quinta-feira, novembro 10, 2011

Economia que cai do céu

Antes que o aguaceiro do verão desabe, instale em casa um sistema para recolher e reutilizar as águas pluviais. Além de ambientalmente correta, a medida reduz o consumo de água tratada e o valor da conta



Atualmente, edifícios empresariais e novos condomínios residenciais incluem um circuito de aproveitamente de água de chuva já no projeto. Em prédios antigos, o sistema pode ser instalado em áreas comuns, como jardins

O verão está próximo, e com ele vêm as chuvas típicas da temporada, principalmente nas regiões Sudeste e Sul do Brasil. Esta, portanto, é a época perfeita para planejar e instalar em casa um sistema de captação de águas pluviais. Além do aspecto sustentável, a iniciativa pode ser benéfica para o bolso. Afinal, ao usar a água gratuita que cai do céu, você reduz o consumo de água tratada fornecida pela concessionária e, por tabela, o valor da fatura.

Seja por meio de circuitos planejados para esse fim, de cisternas ou de um simples balde colocado ao ar livre, não é de hoje que a humanidade recolhe as águas das chuvas para uso em diversas situações. Em regiões onde a escassez de água é severa, como o interior da África, ninguém pensa duas vezes para cozinhar ou beber tal água. Nas grandes cidades, não apenas mais bem abastecidas, mas também mais poluídas, a recomendação é que a aplicação seja restrita às tarefas que não requerem água potável.









Desenvolvido pela paisagista Benedito Abbud, o sistema Tec Garden, da Remaster, é ideal para irrigação de jardins sobre lajes com aproveitamento de águas pluviais






O básico 

É do telhado, principalmente, que se capta a maior parte da água pluvial usada em uma residência. Outras superfícies impermeáveis, como um quintal cimentado, também podem funcionar como áreas de captação.

Por meio de calhas, a água da chuva é recolhida a um reservatório. Os primeiros litros são desprezados, por serem mais sujos – foram responsáveis pela lavagem do telhado, por assim dizer. Antes de ser armazenada, a água passa por um filtro físico, que retira sujeiras, folhas de árvores e outros detritos. Uma bomba, que conduz o líquido a uma caixa-d’água paralela, separada da reserva potável, completa o aparato.

A tal bomba pode representar uma armadilha. Seu consumo de energia elétrica, se não for bem dimensionado, chega a anular a economia financeira e a ambiental. Para evitar o problema, a arquiteta Consuelo Jorge, que usa água de chuva em sua casa há cinco anos, instalou uma bomba fotovoltaica – ou seja, movida a luz solar. A energia elétrica da rede só é usada quando não há sol suficiente.



O Tec Garden deve ser instalado sobre uma área de laje impermeabilizada, dispensando a aplicação de massa para regularização dos caimentos e o uso de ralos. Esta solução consiste em pedestais com “pavios”, que suportam as placas de piso elevado e criam, assim, um vão para o reservatório de água. Sobre o conjunto são colocados a manta geotêxtil e o produto anti-raiz, elementos que garantem o fluxo de água sem interrupções ou entupimentos 



Para ambientes internos, o sistema de irrigação pode ser usado até em vasos. Econômico, dispensa o uso de bombas e, portanto, o consumo de energia elétrica 

Onde instalar 

A situação dos imóveis em construção é a mais confortável, porque rede de coleta, reservatório e tubulação para distribuir a água da chuva podem ser previstos ainda no projeto.

Em casas já construídas, um sistema mais simples (e econômico) prevê o uso da água de chuva apenas em rega de jardins e lavagem de quintal e carro. Se a intenção for estender a aplicação às descargas, será preciso instalar tubulação e caixa-d’água paralelas às que conduzem e armazenam água potável. Ou seja, quebra-quebra de piso e paredes. Em prédios, quando o circuito não foi previsto na planta, fica inviável instalar a tubulação em todos os apartamentos – e o uso fica restrito ao jardim e à lavagem de áreas comuns.

Onde usar 

Rega do jardim, lavagem de carro e piso e descarga nos vasos sanitários são aplicações adequadas para a água da chuva. Para cozinhar, beber, tomar banho ou abastecer piscinas, seria necessário um processo de tratamento para tornar a água potável, de acordo com as regras do Ministério da Saúde.

“Em pequena escala, em instalação individual, a operação de tratamento é cara, ficaria inviável”, explica o engenheiro civil Paulo Augusto Romera e Silva, que, entre outras atribuições, é colaborador da Universidade da Água (Uniágua), ONG com sede na cidade de São Paulo dedicada à proteção da água no planeta.

No bolso

“A instalação desse sistema é relativamente barata”, diz Romera e Silva. Isso, ele destaca, se não for preciso construir tubulação completa, paralela à já existente – com uma segunda rede hidráulica obviamente sairá mais cara. Nas residências que incluem o circuito de captação e uso de águas pluviais ainda no projeto, segundo a arquiteta Consuelo Jorge, o investimento se paga em cerca de cinco anos.

Quanto à conta de água, o cálculo fica mais complicado, porque a Sabesp trabalha com tarifas progressivas e por faixas de consumo. Mas, para se ter uma ideia, há empresas que calculam que o uso não-potável da água, como no caso de descargas, rega de jardim e lavagem de pisos e carros, chega a representar 50% de toda a água consumida. Já pensou em reduzir sua fatura à metade (ou quase isso)? Consuelo Jorge usa sua própria casa como exemplo. “Em uma casa de 430 m², gasto R$ 100 em conta de água por mês.”

Segundo Romera e Silva, na capital paulista, por exemplo, desconsideradas as variações por região da cidade, chove em média 1.400 milímetros por ano. O que significa que cada metro quadrado de área impermeável recebe 1.400 litros de chuva por ano. Portanto, um telhado de 200 m² de área poderia captar cerca de 280 mil litros de água por ano. Que venha a chuva!



Com formato inovador, o Fortlev Slim tem capacidade para até 2 mil litros e é ideal para espaços reduzidos. Para garantir a proteção da água contra incidência direta de luz solar, calor e entrada de animais e insetos, a matéria-prima é aditivada com agentes anti-UV e o produto é composto por uma tampa encaixável e uma calha separadora de folhas. 

Compacto, o sistema Pluvi Home, da Hydro Z, consiste em um taque de recalque de 500 litros com filtros integrados, o que permite a rápida instalação em residências e pequenos comércios, com baixo investimento 




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