sexta-feira, fevereiro 18, 2011

Sustentabilidade fica evidente no desenho de parque tecnológico


Como outras cidades do país, Brasília também pretende ter o seu polo de tecnologia. O empreendimento, denominado Parque Tecnológico Capital Digital, será implantado em área vizinha à da Granja do Torto, uma das residências oficiais da Presidência da República. 

O escritório Oliveira & Andrade, dos arquitetos Leonardo de Oliveira e Rogério Pontes de Andrade, é o autor da proposta do edifício-sede. “Atualmente, estão em andamento as obras de infraestrutura viária e trabalhamos na fase final do projeto executivo”, informa Oliveira. Além da governança do parque, o conjunto vai abrigar a Fundação de Amparo à Pesquisa do Distrito Federal e a Secretaria de Ciência e Tecnologia.

A proposta foi orientada por princípios associados às construções sustentáveis, que os autores consideram afinados com a ideia de um parque tecnológico. “Buscamos expressar de forma objetiva e subjetiva esses conceitos na linguagem do edifício e no portal de acesso do conjunto”, conta Oliveira. Ele acrescenta que, embora a sustentabilidade e a eficiência energética tenham entrado na agenda mundial no final do século 20, a arquitetura moderna brasileira já exercitava esses fundamentos 40 anos antes e produzia um farto repertório.






Esse repertório, aprofundado e incorporado a elementos típicos do novo século, foi um estímulo para os autores. A ideia da pérgola fotovoltaica, por exemplo, é oriunda da proposta de Martínez Lapeña y Torres para a Expo 2004, em Barcelona, revela Oliveira. Além de responder às premissas práticas de redução do consumo de energia e reúso dos recursos hídricos, entre outras, o projeto procura evidenciá-las no desenho, diz o arquiteto. Indícios dessa postura são o portal de acesso, que funciona como receptáculo de águas pluviais, e a sede sob a sombra da pérgola.

O edifício funcional tem a configuração de um pavilhão, com lajes ancoradas em apoios delgados e vedação permeável. No desenho, as lajes se evidenciam na fachada, tornando-se protagonistas da volumetria. O acesso em rampa sobre o teto-jardim do auditório volta-se para a área central do prédio e transpõe o vazio entre os dois blocos. “Nas faces expostas às cargas térmicas excessivas, aumentamos a densidade dos brises. Nas áreas de auditório e videoconferência, a vedação tem caráter hermético para assegurar o isolamento acústico e a inércia térmica propícios a essas atividades”, detalha Oliveira.

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