quarta-feira, dezembro 08, 2010

Iluminação


Qual o papel do projeto luminotécnico?
De forma resumida, ele é o planejamento dos circuitos de luz de uma casa, considerando o uso que se faz de cada espaço e as necessidades de quem a ocupa. Leva em conta aspectos humanos, arquitetônicos, financeiros e ambientais. Por exemplo, os circuitos devem ter um custo compatível com o que se quer gastar, a manutenção precisa ser fácil e barata e os elementos escolhidos não devem representar desperdício de energia nem prejuízos para a natureza. Esse projeto compõe-se de desenhos (plantas, cortes, perspectivas e detalhes) e memorial descritivo com as especificações de lâmpadas, luminárias e demais equipamentos.

 Em qual momento deve-se pensar nesse projeto?
Recomenda-se que seja ainda na concepção da planta da moradia, pois as escolhas interferem em outras partes da construção, como no planejamento elétrico e até mesmo na alvenaria – no caso de sancas, rasgos no teto, luminárias embutidas.

 Por onde iniciá-lo?
Certamente, não começa pela escolha de lâmpadas e luminárias, mas com percepções e um conceito que exprima o que a família precisa e deseja. O planejamento luminotécnico faz parte do projeto arquitetônico e para isso o arquiteto considera as particularidades de cada ambiente, as atividades exercidas ali, sem se esquecer da incidência da luz natural. Depois desse levantamento, é hora de interpretar essas ideias e colocá-las na prancheta.
Quem contratar?
Em geral, um profissional formado em arquitetura ou em engenharia, com competências técnicas que envolvem questões arquitetônicas, elétricas e humanas. O mais comum hoje é intitular essa pessoa de lighting designer, ou simplesmente arquiteto especializado em iluminação.
 O projeto luminotécnico pode ser feito pelo mesmo arquiteto que está projetando a casa?
É preciso consultá-lo para saber se ele está disposto a assumir também o projeto luminotécnico. Se a ideia é fazer algo mais elaborado, ele pode contar com a consultoria de profissionais especializados, que dimensionam a captação e o controle da claridade e determinam os pontos e tipos de iluminação artificial adequados.
 Como dimensionar a elétrica da casa pensando no projeto luminotécnico?
Ele deve ser feito antes, pois traz as especificações de lâmpadas (tipo, potência e voltagem), transformadores e reatores. Com base nessas informações, elabora-se o sistema elétrico. Numa reforma, para evitar sobrecarga, um técnico avalia a construção e identifica qual carga há disponível e de quantas luminárias poderá dispor. Ele ainda orienta sobre como reforçar a instalação elétrica e minimizar as cargas para adequar a infraestrutura existente.
Quais os principais erros?
Há dois equívocos muito comuns: encher o teto de spots, deixando a superfície cheia de “furinhos”, ou iluminar excessivamente o local, o que normalmente resultará em mais sombra e pouco conforto visual. A regra básica, que geralmente funciona, é usar uma luz geral fraca e complementar com luminárias direcionáveis para destacar os objetos que se deseja.
Que recursos são possíveis para iluminar um ambiente?
Há os convencionais, como spots, arandelas, lustres, pendentes, sancas e rasgos. Pode-se também colocar projetores embutidos no piso, que jogam luz para o teto e “lavam” a parede de baixo para cima. Outras opções são: embutir pontos de luz em móveis e escolher luminárias discretas para destacar quadros ou criar nichos na parede com iluminação (onde se pode colocar uma peça decorativa). Com os leds e a miniaturização das lâmpadas, há uma infinidade de opções.
Que recursos adotar em um escritório em casa?
Quando o objetivo é estimular a concentração e ter luminosidade suficiente para o trabalho, prefira uma luz fria geral com lâmpadas fluorescentes. Também vale acrescentar uma luminária de mesa. Para que o ambiente não fique demasiadamente duro, é interessante incluir dicroicas em alguns pontos para aquecer o local e torná-lo mais agradável.
As lâmpadas fluorescentes são desaconselháveis em áreas sociais?
Mesmo as versões com luz amarelada, mais aconchegantes, possuem baixa qualidade de cor e sombra. Elas alteram os tons naturais dos objetos e, por não resultarem em muita sombra, prejudicam a noção de profundidade e volume das peças. Além disso, as fluorescentes contêm substâncias como mercúrio, nocivo ao ser humano. Se forem lançadas em aterros, contaminam o solo e, mais tarde, os lençóis freáticos, chegando à cadeia alimentar. Porém, elas têm baixo consumo de energia, boa durabilidade e preço acessível.
Onde usar lâmpadas halógenas?
São mais indicadas quando se quer excelente qualidade de luz e sombra, pois valorizam o que está sob elas, como os objetos numa sala. Contudo, deve-se considerar que essa opção aquece o local e é mais recomendada a pequenos espaços. Se a intenção for iluminar uma área grande, você precisará de muitas unidades, tornando altos os gastos com lâmpadas e energia elétrica.

Os tons dos acabamentos interferem na sensação de luminosidade?
Acabamentos claros e brilhantes refletem luz e fazem a área parecer ainda mais iluminada. É o caso, por exemplo, de uma sala com piso de porcelanato creme ou areia. Já os materiais escuros e opacos concentram luz e não propagam a claridade. Em ambientes com esse tipo de acabamento, mesmo aumentando os pontos de luz, dificilmente se conseguirá a sensação de intensa luminosidade.
Como usar cor na iluminação?
É possível adotar lâmpadas coloridas, leds ou dispor de gelatinas (folhas de plástico que lembram o celofane), que podem ser colocadas sobre um refletor ou enroladas em lâmpadas fluorescentes. Mas é preciso pesquisar antes de usar esse recurso e contar com uma consultoria técnica. O tom da lâmpada interfere na percepção de claridade de um ambiente.
Que soluções atendem à piscina?
O mais seguro é escolher lâmpadas de baixa voltagem, de 12 v, para não haver riscos de choques elétricos. Hoje existem vários sistemas, a exemplo da fibra óptica, capaz de conduzir a luz para dentro da piscina, e do led, de baixo consumo e alto ciclo de vida. Ambos proporcionam várias cores – você não só ilumina como também modifica a coloração da água.

 Quando uma iluminação pode ser considerada adequada?
Ela é boa se atende principalmente a três elementos: eficiência (que gere visibilidade suficiente), praticidade funcional (manutenção simples, que não esquente o local) e prazer sensorial (o conjunto resulte em boa estética e conforto visual).

fonte: http://casa.abril.com.br/materias/iluminacao/especialistas-respondem-principais-duvidas-iluminacao-611806.shtml

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