sexta-feira, maio 17, 2013

O perigo que vem do céu


Saiba como proteger sua família, o imóvel e os aparelhos eletrônicos de descargas elétricas e surtos de tensão





Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Brasil recebe cem milhões dos três bilhões de raios que caem no mundo anualmente. Esse fato coloca o país entre as nações com maior incidência de descargas elétricas naturais, o que ocasiona cerca de 140 mortes por ano.


Esse problema natural, aliado a imóveis com instalações elétricas inapropriadas, coloca em risco os aparelhos eletrônicos, a estrutura das casas e até mesmo a vida dos moradores. Isso porque poucas residências brasileiras estão protegidas com itens básicos, como para-raios, aterramento e dispositivos de proteção contra surtos (DPS). E eles são essenciais.


Um raio consegue induzir tensão nas fiações por quilômetros de distância. Não precisa cair necessariamente sobre os imóveis para causar danos. 95% das descargas são do tipo indiretas. Por isso, instalar equipamentos de segurança na rede elétrica é extremamente importante, já que é impossível prever a intensidade das descargas geradas nos arredores e o impacto que pode causar nos aparelhos eletrônicos. Abaixo, listamos os principais componentes que auxiliam nessa proteção.


Dispositivos de Proteção Contra Surtos (DPS) 
Esses dispositivos protegem os aparelhos contra o risco de descargas e sobretensões causadas pelo fornecimento das concessionárias de energia, anormalidades que podem queimar os aparelhos eletrônicos.


Os DPS, também conhecidos como para-raios eletrônicos, podem oferecer proteção em três níveis. O DPS classe I é instalado na entrada da edificação e deve ter capacidade para conduzir descargas diretas. Esse tipo de DPS, também chamado de descarregador de corrente, funciona em conjunto com o pára-raios da edificação. Por essa descarga ser de rara incidência, o DPS classe 1 é desprezado na proteção da rede elétrica no Brasil. Já no quadro de disjuntores são instalados os DPS classe 2, que oferecem proteção intermediária contra descargas indiretas. No terceiro nível de proteção podem ser colocados DPS de baixa energia, filtros, nobreaks e condicionadores em geral.


"A capacidade dos DPS deve ser dimensionada levando em consideração o padrão do imóvel e o perfil dos consumidores", informa Luiz Eustaquio Perucci da Silva, gerente de marketing da Siemens no Brasil. Na área urbana, indica-se que o DPS tenha 20 mil amperes de corrente nominal e o dobro de corrente máxima de descarga. Em zona rural ou área urbana de baixa densidade, a proteção deve ser duas vezes maior. "Como uma descarga elétrica indireta tem em média de 5 a 10 mil KA, o produto resiste a esses surtos por até sete vezes (o que pode levar anos para acontecer). Quando a vida útil chega ao fim, a peça sinaliza automaticamente essa condição".








Aterramento 
Apesar de existir lei que obrigue que os imóveis sejam entregues com instalação elétrica aterrada, infelizmente ainda há distorções nesse sentido pelo país. "Caso o imóvel seja vendido sem essa proteção, os donos podem até processar a construtora que descumprir a regra", relata Perucci da Silva.


O aterramento é importante para descarregar tensões, compor proteção ao lado de DPS e para-raios e também evitar choques em tomadas e acúmulo de descargas nos aparelhos. "Com aterramento, a descarga vai diretamente para a terra. Do contrário, ela encontra outros lugares para sair, o que pode causar destruição de aparelhos eletrônicos", comenta Lobo.
Uma proteção residencial completa deve ser composta por aterramento, para-raios e dispositivos de proteção contra surtos


Clamper Tel: indicado para aparelhos eletroeletrônicos ligados simultaneamente à rede de energia elétrica, à linha telefônica ou à internet via linha telefônica.
Clamper cabo: protege aparelhos eletroeletrônicos ligados simultaneamente à rede de energia elétrica, à antena externa de tevê ou à linha de internet via cable modem.
VCL Slim - DPS monopolar: é utilizado na proteção de aparelhos eletroeletrônicos conectados à rede elétrica.



Imóveis sem aterramento correm o risco de sofrer as consequências da indução eletromagnética causada pela grande energia que se transmite durante uma descarga. Dessa forma, aparelhos eletrônicos, telefônicos, informáticos e elétricos podem ser atingidos e pessoas podem sofrer choques.


Segundo a norma brasileira NBR 5410, que trata de instalações elétricas de baixa tensão, existem cinco modelos de aterramento. Os sistemas são compostos basicamente de condutores enterrados. O objetivo é realizar o contato entre o circuito e o solo com a menor impedância possível. Os sistemas mais comuns incluem hastes cravadas verticalmente, condutores horizontais ou um conjunto de ambos. A forma de aterramento mais completa é a malha de terra, constituída de condutores horizontais formando um quadriculado, com hastes cravadas em pontos estratégicos.


Para-raios 
Ao contrário do que se imagina, os para-raios não protegem os aparelhos, e sim as estruturas residenciais, que podem ser destruídas ao receber fortes descargas elétricas. Quando atingido por um raio, esse equipamento conduz a descarga à malha de aterramento. Prédios com para-raios precisam contar com proteção também na rede elétrica, pois ficam expostos a campos magnéticos consideráveis. Geralmente de cobre ou alumínio, esse tipo de proteção é indicada principalmente para edifícios altos e casas em zona rural.


Outras medidas 
Dentro de um nobreak, de um filtro de linha, estabilizador ou de um condicionador pode existir ou não um DPS, que, geralmente, é de baixa capacidade. Sozinhos, podem não comportar a descarga induzida de um raio. "Além disso, a maioria desses protetores não possui um neutro-aterramento, muito importante nessa proteção de uso final e intermediária. Fora isso, nossa rede já é estabilizada e os aparelhos eletrônicos mais novos contam com fontes internas que toleram de 100 a 240 volts de variação de tensão", cita Perucci da Silva.


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