As referências à arquitetura moderna brasileira não são as únicas características a chamar a atenção nesta casa que ocupa praticamente toda a área disponível de um estreito lote de esquina de Porto Alegre (RS). Sua forma de prisma e sua assimetria provocam não somente em seus moradores – mas também nos transeuntes – uma sensação de transformação constante.
A identidade nacional do projeto está presente no concreto estrutural e aparente, na planta com amplos ambientes que se abrem para o entorno, além, é claro, da piscina e da vegetação exuberante que domina o jardim. Mas enquanto um certo espírito brutalista se faz presente em todas as formas conquistadas com o uso do concreto aparente, outro sentido mais rigoroso – proveniente, talvez, do estilo dos autores, os arquitetos do estúdio inglês Procter-Rihl Architects – se encontra nas formas rígidas da escada e sobretudo dos detalhes de aço que compõem a fachada, a cobertura e as canaletas.
Graças à essa combinação, a casa parece amplificar o estreito espaço dísponível. O comprimento dos ambientes também colabora para isso: conforme se caminha dentro deles, o espaço que poderia se assemelhar a um túnel cresce de 3,7 a 4,8 metros, dando maior sensação de liberdade.
A geometria provocadora da residência se divide no primeiro pavimento entre o jardim, com acesso a partir da rua lateral para pedestres, que segue para o estar, a sala de jantar e a cozinha. No centro, a escada e um pátio interno separam os primeiros ambientes do lavabo e da área de serviço, além da garagem, com acesso pela via principal.
O segundo pavimento se divide entre dois ambientes. De um lado, o quarto de hóspedes abre-se para um terraço, onde está a piscina. De outro, está a suíte, com closets e um imenso banheiro.
O vidro estrutural da piscina que toca o primeiro pavimento é um caso à parte. Ele cria uma conexão visual única entre a sala de estar e a água. Parece um quadro em constante mudança, que varia conforme a luz do dia ou da noite penetra, ou quando a piscina é usada pelos moradores.
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