A estrutura primária da cobertura é formada por 36 cabos de aço que se unem no anel de compressão, trabalhando como 18 pontes suspensas |
Quando foi construído, em 1983, o estádio BC Place em Vancouver, Canadá, possuía a maior cobertura suspensa a ar na época. Porém, junto com reformas de modernização do estádio, a cobertura também passaria por mudanças, principalmente para aumentar as possibilidades de uso do estádio e economizar energia.
Como era suspensa a ar, a cobertura original era pressurizada, em uma operação contínua de ventiladores que mantinham a pressão. Outra questão era a necessidade de derreter a neve que se depositava na cobertura, o que demandava um gasto expressivo de energia.
"Desde o começo não se queria uma nova cobertura suspensa a ar, porque ela tem algumas vulnerabilidades e, do ponto de vista operacional, cria restrições ao uso do estádio", conta David Campbell, engenheiro do Geiger Engineers e chefe do projeto estrutural da cobertura.
A nova cobertura, chamada de Blue-Sky Roof, será, por sua vez, a maior cobertura retrátil sustentada por cabos do mundo. Com dimensões de 159 m x 236 m, a área retrátil tem aproximadamente 7.350 m², no centro da cobertura. A maior parte da cobertura é fixa, cobrindo a arquibancada de 60 mil lugares. Assim, quando se abre a parte retrátil da cobertura, a arquibancada permanece coberta e o campo fica exposto. A abertura leva 20 minutos para ser completada.
A membrana da cobertura é feita de fibra de vidro e PTFE (politetrafluoretileno), material translúcido. "Sob a borda da cobertura há um grande clerestório [parte da parede de uma nave iluminada naturalmente], feito de filme de ETFE (etileno tetrafluoretileno), quase tão translúcido como vidro", completa Campbell.
A escolha deste projeto pelo dono (BC Pavilion Corporate) foi motivada pela estética arquitetônica e pela funcionalidade da cobertura retrátil, conta Campbell: "A ideia é que o estádio ficasse 'selado' como um espaço fechado no inverno e, no verão, com a opção de aberto ou fechado. Em pelo menos seis meses do ano ele não será aberto".
Como era suspensa a ar, a cobertura original era pressurizada, em uma operação contínua de ventiladores que mantinham a pressão. Outra questão era a necessidade de derreter a neve que se depositava na cobertura, o que demandava um gasto expressivo de energia.
"Desde o começo não se queria uma nova cobertura suspensa a ar, porque ela tem algumas vulnerabilidades e, do ponto de vista operacional, cria restrições ao uso do estádio", conta David Campbell, engenheiro do Geiger Engineers e chefe do projeto estrutural da cobertura.
A nova cobertura, chamada de Blue-Sky Roof, será, por sua vez, a maior cobertura retrátil sustentada por cabos do mundo. Com dimensões de 159 m x 236 m, a área retrátil tem aproximadamente 7.350 m², no centro da cobertura. A maior parte da cobertura é fixa, cobrindo a arquibancada de 60 mil lugares. Assim, quando se abre a parte retrátil da cobertura, a arquibancada permanece coberta e o campo fica exposto. A abertura leva 20 minutos para ser completada.
A membrana da cobertura é feita de fibra de vidro e PTFE (politetrafluoretileno), material translúcido. "Sob a borda da cobertura há um grande clerestório [parte da parede de uma nave iluminada naturalmente], feito de filme de ETFE (etileno tetrafluoretileno), quase tão translúcido como vidro", completa Campbell.
A escolha deste projeto pelo dono (BC Pavilion Corporate) foi motivada pela estética arquitetônica e pela funcionalidade da cobertura retrátil, conta Campbell: "A ideia é que o estádio ficasse 'selado' como um espaço fechado no inverno e, no verão, com a opção de aberto ou fechado. Em pelo menos seis meses do ano ele não será aberto".
Restrição e solução "Havia muitas restrições ao projeto, por conta do prédio já existente (o estádio) e da área local, que é limitada", conta Campbell. Inicialmente, a equipe pensou em construir sobre o topo da edificação e usá-la como suporte. "Mas isso seria muito difícil de ser executado, porque a cobertura original era muito leve, pois era suspensa a ar." No final, manteve-se a intenção de fazer uma cobertura bastante leve, ainda que mais pesada que a original. São 36 mastros em volta do estádio para sustentar a estrutura e a cobertura, que será amarrada aos cabos de aço. Cada mastro tem 47 m de altura. Assim, neste tipo particular de estrutura, a estrutura primária são os 36 cabos radiais, visualmente apoiados para cima. "A estrutura primária não se move, mas sim apenas o revestimento, e os cabos ficam abertos, o que visualmente é aceitável", comenta Cambpell. "Provavelmente o maior desafio na execução", conta Campbell, "foi a elevação". As peças são relativamente pesadas, e o acesso seria difícil porque não era possível posicionar uma grua fora do estádio. "Toda a infraestrutura teve que ser elevada pelo interior - o campo. E alcançar além dos assentos demandou o uso de uma grande grua", acrescenta. Uma torre central temporária foi erguida para sustentar a cobertura até que ela fosse plenamente executada e pudesse se suportar sozinha. A massa da estrutura está concentrada fora do perímetro do estádio. Os mastros de 47 m são elevados em pares opostos, unidos por um cabo de 9 cm de diâmetro. Ao mesmo tempo, 36 vigas formam um anel que estabiliza a estrutura. Com todos os mastros erguidos, a torre temporária é removida. Após a estrutura primária ter sido elevada, o desafio seguinte foi executar a rede de cabos e todas as treliças. A estrutura primária, uma vez finalizada, sustenta-se sozinha, e então o restante da estrutura foi feito no nível do campo. Há também outros cabos radiais vindos do topo do perímetro que descem ao nó central, e cabos radiais inferiores, do nó central ao perímetro. Entre os dois, em um plano vertical, estão os cabos de suporte, "como os suportes em uma ponte suspensa - neste caso, o cabo superior seria como uma catenária em uma ponte suspensa, e o cabo inferior é onde se localiza a cobertura", explica Campbell. Assim, pode-se dizer que a estrutura primária da cobertura "assemelha-se a um conjunto de 18 pontes suspensas", cada uma com 200 m de comprimento. "Em uma seção através do centro da edificação, é possível ver, cruzando o teto, o que parece uma ponte suspensa; a cobertura é suspensa pelos cabos radiais como o tabuleiro da ponte", esclarece Campbell. Além disso, "o componente horizontal das forças dos cabos equilibra-se no anel de compressão de aço", diz o engenheiro.
Há alguns tipos de conexão na rede de cabos. Os cabos radiais superiores e inferiores, que vão do perímetro ao nó central, e os cabos de suporte estão conectados com braçadeiras. No nó central todos os 72 cabos (36 superiores e 36 inferiores) conectam-se em uma só peça, o anel de aço. São dois discos que comprimem os cabos, com cerca de 175 mm de espessura e 5,1 m de diâmetro.
A parte retrátil terá camada dupla da membrana. Segundo Campbell, "não era possível conseguir a firmeza que queríamos apenas com uma membrana simples". Assim, esta parte da cobertura será inflada. Para fechar, o ar será retirado e o tecido puxado por roldanas hidráulicas instaladas nos cabos de aço até a parte central do estádio, sendo armazenado no centro da caixa que comporta os telões de vídeo. Para evitar vazamentos, um volume cilíndrico de membrana vedará a conexão entre as duas partes da cobertura. Segundo testes realizados pela equipe de engenharia, chuvas com ventos de até 100 km/h não devem passar pela cobertura, que também resistirá às tempestades de neve da região.
Toda a reforma do estádio, que inclui reforço da estrutura de concreto, troca da fachada envidraçada, além de melhorias no campo, nos refeitórios, nos vestiários e na parte mecânica da arena, custou aproximadamente US$ 563 milhões. fonte: http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/173/artigo226545-3.asp |
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