segunda-feira, abril 28, 2014

Glamour vintage em Buenos Aires



Morada de mármore é um retorno aos anos 1960

Canto do living ali refletido sobre a lareira, com escultura (2009) de Celina Saubidet, proprietária da casa

A simplicidade elegante da fachada de mármore carrara lembra o tipo de casa modernista que se costuma ver na Califórnia ou no Brasil. Mas é no fim de um beco sem saída sereno e arborizado, nos limites de Buenos Aires, que a propriedade de três pisos se encontra. Celina Saubidet, escultora e designer de joias, e Urko Suaya, fotógrafo de renome, estavam juntos havia seis anos quando resolveram sair das casas-estúdios onde moravam no bairro de Palermo. Esperavam a primeira filha e queriam “lhe dar as boas-vindas em um ambiente tranquilo”.


Depois de uma busca minuciosa, tiveram a sorte de deparar com um verdadeiro achado: uma casa de família da década de 1960, com caráter peculiar. As inovações formais da arquitetura da época estão aqui: simplicidade conceitual, pureza de volumes, ênfase em linhas horizontais e o exterior trazido para dentro por meio das amplas aberturas envidraçadas. No entanto, o que torna o lugar notável é que todos esses elementos são citados com alguma licença poética. Uma noção descontraída parece ter guiado quem construiu a morada. A começar pelos pisos, todos feitos com variedades de mármore diferentes, desde a garagem, passando pela escada e pelos quartos, até os terraços externos – uma versão animada e esperta, bem fora do comum, do modernismo. Sem falar nas paredes, com os painéis de bronze dourado da sala de jantar glamourosa ou o extenso e trabalhado mural de jacarandá do estar.

Celina e Urko ficaram animadíssimos com a descoberta. Parecia ser grande o bastante para acomodar a nova configuração familiar, além do espaço de trabalho de cada um e também o gosto que os dois têm por receber. “Festas memoráveis acontecem aqui”, contam os anfitriões, que são amigos de arquitetos, artistas e surfistas.

* Matéria publicada em Casa Vogue #344 
Detalhe de uma das portas de correr em frente à sala de estar, feitas a partir de placas de acrílico fúcsia entalhado com lentes côncavas e convexas, do artista Rogelio Polesello (anos 1960)


Plano geral do estar revela o sofá curvo formado a partir de uma elevação no piso, coberto de carpete



A sala de jantar é adornada por painéis de bronze dourado em duas paredes e conta com mesa de Eero Saarinen para a Knoll e antigas cadeiras Superleggera, de Gio Ponti


Em outra área do estar, a vedete é o painel de jacarandá (1968) encomendado pelo proprietário original a um escritório de decoração da época – cenário perfeito para o mobiliário vintage garimpado em feiras e antiquários da cidade, disposto sobre tapete da Dandolo y Primi



O escritório de Urko Suaya tem uma escrivaninha (anos 1950) comprada no Mercado de Pulgas de Buenos Aires



O hall de entrada, com as portas de Rogelio Polesello


O piso de mármore se destaca no andar de baixo, onde ficam a sala de brinquedos, a área de serviço e a garagem

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