domingo, maio 29, 2011

"Box House" mostra que habitação popular pode, sim, ter alta qualidade, estética inovadora e um belo design

O premiado projeto "Box House" mostra que habitação popular pode, sim, ter alta qualidade, estética inovadora e um belo design.

 

 

Situado no bairro periférico da Brasilândia, na zona norte de São Paulo, o conjunto reúne 17 residências, em um terreno de 1.011 m². A demanda foi da própria incorporadora: um projeto diferenciado, destinado às classes C e D, com extrema qualidade e sem custos extras. Ao receber a proposta, em 2007, o arquiteto Yuri Vital enxergou o ineditismo da iniciativa no mercado brasileiro, que, nas últimas décadas, vem assistindo a um boom na construção de habitação popular de baixa qualidade. “São paradigmas ingênuos e preconceituosos”, critica o arquiteto.
Vista para a comunidade: o projeto tira partido do próprio terreno, alto e com grande declive, cujo entorno pode ser visto das varandas de todas as casas
Sem monotonia
As casas são geminadas, porém construídas a partir de volumes, desníveis e recuos. A proposta fugiu dos padrões usuais aplicados aos conjuntos habitacionais brasileiros criados ultimamente
Versão ousada
Inspirado em conjuntos habitacionais brasileiros dos anos 1960, Vital apostou na simplicidade. As casas de 46 m² são como “caixas”, e a solução para não ultrapassar a altura de seis metros definida pelo gabarito municipal foi construir a garagem em declive, abaixo do nível do terreno. No primeiro pavimento estão sala, lavabo, cozinha e área de serviço. No segundo andar, dois quartos e um banheiro.
Na entrada da vila, fechada com portão e cancela, foi reservado um pequeno espaço para o playground.




Como alternativa ao asfalto, os bloquetes de concreto da rua interna ajudam a minimizar o calor e ainda facilitam a absorção de água
Democracia
As casas foram vendidas em leilão público por R$ 90 mil. Hoje, os moradores convivem com
interessados pelo projeto, que ganhou prêmios, como o do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB)
Novas tecnologias e baixo custo
A ideia inicial do arquiteto era utilizar a tecnologia de bloco estrutural. Porém, em função de demandas construtivas, optou por misturar essa técnica à alvenaria tradicional.
Ainda assim, foi obtida economia de 30% em relação ao método convencional. Explica-se: a alvenaria estrutural necessita de quantidade menor de concreto, pois canos e fios passam por dentro dos blocos durante o levantamento das paredes – no método tradicional, as superfícies são “rasgadas” depois de prontas.
Estrutura eficiente e detalhes discretos
Amplas esquadrias de alumínio colaboram para a ventilação e iluminação das residências. Outra solução: a laje de concreto é coberta com telhas comuns, que evitam o calor, mais uma vantagem das habitações populares brasileiras da década de 1960, que aqui foram adotadas. Detalhes, como os avanços nas portas de entrada, trazem mais riqueza estética ao projeto. Nichos, como os que existem abaixo da escada e ao fundo da garagem, aproveitam ao máximo a estrutura compacta.
As cores da fachada foram padronizadas: cinza e vermelho criam identidade contemporânea. Mas os interiores ganharam a personalização de cada morador
Na parede lateral, o cobogó, outro nome para definir o elemento vazado, ajuda na iluminação e ventilação.
fonte: http://portalcasaecia.uol.com.br/ESCM/economia-obra/7/artigo215670-2.asp

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