sexta-feira, janeiro 21, 2011

Cobogós fashion: cores, modelos e novos usos do elemento vazado

Assim como a moda resgata memórias para lançar tendências, os arquitetos também se valem de ícones do passado para atualizar nossa casa. Confira aqui a volta dos elementos vazados, em releituras supercontemporâneas.

s tramas vazadas de madeira, chamadas de muxarabiês pela arquitetura moura, levaram três engenheiros brasileiros a criar uma peça com a função semelhante de dar privacidade ao interior das casas, sem comprometer a luminosidade nem a visão do mundo exterior. Batizada com o nome de cobogó, resultado da soma das iniciais do sobrenome dos inventores (Coimbra, Boeckmann e Góis), a peça começou a ser produzida com cimento.

Aos poucos, no entanto, esses elementos vazados deixaram de embelezar as fachadas e migraram para espaços menos nobres, quando passaram a ser usados como divisórias de áreas de serviço, perdendo todo o glamour inicial. A versatilidade na aplicação também ajuda a difundir o cobogó, uma vez que ele pode vedar uma fachada inteira ou um pequeno vão na parede, e sua instalação é relativamente simples. 

Mas requer cuidados: “Como o elemento vazado é mais frágil que o tijolo, deve ser assentada uma fiada de cada vez, com intervalo para secagem. É aconselhável colocar uma barra de metal a cada duas fileiras para estruturar o painel”. 

A argamassa para assentamento é comum, e recomenda-se uma junta de cerca de 3 cm entre as peças para melhor sustentação.
Inspiração antiga
Com a arquitetura inspirada nos anos 50, a Lanchonete da Cidade, em São Paulo, exibe um amplo painel (5,20 x 7,80 m) de cobogós na fachada. Para estruturar a composição, as arquitetas Carla Caffé e Carol Tonetti usaram armações de ferro nas juntas (5 cm) e pilares nas laterais. Estes cobogós, modelo Folha, podem ser encontrados na Cerâmica Martins.

Clássico
A classe do preto está presente na copa da loja Dbox, na capital paulista. O arquiteto Felipe Protti instalou ali uma divisória (2,50 x 1,86 m) de cobogós pretos, feitos sob encomenda pela Cerâmica Madri. O rejunte do mesmo tom confere homogeneidade ao painel, que leva amarração de ferro.

Palhinha
A trama da palhinha sempre atraiu o arquiteto Cícero Ferraz da Cruz, da Brasil Arquitetura, que decidiu transpô-la para o cobogó, unindo dois elementos bem brasileiros. Fabricadas pela Neo-Rex, as peças de cimento (39 x 39 x 7 cm) formam um painel de 5 x 6 m na Marcenaria Baraúna, em São Paulo.

Área de serviço
Manter o estilo mesmo na área de serviço deste apartamento foi a intenção da arquiteta Renata Pedrosa, do escritório Sub Estúdio, de São Paulo. Para isso, colocou um painel de cobogós amarelos (20 x 20 x 7,2 cm, da Elemento V), assentados em posições aleatórias para dar movimento à superfície.

Cozinha integrada
A cozinha integrada com a sala no apartamento da arquiteta Jovita Torrano ganhou um painel de 1,60 x 1,80 m de cobogós esmaltados (Elemento V ), que permite a passagem de luminosidade e ventilação para a lavanderia . “À noite, a luz cria um bonito efeito de bolinhas na parede logo atrás”, diz.

De cimento e cerâmica
1. Feito de cimento, o modelo Veneziana (30 x 30 x 7 cm), da Facital, pesa 7 kg e pode receber diversos tipos de pintura. Custa R$ 4,60 cada um.
2. Uma flor vazada figura na peça de cimento da São Francisco Pré-Moldados (40 x 40 x 6 cm). Para um acabamento natural, use apenas resina impermeabilizante. Vale R$ 18 a unidade, na Mosaicor.
3. Flor é o nome deste cobogó (18 x 18 x 8 cm) fabricado pela Cerâmica Martins. De porcelana esmaltada, cada peça sai por R$ 12

De cerâmica e alumínio

1. De cerâmica esmaltada, esta peça (18 x 18 x 7 cm) está disponível em cinco cores, além do azul-céu. Na Telhanorte, R$ 9,10 cada uma.
2. O modelo Flor, de cerâmica (18 x 18 x 7 cm), pode ser assentado com argamassa comum. À venda na Leroy Merlin, sai por R$ 1,59 a unidade.
3. Criação do arquiteto Felipe Protti, este cobogó (22 x 22 x 9,5 cm) é feito de alumínio fundido. As peças têm encaixe do tipo fêmea e devem ser coladas em barras do mesmo material. R$ 440 cada uma, na Dbox.









Um comentário:

  1. Lorena! Eu ADORO seus posts. Todos sempre muito completos, de excelente qualidade! Cobogós são minha paixão particularmente falando, porque remete totalmente a minha infância. Morava no interior de São Paulo quando criança, e a pequena varanda de casa era "recheada" só de cobogós! Ainda faço um ambiente só deles em casa!

    Tem selinho pra ti lá no blog! Dá uma passada lá pra pegar!
    Beijo grande!!

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