sexta-feira, outubro 08, 2010

Masdar

Masdar, uma cidade sustentável no deserto 

 


Em 2007, quando o governo dos Emirados Árabes anunciou seu plano de construir "a primeira cidade do mundo livre de carbono" nos arredores de Abu Dhabi, muitos ocidentais acharam que aquilo era um marketing moderno para fazer frente à torre de 1.500 metros de altura no deserto e às ilhas artificiais em formato de palmeiras na vizinha Dubai.

Projetada pela firma Foster & Partners, a cidade de Masdar será um quadrado perfeito, com aproximadamente 1.500 metros de cada lado, erguida sobre uma base de sete metros de altura para aproveitar a brisa do deserto. Entre seus labirintos de ruas de pedestres, uma frota de carros elétricos navegará silenciosamente por túneis. O projeto parecia uma mescla de uma fortaleza medieval murada e uma versão moderna da "Terra do Amanhã", do Magic Kingdom da Disneylândia.

As primeiras impressões se revelaram errôneas. Na semana passada, quando a primeira parte da cidade a ficar pronta foi apresentada ao público, ficou claro que Masdar é mais ousada do que se imaginava.









Norman Fostar, o principal sócio da firma responsável pelo projeto, misturou um design high-tech com práticas antigas de construção para criar um intrigante modelo de comunidade sustentável num país onde o dinheiro proveniente do petróleo permite a construção de praticamente qualquer coisa. E ele ainda trabalhou com uma atraente visão social, na qual as tradições locais e a modernização não entram em conflito.

Um dos objetivos em Masdar foi criar uma alternativa ao desenvolvimento ineficiente visto hoje em boa parte das cidades do Oriente Médio - casas construídas num superficial estilo islâmico ao lado de shoppings gigantescos.

Foster começou um meticuloso estudo sobre os assentamentos árabes, entre eles a antiga cidadela de Aleppo, na Síria, e as torres de apartamento de argila em Shibam, no Iêmen, do século XVI. Segundo ele, o importante é entender o fundamental: como as comunidades antigas conseguiam viver numa área em que a temperatura do ar chega a 65 graus Celsius.




Ele descobriu que construir as cidades sobre um platô elevado era uma delas. Outra era fazer ruas estreitas para potencializar o vento encanado e as sombras. Com essas medidas, eles esperam baixar muito a temperatura local e economizar mais da metade do total de energia necessário para fazer a cidade funcionar.

Do total de energia usado, 90% será solar e o restante obtido a partir da incineração de rejeitos. Os serviços de purificação e incineração são todos subterrâneos. E os painéis fotovoltaicos ficam fora da cidade. Carros são totalmente proibidos. 
 
 
 
 






















 
fonte: http://www.comunidadearquitetura.com.br/urbanismo/masdar-uma-cidade-sustentavel-no-deserto


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