sábado, dezembro 10, 2011

Ousadia no centro carioca


Grandes dimensões e prazo reduzido levaram a construtora a adotar estrutura em aço no Centro Empresarial Senado, no Rio de Janeiro



Localizado em uma das regiões mais tradicionais da capital carioca, o Centro Empresarial Senado (CES) será, a partir de 2012, referência para escritórios de alto padrão do Rio de Janeiro.


A construção da WTorre possui quatro blocos divididos em dois edifícios que, ao todo, somam 185 mil m² e pouco mais de 95 mil m² de área locável, além das mais de 1.700 vagas de estacionamento, divididas em cinco subsolos. O conjunto foi projetado e construído para uso da Petrobras, que deverá ocupá-lo por um período mínimo de 18 anos.


Com projeto do escritório Edo Rocha Espaços Corporativos e implantado em meio a construções remanescentes e tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), como casarões coloniais, uma igreja barroca e um edifício público construído no século passado, um dos maiores desafios da WTorre foi investir em sistemas construtivos capazes de imprimir velocidade à execução da obra e ao mesmo tempo minimizar a geração de entulho, ou quaisquer tipos de resíduos, reduzindo o impacto no entorno.


Segundo o arquiteto Sérgio Ficher, um dos responsáveis pelo projeto, a adoção da estrutura em aço, entre outras vantagens, reduziu significativamente o volume de concreto utilizado na obra. “O emprego de estrutura de concreto seria inviável, devido ao volume de insumo necessário a uma obra com estas dimensões, sem contar o curto prazo para a execução, de 26 a 28 meses”, diz.


A solução estrutural emprega pilares mistos de aço e concreto. O engenheiro Jader Daniel Oliveira de Araújo, gerente geral da obra, afirma que, para garantir a estabilização, foram utilizados pilares retangulares com núcleos em aço e concreto de 1,20 m x 0,60 m. Na parte interna das torres também adotaram-se pilares em aço retangulares de 1,50m x 0,75m e circulares com 1,10 m de diâmetro, além de pilares em “T” de até 3,50 m de comprimento. A estabilização efetiva das torres se dá por meio dos núcleos centrais rígidos, em concreto, das caixas de escada e elevadores, que, ao contrário do modo mais usual, foram executados após o início da montagem da estrutura em aço.





Soluções industrializadas facilitaram a execução do complexo de escritórios. Projeto e montagem encontram-se alinhados: nas torres, a velocidade atingida foi de seis pavimentos a cada três semanas

Montagem

Além do projeto, a execução também teve de ser muito bem planejada. Segundo José Carlos Neuenschwander, gerente de montagem da Codeme Engenharia, a montagem das torres aconteceu em tempos diferentes, onde cada uma foi iniciada na medida em que a escavação evoluía e as fundações eram liberadas. “O canteiro de obras era muito restrito, em via de trânsito intenso. Com isso, a viabilidade da obra, do ponto de vista da logística de movimentação, foi garantida pelo uso das estruturas em aço”, afirma.


As estruturas foram produzidas em duas fábricas, uma em Betim (MG) e a outra em Taubaté (SP). Na sequência, foram transportadas até um canteiro de apoio em Nova Iguaçu, e de lá partiram para a obra, conforme a programação do dia e horário que seriam içadas nas torres.


Um passo para a revitalização

A localização do Centro Empresarial Senado abrigou, no início do século XIX, uma vila de operários, região que mais tarde concentrou adeptos da boemia carioca até culminar em sua decadência. Foi esta degradação e demolição que abriu espaço para a expansão imobiliária desta parte do Centro do Rio de Janeiro.


O arquiteto Sérgio Ficher lembra que a obra do CES tem gerado outras modificações no entorno, como a revitalização do antigo edifício da Polícia Federal, que está sendo transformado em museu, da fachada da igreja barroca de Santo Antônio dos Pobres, bem como a reforma da galeria de águas pluviais. Outra iniciativa será a criação do piscinão na Rua dos Inválidos, para evitar enchentes naquele local. Os investimentos fazem parte de um acordo entre o incorporador e a Prefeitura do Rio.


O complexo está em processo de certificação pelo Leadership in Energy and Environmental Design® (LEED), concedido pelo USGBG. Para tanto, foi concebido de acordo com os mais modernos padrões tecnológicos e sustentáveis, como programas de eficiência energética, ar-condicionado insuflado no piso e sistema de reaproveitamento de água, entre outros. (N.F.)




Passarelas interligam os prédios, que abrigarão as salas de escritórios


Fonte : CBCA Revista Arquitetura & Aço

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