quinta-feira, dezembro 09, 2010

Vintage



Muitos arquitetos modernos reclamam a altos brados: "deixem o passado pra trás!" Mas tenho certeza de que designers do mundo inteiro e arquitetos de boa vontade não sofrem com esse tipo de preconceito e amam as influências passadas e celebradas na história do design. Eu Amo!!!












 

 Mas a maior referência Vintage para a maioria das pessoas, são os pés-palito dos móveis anos 1950 dos avós ou da casa moderna dos pais recém-casados (em meados de 1960) ou aquela geladeira colorida e de formas inconfundíveis da década que celebrava a conquista espacial (General Electric, Brastemp, e Frigidaire nos exemplos)


O passado é fonte de inspiração também na arquitetura e no design de interiores. Entretanto referências retrô podem ser mal utilizadas e causar um impacto indesejável no ambientes. Tem que saber dosar a mistura contemporâneo-antigo na criação de um ambiente confortável e harmonioso. 

O foco está no charme que esses elementos, muitas vezes garimpados em brechós de móveis, em cemitérios de azulejos e em depósitos de materiais usados de construção, pode agregar ao ambiente. Sem contar que a moda agora é rearranjar, reutilizar e reciclar.

Atualmente, os estilos Vintage e Retrô estão com tudo no mercado da ambientação, proporcionando muito charme e elegância nas peças e dando um toque todo especial ao ambiente. Usar móveis e objetos vintages em projetos de ambientação é um dos principais "trunfos" de arquitetos e designers para quebrar o contemporâneo. 

Na decoração e na moda o termo virou um conceito que está relacionado ao antigo, representando o estilo de uma época. O vintage tem a característica de ser único e, normalmente, custa caro ou muito caro, ou seja, um verdadeiro clássico original, de importância ou qualidade reconhecida. Existem coleções que revisitaram certas décadas, se inspiraram em certas peças vintage, mas, se foi produzido agora, é uma releitura a que denominamos de Retrô. 

O termo retrô é a reedição do vintage, ou melhor, quando um objeto foi inspirado ou copiado (literalmente) em algo antigo, porém, feito agora, deixando clara a idéia de outra época. Pesquisas comprovam que peças que nos remetam lembranças do passado são sempre bem-vindas, pois se traduzem como solidez familiar na nossa memória afetiva. 


Quando se trata de uma reedição de um vintage ou o revival de um retrô essas peças aliam bom gosto e conforto porque ambos se baseiam em medidas e estéticas já testadas e aprovadas no passado. Tanto um quanto o outro são tendências que voltam, mas que nunca são iguais, ou seja, elas mudam os acabamentos (tecidos, cores e texturas), as proporções ou até mesmo a conjugação com outros itens. Peças vintage, em geral, custam mais caro que as peças de móveis atuais porque são originais e escassas. 

Quanto mais raras, mais caras. Já o seu redesign ou releitura pode ser bem mais em conta, pois certamente será fabricado em série. Móveis que seguem esse tipo de tendência podem ser utilizados em qualquer local, com exceção dos quartos de crianças e jovens porque nunca se ligarão numa história que ainda não existe para eles. Sem dúvida, algumas peças vintage podem transformar um ambiente, dando mais estilo e beleza, mas isso é muito pessoal, ou seja, quanto maior tiver sido a convivência da pessoa com algum estilo, mais desejará tê-lo por perto e o resultado será muito rico e satisfatório para o cliente. Certamente, será uma composição apenas com complementos ornamentais vintage. 

Os móveis "de família" são a melhor referência desse estilo e o conforto é quase sempre certo. Misturar peças de diferentes estilos em um mesmo cômodo é permitido, desde que elas dialoguem de forma tranqüila, com dimensões proporcionais aos ambientes. Mas lembre-se: Não se deve forçar o uso de peças vintage ou retrô por "modismo". 

O morador deve se identificar com o gênero e sentir-se bem no seu ambiente. Afinal de contas, não é o arquiteto que vai morar lá. Dependendo da preferência e ousadia do morador e da intenção do arquiteto, o contraste e a harmonia de estilos podem proporcionar excelentes resultados. Em todo caso, o melhor é evitar utilizar apenas peças clássicas na ambientação. Isso faz parte do passado e corre um sério risco de ficar cansativo. O ideal é usá-las apenas como detalhes.

Coluna Top Decor – Jornal Diário do Pará 24/08/08










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