segunda-feira, junho 07, 2010

A luz é preciosa

Luminotécnica é uma arte que concilia conhecimento técnico, gosto pessoal e aspectos emocionais. Economia também é fundamental
"O maior desafio do arquiteto que desenha a luz está em conseguir bons resultados nos aspectos subjetivos"

 Alcançar resultados positivos depende diretamente de uma grande série de variantes, como tipo de ambiente, tempo de permanência no local, acuidade visual média dos usuários, compatibilidade com a linguagem arquitetônica, restrições físicas à instalação do sistema projetado, possibilidade de compor a luz artifical com a natural ou os recursos capazes de oferecer a melhor iluminação com o menor dispêndio de energia. Esses são apenas alguns dos fatores que devem ser analisados antes que o profissional se coloque diante do computador para calcular o número de lâmpadas, seu tipo e a angulação dos fachos que serão utilizados.



A luminotécnica não tem soluções padronizadas. Isso é positivo porque dispensa o rotineiro e ajuda a conquistar avanços a cada projeto, tudo começa com o espaço que receberá a luz: É preciso ter uma clara identificação do que e como será iluminado"A luz em si é invisível, o que vemos é o objeto iluminado e a fonte luminosa. A luz depende totalmente da matéria e reage de forma diferente com cada tipo de material dessa forma devemor ver a importância de conhecer essa multiplicidade de efeitos.

Um exemplo:os fast-foods costumam ter, intencionalmente, iluminação mais fria, o que induz o cliente a fazer sua refeição rapidamente e sair do local. Um restaurante com iluminação ambarizada, mais cênica e aconchegante, estimula o bate-papo, a descontração e, portanto, a permanência. E com isso as pessoas consomem mais. Esses podem ser os pontos de partida para vários projetos de restaurante, mas as diferentes condições de cada espaço, considerando a diversidade de objetos, destaques, dimensões e intenções, fazem com que cada trabalho seja único.

O mesmo vale para as lojas, embora em todas elas o projeto de iluminação tenha a finalidade básica de atrair o cliente.  Pode-se abusar da cenografia nos displays fixos e na vitrine porque isso desperta a curiosidade e quem passa acaba entrando para ver o produto com mais detalhes. Porém, as áreas internas devem receber cuidados como luz adequada para circulação ou iluminação homogênea de nível elevado nas araras e expositores, de forma que seja possível verificar a qualidade e o acabamento dos produtos. É essencial garantir boa iluminação nos setores de caixa e preenchimento de cheques, evitando ofuscamento, reflexos e efeitos que causem fadiga visual aos funcionários que passam ali horas seguidas.

  Um local bastante delicado é o provador, onde o cliente verifica se a roupa condiz com sua imagem. Esse espaço exige o máximo de homogeneidade, para não gerar sombras e ofuscamento, que desvalorizam a fisionomia do cliente e a roupa."Tecnicamente, é melhor usar iluminação do tipo camarim, com difusores por rebatimento que evitam sombras e reflexos e lâmpadas fluorescentes de nova geração, que garantem bom índice de reprodução de cores (IRC)."

Em escritórios, o projeto luminotécnico depende de uma série ainda maior de fatores, como layout, atividades realizadas, número de microcomputadores, quantidade de salas fechadas, tipos e cores de acabamento, entre outros. Se o programa é previamente estabelecido pelo layout, a iluminação também deve ser vinculada a esse desenho. Mas no escritório do tipo landscape, onde se prevêem mudanças na disposição física e a ocupação é genérica, o melhor é trabalhar com uma média uniforme. O melhor resultado aparece quando arquitetura e luminotécnica são desenvolvidos conjuntamente, independentemente do tipode escritório: A integração dos projetos é fundamental.
Em termos técnicos, o ideal para escritórios é trabalhar com luz difusa e poucos contrastes. Mas isso não significa dar tratamento monocórdico ao conjunto. Zonas diferenciadas, observando-se sempre as exigências das normas, tornam o espaço mais dinâmico e estimulante. Sempre é possível criar áreas diversificadas, em salas de espera ou de estar de uma empresa, por exemplo. Além da luz de trabalho, os escritórios que exigem grande interação necessitam de uma iluminação suave na face das pessoas. Isso torna o ambiente mais agradável e melhora a comunicação.
Temos  que evitar reflexos, contrastes e ofuscamento em escritórios. Acabamentos brilhantes, como tampos de vidro nas mesas, causam reflexos desconfortáveis e pisos escuros criam um contraste cansativo no campo da visão periférica, ele esclarece. A escolha de luminárias adequadas evita o ofuscamento da visão e os reflexos nos monitores: as de refletores parabólicos evitam o reflexo em um sentido; as duplo-parabólicas, em dois, tornando-se, portanto, ideais em projetos que exigem espaços flexíveis. As luminárias de linhas lineares comprometem a flexibilidade do layout ambiental, impondo restrições. As de formato quadrado e, principalmente, as circulares dão mais homogeneidade e simetria, facilitando as mudanças no escritório.
No design, as luminárias devem colocar função e desempenho antes da estética. Algumas luminárias bonitinhas só servem para disfarçar a falta de um trabalho de luz.É importante tomar cuidado na hora da escolha para evitar modelos que reproduzem originais, quase sempre estrangeiros. Há fabricantes que copiam formas mas não outras qualidades do produto, como ótica, engenharia, cálculos, tipo de anodização, curvaturas que refletem ou dispersam a luz e a especificidade do material.

Fonte: Adaptação de  http://www.arcoweb.com.br/lightning/tecnologia-e-iluminacao-economizar-energia-06-06-2001.html

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