A moda e a arquitetura caminham juntas
A moda e a arquitetura têm o mesmo papel de expressar o espírito ou as vontades de uma determinada época, só que em matérias e formas diferentes.
No Brasil, a moda tem se alimentado da arquitetura não apenas nas estruturas e modelagens. Nas passarelas do inverno 2010, apareceram coleções como a da Maria Bonita, que se inspirou no trabalho da modernista Lina Bo Bardi, e da estilista Glória Coelho, que mostrou a continuação da sua coleção de verão inspirada no futurista norte-americano Frank Gehry.
As silhuetas são muito próximas das obras criadas pelos arquitetos, assim como as linhas, texturas e combinações de cores que remetem ao conceito de cada um. Tanto Glória quanto Danielle Jensen, estilista de Maria Bonita, acertaram nas propostas de material para a realização das peças, apresentando roupas criativas e bem elaboradas.
No começo do século XX, na Belle Epóque, a arquitetura se deixou influenciar pela Art Noveau. As construções da época eram sempre marcadas por muitas formas orgânicas, linhas curvilíneas e motivos meio naturais. A moda seguiu o mesmo caminho. “O corpo feminino tornou-se um verdadeiro repositório de linhas curvas, onde a cintura nunca tinha sido tão afunilada como nesse momento”, escreveu o historiador de moda João Braga no seu livro “História da Moda”.
Nos anos 20, as linhas sinuosas da Art Noveau foram substituídas pela geometria da Art Déco, que também ecoou tanto na arquitetura, como na moda, com os vestidos retos, sem marcar o corpo, com as cinturas baixas e motivos geométricos.
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