sem dar a impressão de que há alguma coisa desajustada e fora do lugar. E a profissional ainda teve a vantagem de terminar a obra em apenas uma semana, incluindo a colocação do mármore branco usado como revestimento. 

Tijolos, argamassa, sujeira e longas horas de trabalho ficam bem longe desse sistema construtivo, que ganha cada vez mais adeptos apesar de ainda ter um custo mais elevado em relação às técnicas tradicionais. "Uma obra com drywall fica pronta em pouco tempo, dois ou três dias se for uma aplicação muito grande. Não há sujeira nem desperdício de material. Uma intervenção do mesmo tamanho feita no padrão convencional, demoraria semanas", comenta a arquiteta Fernanda Secco, uma das profissionais que adota o novo método em seus projetos.

O acabamento perfeito das placas de drywall, sem imperfeições, foi o principal motivo que levou a arquiteta Emília Garcia a projetar um forro que rebaixasse o teto dos quartos de um garoto e uma menina com pé direito muito elevado. Mesmo com a intervenção, a altura dos ambientes ficou em 3,30m, mas muito mais aconchegante por causa dos espaços criados exclusivamente para a colocação de lâmpadas e pendentes. Oo mesmo material foi colocado nas cabeceiras da cama, para dar um acabamento ainda mais exclusivo. No quarto da filha, as placas de gesso montadas pela Hhuno Gesso criaram nichos simétricos onde ficam dispostos vasos e enfeites, bastante valorizados pela iluminação interna e pelo contraste com o rosa na parede de fundo. No dormitório do menino, o drywall criou um tipo de lambri como cabeceira e nas laterais da cama, rompendo a linearidade da parede azul.

 

Para a arquiteta, o drywall se transformou no produto mais indicado para esconder janelas de dormitórios que ficam sobrando quando o living de um apartamento é ampliado, um incômodo bastante comum desde que as construtoras passaram a vender imóveis com plantas reversíveis. Com as placas de gesso acartonado, uma parede pode ser levantada pela parte interna da sala em poucas horas sem afetar a fachada do prédio. "A solução foi a mais apropriada para um apartamento que já estava pronto com acabamento de piso e teto. Se usássemos o sistema convencional, seria uma quebradeira muito grande e demoraria muito mais para o serviço ficar pronto", comenta Fernanda, que finalizou com uma treliça de madeira colocada na parede exterior, escondendo completamente a janela e os sinais de que ali, um dia, existiu um quarto. Contudo, se os moradores venderem o apartamento daqui a alguns anos, a parede poderá ser retirada com a mesma velocidade com que foi levantada se os novos proprietários quiserem.

Já a arquiteta Edvânia Comitre conseguiu criar, sem muito esforço, uma cristaleira embaixo da escada, que funciona também como divisória entre a sala de jantar e o living. "O drywall possibilitou que fizéssemos um arranjo com espelhos e iluminação embutida, que dá uma sensação de amplitude muito maior do que os 12cm de largura nas prateleiras." Em um quarto projetado pela arquiteta Emília Garcia, a tecnologia foi o melhor aliado para criar uma cabeceira de cama com nichos perfeitos para colocar vasos, porta-retratos e outros delicados mimos decorativos.

As quatro gravuras colocadas na parede nem parecem ter sido fixadas em uma estrutura que não existia ali no apartamento original. Aa parede de drywall, projetada pela Fernanda Secco, é uma solução simples, mas bastante útil para esconder janelas sobressalentes de dormitórios que são desmontados para ampliar o living. Esse tipo de problema tem se tornado bastante comum especialmente em imóveis com planta reversível, oferecidos nos últimos anos pelas construtoras. 

Além da rápida execução (apenas três horas), a aplicação desse produto permite que a parede possa ser tirada caso os proprietários do apartamento desejem retornar à antiga configuração, com janela e quarto. 

Do lado de fora, onde não é possível modificar a fachada do edifício, Fernanda pensou em utilizar uma treliça de madeira com plantas trepadeiras para esconder definitivamente os sinais de que ali, um dia, existiu um quarto.

 No Brasil, as obras com drywall são realizadas em conjunto pelo arquiteto, que especifica as dimensões da construção, e por uma empresa com profissionais especializados na montagem. Nos Estados Unidos, porém, o uso dessas chapas está tão difundido que é possível comprá-las em home centers convencionais, levar para casa e começar a trabalhar. "A realidade dos americanos é um pouco diferente da nossa. Lá, é comum o morador fazer pequenas modificações com regularidade onde mora, eles não gostam de ficar com a mesma planta por muito tempo. Nessas ocasiões, a família toda se reúne para fazer uma reforma rápida e, para isso, basta ter um pouco de habilidade e as ferramentas adequadas para utilização", compara Carlos de Luca, consultor técnico da Associação Drywall, que reúne os principais fabricantes das placas de gesso no Brasil, propondo divulgar as diferentes maneiras de trabalhar com o produto.

Independentemente se o drywall for montado por especialistas ou não, alguns cuidados adicionais devem ser tomados para evitar transtornos. Por serem mais finas que as paredes de alvenaria, as placas precisam de um tratamento acústico eficiente para evitar que o barulho externo fique incômodo. Isso é conseguido por meio da aplicação de uma película de lã de vidro (que absorve o som) entre as paredes. Além disso, existem materiais de acabamento que devem ser colocados nos batentes das portas para manter o ambiente isolado.

A água é outro inimigo do drywall: o produto convencional, o mais vendido, não é indicado para ser colocado em áreas molhadas, como a cozinha e o banheiro. Para esses locais existem chapas especiais, chamadas de "placas verdes", que ainda assim exigem impermeabilização prévia. Já para lugares em que há risco de incêndio, como lareiras, os fabricantes indicam o uso da "chapa rosa".

Foi o que fez a arquiteta Regina Cláudia ao criar uma lareira elétrica em um apartamento onde não há chaminé e, sobre ela, deixar o aparelho de televisão, indispensável para as festas e reuniões. "Utilizei o drywall corta-chamas e fiz uma proteção térmica interna para proteger a tevê do calor. O drywall é um material versátil, de rápida execução, que nos permitiu ter o serviço pronto em uma semana."

A água é outro inimigo do drywall: o produto convencional, o mais vendido, não é indicado para ser colocado em áreas molhadas, como a cozinha e o banheiro. Para esses locais existem chapas especiais, chamadas de "placas verdes", que ainda assim exigem impermeabilização prévia. Já para lugares em que há risco de incêndio, como lareiras, os fabricantes indicam o uso da "chapa rosa".

Foi o que fez a arquiteta Regina Cláudia ao criar uma lareira elétrica em um apartamento onde não há chaminé e, sobre ela, deixar o aparelho de televisão, indispensável para as festas e reuniões. "Utilizei o drywall corta-chamas e fiz uma proteção térmica interna para proteger a tevê do calor

. O drywall é um material versátil, de rápida execução, que nos permitiu ter o serviço pronto em uma semana."


fonte: http://revistadcasa.uol.com.br/ESDC/Edicoes/13/artigo95412-3.asp

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