segunda-feira, fevereiro 24, 2014

Depois da dinamite surge o lar



O desafio de construir em terreno rochoso




Foi preciso usar dinamite, picadores e serras para realizar o projeto elaborado pelo escritório Olson Kundig Architects. Isso porque a morada em questão foi instalada no meio de um afloramento rochoso em uma das Ilhas de San Juan, na costa de Seattle. Nomeada em função da palavra francesa que designa pedra, a "Pierre" é uma residência térrea de concreto cru.


A casa está milimetricamente encaixada entre duas seções de pedra. O concreto aparente de suas paredes combina bem com a pedra bruta. Do mesmo modo, o telhado coberto com grama permite que o edifício se funda com a paisagem. De certos ângulos, a casa quase desaparece na natureza, totalmente integrada.


Com a exceção da suíte de hóspedes, separada, as dependências da casa ocupam um mesmo volume. Há nele uma cozinha aberta, sala de jantar e sala de estar, além dos espaços íntimos. Uma caixa de madeira fornece acesso à lavanderia e à cozinha. O elemento veda-se do exterior através de uma porta pivotante de aço.


As grandes salas de estar e de jantar abrangem o comprimento do edifício e dispõem de uma lareira esculpida na pedra. Como não poderia ser diferente, o material reaparece em diversos ambientes. O lavabo, por exemplo, mais parece uma caverna. O cômodo conta com uma imensa clarabóia perfurada na rocha, onde há um grande espelho que leva a luz para baixo.




O quarto principal tem cama personalizada com cabeceira de couro e estantes que vão do piso ao teto. O móvel tem até estribos. O banheiro anexo tem pia esculpida na rocha. Trata-se de quatro pequenas bacias polidas que fazem a água que vem do encanamento cair como uma série de quedas d'água.


Obras de arte contemporânea de Cameron Martin, Jesse Paul Miller, Andres Serrano, Franz West e Claude Zervas aparecem dentro e fora da casa. Móveis antigos convivem com peças feitas sob medida. As luminárias criadas para essa casa foram inspiradas nos designs de Irene McGowan, um artista de Seattle conhecida pelo trabalho desenvolvido com o arquiteto Noroeste Roland Terry.


A pedra residual da escavação foi empregada na construção juntamente com o concreto. Os pedaços grandes de rocha viraram paredes na garagem. "Colocar a casa sobre a rocha é uma atitude tradicional. Significa construir na parte infértil do terreno, deixando as áreas verdes livre para o cultivo", disse Tom Kundig , diretor da Olson Kundig Architects.


A "Pierre" foi concluída em 2010, mas apenas recentemente nomeada um dos 26 projetos vencedores do American Institute of Architects Awards.

































Fonte: Casa Vogue

Nenhum comentário:

Postar um comentário