terça-feira, agosto 24, 2010

A primeira impressão

O hall apresenta a casa e, por isso, merece atenção no momento em que o projeto é definido

A sensação de bem-estar de uma casa deve ser transmitida logo que se chega. Esta é uma das funções do hall, que deve ser bem planejado e decorado, para cumprir este papel. Além disso, o ambiente deve apresentar a casa e conduzir quem entra. No hall acontece o primeiro ponto de contato entre o visitante e o ambiente interno. Depois da fachada, é o elemento que incitará curiosidade sobre a proposta do projeto. Além disso, deve permitir facilidade de fluxo e ser acolhedor, já que deve receber com conforto - diz-se que o hall funciona como ante-sala de espera.  E é justamente por essas características que o hall deve receber, na concepção da planta da casa, atenção especial do profissional. 

Recursos
Não há regras para a projeção de um hall de entrada, mas algumas soluções são comuns e proporcionam resultados interessantes. A iluminação, aliada a efeitos arquitetônicos e decorativos, pode criar a atmosfera necessária. "Ela normalmente é suave e sem exageros", explica Kethlen Durski, da KRD Arquitetura. A iluminação indireta é ideal para deixar um clima aconchegante e não ofuscar, mas a direta, focada nos elementos certos, é uma solução para valorizá-los.

O arquiteto também pode apostar em recursos mais ousados, como quedas d'água, ou nos tradicionais espelhos, papéis de parede, aparadores, nichos e obras de arte. Porém, é preciso cautela para não exagerar na quantidade de móveis e objetos, pois é um espaço de passagem. Invista somente no necessário para acomodar os pertences dos visitantes, e tornar o espaço interessante. Na hora de escolher os materiais e a decoração, não se esqueça de que é preciso harmonizar a entrada com o ambiente seguinte. O estilo, as cores e os revestimentos devem ser pensados de acordo com os cômodos que vêm a seguir. Vale lembrar que, se o hall for pequeno, as cores escuras devem ser usadas com cautela. Os tons claros podem ser bons aliados, neste caso.

Outro elemento importante para o sucesso do projeto é a porta de entrada. "Ela deve ter coerência com o restante da casa, desde o conjunto arquitetônico, até a proposta de decoração", afirma Cidomar Biancardi.
O pé-direito também deve ser levado em consideração. Se for alto, ajuda na ventilação e transmite ideia de grandeza. Além disso, possibilita o uso de portas altas, grandes vãos verticais e diversas opções de iluminação. Porém, tudo dependerá do projeto da casa e da impressão desejada. Um pé-direito baixo pode trazer a sensação de aconchego e conforto térmico - importante para regiões de clima frio.


Soluções diferenciadas
Para o espaço de 42 m², a arquiteta Josanda Ferreira escolheu elementos que pudessem proporcionar claridade e leveza. O destaque do hall de tons neutros é o espelho d'água, construído a um nível abaixo do piso. Uma claraboia acima do tanque, amplas janelas e detalhes de círculos abertos na porta são responsáveis pela entrada da iluminação natural. O piso escolhido - mármore crema marfil, com peças de 15 x 15 cm - é o mesmo aplicado no projeto todo, dando continuidade visual ao hall. O forro de madeira do teto delimita o espaço de entrada. O pé-direito deste ambiente é de 2,80 m. 

 Diversos acessos
A proposta deste hall de 10,8 m², desenvolvido pela arquiteta Adriana Consulin, é a de funcionar como um espaço de distribuição. Nele, encontram-se os principais acessos da casa: as portas da garagem, a entrada e o acesso à escada. A ideia foi a de um ambiente imponente, mas ao mesmo tempo delicado. A opção foi pela projeção de um pé-direito baixo, com 2,60 m, para criar a sensação de horizontalidade. O piso é revestido de granito flameado e porcelanato branco polido e a parede, de pintura de massa corrida lisa e detalhes de couro. A porta de madeira de demolição mede 1,60 x 2,60 m, e ganhou pintura branca na parte voltada para o interior. Os espelhos em ângulos diversos funcionam como uma escultura na parede, e a iluminação direcionada valoriza esse recurso.

 Aposta na iluminação
A ideia de Sonia Engler para este hall foi de um espaço imponente e contemporâneo, que disfarça a área pequena de 3 m². Neste caso, o terreno em aclive possibilitou a criação de um pé-direito de 4 m, e a divisão do hall em dois níveis. No primeiro, foi projetado um lavabo e uma chapelaria, do lado direito. A iluminação dos degraus de mármore arabescado chama atenção. No fundo, um grande espelho trabalhado, com moldura de demolição, quebra o clima futurista e amplia visualmente o espaço. A grande porta de entrada acompanha a altura do pé-direito e é um elemento importante na composição.

Na linguagem da casa
Rústico, o hall de 5,20 m² dessa residência foi desenvolvido pelo arquiteto Cidomar Biancardi. O piso é o mesmo aplicado nos demais espaços, a fim de servir como uma prévia do interior: arenito vermelho, dividido em placas de 40 x 40 cm. A parede da esquerda foi revestida de argamassa apicoada e selada com verniz, e nas demais foi feita uma pintura acrílica sobre massa corrida, na cor branco-neve. Outro detalhe interessante é que os móveis e objetos de arte utilizados são herdados da família dos proprietários da casa. A porta é revestida de almofadas de madeira paginadas. Como o pé-direito não é muito alto (2,80 m), a iluminação é feita por duas minidicróicas e duas AR 111.


fonte: http://revistacasaeconstrucao.uol.com.br/ESCC/Edicoes/43/artigo128031-2.asp

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