A mistura de nave interplanetária e morada indígena reflete, de certa forma, o jeito de ser de Darcy Ribeiro
Taba do antropólogo ganha memorial
Híbrido de oca com disco voador, o Memorial Darcy Ribeiro foi desenhado pelo arquiteto João Filgueiras Lima (Lelé). Desde dezembro do ano passado, esse amálgama de óvni com casa nativa, implantado no campus da Universidade de Brasília (UnB), tem a missão de guardar a trajetória de um dos mais polêmicos pensadores brasileiros.
O volume anexo, do anfiteatro, é parcialmente revestido por placas de concreto
O edifício circular tem cobertura com diâmetro de quase 40 metros
“Parecia que ia faltar Brasil para tantas ideias de Darcy”, observou. “Brasil não vai faltar, ele que faz falta”, acrescentou. Não poderia, portanto, ter partido de outra pessoa, senão do próprio Ribeiro, a intenção de construir um local para guardar seu acervo no campus da Universidade de Brasília, da qual foi um dos idealizadores.
Conta a história que, internado no Hospital Sarah Kubitschek de Brasília para tratar de um câncer, em 1996, Ribeiro reforçou ao amigo Lelé, por meio de teleconferência, o desejo expresso anteriormente de que o arquiteto projetasse uma casa para abrigar os livros e o acervo do antropólogo, bem como de sua primeira companheira, Berta Ribeiro.
Lelé recorda‑se ainda que a ideia do memorial começara a florescer em uma conversa entre ambos em 1995, quando Ribeiro fugiu do tratamento no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, para refugiar-se em sua casa em Maricá (onde o arquiteto era um dos poucos a ser recebido).
Com o agravamento da doença, a urgência se acelerou. Ribeiro não queria que a construção parecesse vetusta; pelo contrário, desejava que combinasse arrojo e beleza, inovação e simplicidade.
Uma semana depois da videoconferência, Lelé mostrou-lhe pessoalmente o primeiro esboço do edifício, ao qual o próprio homenageado, emérito apelidador (é dele a alcunha de Sambódromo dada ao local de desfile das escolas de samba), deu o nome extraoficial de Beijódromo, já que pretendia que seu memorial fosse também um local de afetos.
Conta a história que, internado no Hospital Sarah Kubitschek de Brasília para tratar de um câncer, em 1996, Ribeiro reforçou ao amigo Lelé, por meio de teleconferência, o desejo expresso anteriormente de que o arquiteto projetasse uma casa para abrigar os livros e o acervo do antropólogo, bem como de sua primeira companheira, Berta Ribeiro.
Lelé recorda‑se ainda que a ideia do memorial começara a florescer em uma conversa entre ambos em 1995, quando Ribeiro fugiu do tratamento no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, para refugiar-se em sua casa em Maricá (onde o arquiteto era um dos poucos a ser recebido).
Com o agravamento da doença, a urgência se acelerou. Ribeiro não queria que a construção parecesse vetusta; pelo contrário, desejava que combinasse arrojo e beleza, inovação e simplicidade.
Uma semana depois da videoconferência, Lelé mostrou-lhe pessoalmente o primeiro esboço do edifício, ao qual o próprio homenageado, emérito apelidador (é dele a alcunha de Sambódromo dada ao local de desfile das escolas de samba), deu o nome extraoficial de Beijódromo, já que pretendia que seu memorial fosse também um local de afetos.
A formação em talude foi aproveitada para acomodar a plateia do teatro
No centro da edificação está o espaço ajardinado, que tem pé-direito duplo
A ponte que dá acesso ao memorial é coberta por uma marquise metálica
Lelé concebeu para o centro cultural e de pesquisa um edifício circular de dois pavimentos com 31,60 metros de diâmetro e cobertura de 37 metros, em cujo centro existe um espaço igualmente circular ajardinado, com 13 metros de diâmetro e pé-direito duplo. O térreo está apoiado no solo.
O pavimento superior possui laje de concreto armado sustentada por 32 vigas radiais metálicas engastadas a pilaretes também metálicos, posicionados na periferia da construção e, no centro, em um anel interno que distribui a carga para oito pilares metálicos tubulares.
Para a estrutura da cobertura, o arquiteto empregou 32 vigas radiais apoiadas externamente nas vigas do piso superior e internamente em um anel metálico com três metros de diâmetro.
A cobertura é de telhas dobradas em chapas pré-pintadas de aço galvanizado e, no trecho correspondente ao jardim interno, de chapas de policarbonato alveolar. No interior do prédio, lâminas de aço pré-pintado funcionam como brises na área vedada com policarbonato, permitindo aproveitar a luz natural na maior parte do dia.
Envolto por um lago, o memorial tem acesso por uma ponte coberta por marquise metálica. Na parte posterior da construção circular fica o teatro, anexo que aproveita a formação em talude constituída pela terra retirada na escavação para o círculo de água.
Um sistema de vaporização resultante da passagem do ar introduzido no prédio por meio de nebulização mecânica da água do lago proporciona conforto ambiental em todo o conjunto.
Salas de aulas, galeria para exposição, cineclube, gabinetes de pesquisa, centro de documentação, café, livraria e anfiteatro estão reunidos no memorial. Ele abriga, além do acervo de Darcy e Berta, a biblioteca do antropólogo, com cerca de 30 mil volumes.
O espaço pode acolher apresentações artísticas, lançamento de livros e exposições. O memorial fica entre o Instituto Central de Ciências (que Ribeiro apelidou de Minhocão) e a reitoria. Resultado de um convênio entre o Ministério da Cultura e a Fundação Darcy Ribeiro, teve investimento de 8,5 milhões de reais.
fonte: http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/joao-filgueiras-lima-centro-cultural-20-07-2011.html
Gostei muito de suas criações, excelente profissional.e muito bonita também! Rsrsrsrs; desculpe a invasão.
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