Mostrando postagens com marcador pedra. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador pedra. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, junho 10, 2010

Mármore e Granito




O uso do mármore e granito em construções tem uma história muito antiga. Tem-se notícia de seu uso 3º e 4º milênio aC.

No período Greco-Romano o Mármore passa a ser muito mais utilizado. Roma em 660 dC teve sua primeira importação de Mármore para construção de residência Consular. Para frente, a expansão foi muito maior sendo utilizado na ornamentação de Edifícios (ornamentos de arquitetura), elaboração de colunas, vasos, tanques e objetos requintados para ostentação de riqueza.

 Na idade média já eram aplicados em Palácios, Castelos etc. No Século XVII ocorre a descoberta de novas jazidas na Espanha, Itália, França, proporcionando novos tipos.

CARACTERÍSTICAS

O Mármore apresenta versões industrializadas que são constituídas de pedriscos prensados com resina. Já nos naturais as Cores são uniformes e podem acompanhar os veios possuindo baixa resistência à abrasão. São constituídos de Carbonato de cálcio e magnésio, apresentam uma grande diversidade de cores, são sensíveis a alimentos ácidos e produtos de limpeza, também são encontrados em diversas medidas de Chapas, como também, em placas de 40×30cm, 40×40cm e 60×30cm(preços menores)

O Granito é extraído de rocha ígnea dura e constituído de quartzo, feldspato, mica. Por isso, apresenta alta resistência, não risca e raramente deteriora. O desgaste é de 0.5 a 0.6mm(IPT) e é encontrado em diversas medidas de chapas e acabamentos, como segue:


• Jateado( jatos de areia): Feito a partir de jatos de areia, que dão aspecto opaco às pedras. Usado tanto em mármores e granitos e indicado para áreas externas

• Levigado(lixamento bruto)/Aspecto rústico: Usado tanto em mármores como em granitos, trata-se de um acabamento semi-polido, adequado a áreas internas e externas

• Flameado(jato de fogo)/Áspero(externo): Feito a base de fogo, dá um aspecto rugoso e ondulado. É indicado somente para granitos com espessura igual ou superior a 2,0 cm. Por isso, é indicado para áreas externas devido à propriedades antiderrapantes

• Apicoado(pequenas marteladas)/Aspereza variável: Feito a partir de impactos, dá um aspecto poroso e uniforme ás pedras.É indicado somente para granitos com espessura igual ou superior a 2.0cm e para áreas externas devidas á propriedades antiderrapantes

• Polido(brilho)/Estética: Liso e brilhante, feito a partir de lustração tanto em mármores como granitos. É escorregadio em contato com a água.

Para o assentamento do mármore ou granito, as regras são as mesmas adotadas para as pedras naturais sendo que o contra piso e paredes devem estar impecavelmente nivelados. É importante salientar que suas faces internas precisam ser impermeabilizadas, bem como, o contra piso para evitar futuros problemas de mancha.

O Planejamento da paginação é extremamente importante para que não ocorram erros de estética ou desenhos, no assentamento (Existe uma diversidade de formas possíveis para paginação). As placas devem ser numeradas antes do corte e o desenho deve ser remontado pela continuação dos veios, na instalação. Outra opção é a Aleatória (Preferencialmente a instalação de pedras mais claras na entrada e manchadas em locais menos visíveis). 

Antes da colagem do revestimento, deve-se aplicar argamassa/cimento branco ou o indicado, areia lavada e peneirada usando o mínimo de água na mistura e instalação para evitar problemas de eflorescência (mancha preta). A colagem deve ser feita com argamassa Colante-Específico Mármore/Granito e rejunte para pedras.

Mármore:
Granito:

MANUTENÇÃO

A manutenção de mármores e granitos é muito semelhante e deve seguir a mesma feita para as pedras naturais. No caso do tráfego leve de pessoas ela não necessita de nenhum produto particularmente sofisticado a limpeza e pode ser feita com detergente neutro diluído em água limpa, que deverá ser trocada com freqüência. Para proteção pode se utilizar ceras normais, naturais ou sintéticas (Usar enceradeira do tipo doméstica).

Em superfícies já tratadas, a limpeza pode ser feita com água limpa e fria, adicionando uma pequena quantidade de detergente neutro diluído. Em superfícies de pequenas o uso da esponja ou pano é ideal para substituir a água.

Para tráfego intenso de pessoas o ideal é a contratação de uma empresa profissional. Neste caso, é importante fazer uma aplicação, em camadas, de ceras a base de resina polimérica com o uso de um pano embebido, deixando seca cada camada antes de aplicar a seguinte. O uso da enceradeira com alta rotação colabora no endurecimento da cera pela ação mecânica(Polimento).



segunda-feira, maio 10, 2010

Paredes vestidas de pedra

Troque a tradicional pintura das alvenarias pela rusticidade e o charme do material

Revestimentos naturais são sempre boas alternativas para dar mais personalidade ao ambiente. Duráveis e resistentes, as pedras podem ser usadas de diferentes formas (em filetes, placas, cacos, alto e baixo relevo) e dão um toque de rusticidade a áreas internas e externas. Além disso, aceitam combinações com estilos variados e compõem projetos sofisticados. 

A instalação, na maioria dos casos, é simples. Normalmente são assentadas com argamassa comum de cimento sobre uma superfície rústica, porém, para um bom resultado, é fundamental contar com mão de obra especializada. Como se trata de um material pesado, outra recomendação é prever um reforço estrutural caso as pedras sejam instaladas em grande quantidade, em painéis altos e edificações de vários pavimentos.
Inspire-se nas composições apresentadas



As pedras filetadas criam um interessante jogo de texturas em relação ao polimento do piso e ao vidro. Todo o corpo da lareira foi revestido com pedra São Tomé em peças de 30 x 3 cm, em média. As pedras foram aplicadas em alto relevo com argamassa comum sobre superfície impermeabilizada e com acabamento sem rejunte, ocupando uma área de 30 m². A cor clara da São Tomé revela um conjunto harmônico que dialoga com os demais tons propostos para a sala. Por já ter pilar embutido para apoio de viga da laje, a parede não exigiu reforço estrutural.


 
Nobreza da pedra


A sofisticação do banheiro  é reforçada pelo uso dos mármores especiais que revestem as paredes. Para execução dessa sala de banho contemporânea foram usadas as cores e adornos onde predominam a leveza do branco e os detalhes do vermelho. O tom vibrante ganha destaque com o mármore vermelho.

O painel é composto por pequenos quadrados (2 x 2 cm) colados em uma tela (30 x 30 cm) aplicada na alvenaria. O filete de mármore Spacatto Branco Especial (Legato Pisos) é formado por barrinhas individuais de dimensões variadas (2 a 3 cm x 20 a 30 cm), coladas uma a uma, formando um mosaico. Tanto o mármore vermelho (5 m²) quanto o branco (3,60 m²) foram assentados com junta seca e argamassa específica para o material.




Toda a parte inferior das paredes externas foi revestida com pedra grés amarela, que no sul do País é encontrada em um tom claro. A opção da arquiteta foi por pedras de tamanhos diferentes (10 x 20 cm, 20 x 20 cm, 10 x 30 cm, 20 x 30 cm) dispostas de forma intercalada, criando um mosaico e um jogo de relevos.
Para que o peso das pedras não causasse problemas, o revestimento com pedra grés foi previsto no cálculo estrutural da construção. A instalação foi executada com argamassa própria e junta seca, respeitando a espessura das peças.


 No espaço gourmet, a pedra portuguesa bege para valorizar o ambiente, revestindo 8 m² da alvenaria com o material. Apesar de rústico, o mosaico português combinado a outros elementos acaba dando um ar sofisticado ao espaço. Com lados que variam de 2 a 4 cm, as pedras foram instaladas e rejuntadas com argamassa de areia e cimento. A espessura irregular do mosaico criou um relevo que trouxe movimento para a parede, ao mesmo tempo em que contrasta com o vidro liso. Além de bonita, a pedra portuguesa é resistente, não exige manutenção e caso alguma peça se solte a reposição é simples.


Elegante, a adega as tem paredes recobertas por filetes de pedra pau-ferro (Pietrecolorati) num mosaico de alto e baixo relevos. O revestimento é vendido em placas de 30 x 30 cm, compostas pelos cortes de 1,3 cm de largura com comprimento aleatório, pontas serradas e superfície desnivelada. A instalação das placas foi executada com argamassa.

As pedras ocupam 2,88 m² da parede, que não necessitou de reforço estrutural por conta da medida reduzida. Saiu do tradicional e criou uma adega com efeito sofisticado, quente e aconchegante. O material tem aparência de madeira, mas por ser pedra facilita na contenção de umidade.

segunda-feira, março 15, 2010

Materiais ecológicos

O que são materiais ecológicos ou ecoprodutos?

Ecoprodutos são todos artigos de origem artesanal ou industrializada, que sejam não -poluentes, atóxicos, benéficos ao meio ambiente e á saúde dos seres vivos, contribuindo para o desenvolvimento sustentável.

Como saber se o material/tecnologia é sustentável ou menos impactante?

* Matéria-prima – é virgem ou reciclada? Como é extraída? É um recurso renovável?
* Qual é o processo produtivo? Apresenta baixo consumo de energia? E de água? O processo é poluente? (ar, água, terra, som). Gera que tipo de resíduos?
* O produto é poluente?
* Sua instalação, manutenção gera resíduos?
* Como é a logística de distribuição do produto? Consome muita energia?
* E a embalagem? Possui potencial de reciclagem ou de reuso?
* Possui algum tipo de certificação ( tipo ISSO 14001) ou SELO?


PEDRA

Um dos preceitos básicos da arquitetura sustentável é aproveitar os materiais disponíveis próximo à obra. Portanto, em locais com pedra em abundância, utilizá-la é um procedimento adequado

{txtalt}

Pedras pizarra revestem a sala de jantar projetada por Fabiana Avanzi e Tininha Loureiro.


O processo de extração é ainda mais impactante quando feito em blocos, como no caso do granito. "Sobram muitos pedaços de rocha que não têm uso."

Já numa lavra de mármore bem conduzida, a quantidade de sobras é menor. Esse tipo de pedra também leva vantagem em relação ao granito no aproveitamento das sobras, que são moídas e usadas na agricultura, como corretivo do solo. Depois de extraídos, os blocos de pedra vão para as serrarias, onde são cortados em placas, e a seguir para as marmorarias, de onde saem como revestimentos, tampos e bancadas.

Nessas etapas, o ponto crítico é o destino da chamada polpa, uma mistura formada pelo pó resultante da serragem e do polimento e pela água consumida nesses processos. Se liberado na natureza sem tratamento, esse material pode turvar e assorear os cursos d'água próximos.
Em resumo: o setor de pedras ornamentais ainda está se organizando na busca da certificação. Por enquanto, não é possível ter certeza de que o produto que compramos foi extraído e processado de acordo com as leis ambientais.

Solo-cimento, solução para economia e sustentabilidade



O solo-cimento está por aí há décadas, mas seu uso ainda é bem restrito. Com isto, florestas inteiras são devastadas para produzir tijolos cerâmicos que, além de tudo, são mais caros. Conheça as características do solo-cimento e procure utilizá-lo, a natureza agradece (e seu bolso também).

Muito se tem falado em sustentabilidade, de suas premissas e também de sua necessidade imediata. Mas pouco se fala nas soluções, além das óbvias reciclagem de água e economia de energia, que deveriam ser preocupação de qualquer cidadão.

As autoridades só se preocupam com o barateamento da construção popular, para produzir mais habitações com menos verba, e logo pensam em economizar nas paredes e materiais de acabamento, mas parece que o solo-cimento vem sendo negligenciado, não entendemos muito bem porque.

Casa popular feita com tijolos de solo-cimento em Cuiabá-MT
Casa popular feita com tijolos de solo-cimento em Cuiabá-MT
O solo-cimento é um material alternativo de baixo custo, obtido pela mistura de solo, água e um pouco de cimento. A massa compactada endurece com o tempo, em poucos dias ganha consistência e durabilidade suficientes para diversas aplicações na construção civil, indo de paredes e pisos até muros de arrimo.

O solo-cimento é uma evolução de técnicas de construção do passado, como o adobe e a taipa. A vantagem é que os aglomerantes naturais, de características variáveis e instáveis, foram substituídas pelo cimento, produto industrializado e de qualidade controlada.

Há duas grandes áreas onde o solo-cimento pode ser uma solução muito interessante. A primeira está nos loteamentos populares, onde a própria comunidade pode produzir tijolos e pisos com maquinário simples e a baixíssimo custo. Outra área, mais sofisticada e tão importante quanto, são os condomínios onde a ecologia e a sustentabilidade ditam regras. Nestes empreendimentos, o solo-cimento pode ser produzido igualmente no local, diminuindo o custo da construção, agredindo muito menos o meio ambiente, usando mão-de-obra da região e, de quebra, produzindo habitações com um conforto térmico insuperável, ajudando a diminuir a necessidade de ar condicionado e calefação, novamente, ajudando o meio-ambiente e diminuindo a demanda por energia.

Modos de utilização

Na construção civil, o solo-cimento pode ser usado de quatro maneiras diferentes: em tijolos ou blocos, nos pisos e contrapisos, em paredes maciças e também ensacado. Vejamos:

Tijolos ou blocos -- São produzidos manualmente ou em pequenas prensas, dispensando a queima em fornos. Eles só precisam ser umedecidos para se tornar muito resistentes e com excelente aspecto.

Paredes maciças – Técnica similar à taipa de pilão usada no período colonial. A a massa é compactada diretamente na forma montada no próprio local da parede, em camadas sucessivas, no sentido vertical, formando painéis inteiriços sem juntas horizontais.

Pavimentos -- O solo-cimento também é compactado no local, com o auxílio de formas, mas em uma única camada. No final, o piso fica constituído por placas maciças, totalmente apoiadas no chão.

Ensacado – A mistura de solo-cimento, em formato de uma “farofa úmica”, é colocada em sacos que funcionam como formas. Os sacos têm a boca costurada, depois são colocados na posição de uso, onde são imediatamente compactados, um a um. O resultado é similar à construção de muros de arrimo com matacões, isto é, como grandes blocos de pedra.

Componentes utilizados no solo-cimento

Conforme já dissemos, o solo-cimento nada mais é do que uma mistura de cimento, água e solo. Mas não é qualquer solo, o ideal é usar areia argilosa, onde a maior é areia e a menor é de argila. A areia pura não contém argila, assim não é adequada para o solo-cimento, na verdade, estaríamos produzindo blocos de concreto ao invés de tijolos de solo-cimento.

O solo argiloso, que contém mais argila do que areia, também não é adequado pois requer uma quantidade maior de cimento, sendo difícil de misturar e compactar. Mas este tipo de solo pode ser corrigido, basta adicionar areia. Claro que há limites econômicos e técnicos para isso, por isto é melhor fazer alguns testes e colocar na ponta do lápis até que ponto é interessante corrigir um solo inadequado ou partir logo para blocos de concreto ou cerâmicos tradicionais.

O solo para a mistura deve estar limpo, sem galhos, folhas, raízes ou material orgânico. Aliás, solos com muito material não servem para a produção de solo-cimento.

Testando o solo

Antes de iniciar a produção é preciso saber se o solo é adequado ao solo-cimento, técnica e economicamente falando. Para saber, existe um teste bem simples, apelidado de “teste da caixa”, que consiste em fazer um corpo de prova da seguinte maneira:

1 -- Retira-se uma amostra de aproximadamente 4kg do solo que está em avaliação. Não usar a camada superficial, que sempre contém matéria orgânica. A amostra de solo deve ficar secando até que possa passar por peneira com malha entre 4 a 6mm

2 -- Misturar água aos poucos, até que a mistura, ao ser pressionada com uma colher de pedreiro, comece a grudar na lâmina.

3 -- Colocar o solo já umedecido em uma caixa de madeira com as dimensões internas de 60 x 3,5 x 8,5 cm, conforme figura ao lado. A parte interna da caixa deve ser untada com óleo ou desformante comercial.

4 -- Encher totalmente a forma, pressionando e alisando a superfície com a colher de pedreiro, certificando-se de não criar nenhum espaço vazio no interior da massa.

5 -- Deixar a caixa em ambiente fechado, protegida do sol e da chuva durante 7 dias, molhando-a todos os dias. Depois disto, medir a retração ocorrida no sentido do comprimento da caixa e também nos dois lados da mesma. Some as três medidas. Se o valor ficar abaixo de 2 cm e se não aparecerem trincas no corpo de prova então o solo é adequado e pode ser usado.

Certamente, o ideal é usar solo retirado do próprio local da obra. Caso ele não passe no teste da caixa será preciso procurar solo mais adequado em outro local. Aliás, o local de retirada do solo é denominado “jazida”. Por questões econômicas, a jazida deve ficar o mais próximo possível da obra, já que o custo do transporte pode inviabilizar economicamente o projeto.

Assim, pode-se estudar várias misturas, com diferentes quantidades de cimento, e água e de adição de areia até conseguir um traço que atenda aos requisitos do teste da caixa de maneira a utilizar o solo do próprio local ou próximo a ele.

Preparo do solo-cimento

O traço da massa, ou seja, a dosagem dos componentes, deve ser estudada com cuidado fazendo quantos corpos de prova forem necessários. Em geral, nas obras de pequeno porte usa-se o traço padrão de 1 para 12, ou seja, uma parte de cimento para cada 12 partes de solo adequado, aquela mistura que aprovamos no teste da caixa.

Em obras de maior porte o solo-cimento pode ser produzido em usinas ou centrais de mistura, com prensas manuais ou hidráulicas. Em obras de pequeno porte, a mistura é feita manualmente pois a mistura em betoneira é difícil pois o material tem muita liga.

Antes de fazer a mistura é preciso passar o solo por uma peneira de malha entre 4 a 6 mm para retirar pedras e outras impurezas. Depois, esparramar o solo sobre uma superfície lisa e impermeável, numa camada com 20cm a 30cm de altura. Espalhar cimento sobre o solo peneirado e revolver bem, até a mistura ficar com coloração uniforme. Novamente, espalhar a mistura numa camada com 20cm a 30cm de altura e adicionar água, aos poucos, de preferência com um regador com crivo, misturando tudo novamente.

Os componentes devem ser misturados até que a massa fique parecendo uma farofa úmida de coloração uniforme, próxima à cor do solo utilizado mas levemente escurecida devido à presença da água.

Entretanto, atenção: é muito importante que a quantidade de água da mistura seja dosada com atenção. Muita água faz com que o material perca resistência e tenda a trincar. Com pouca água a compactação fica difícil e o solo-cimento ficará com menos resistência. Mas como saber se a proporção está certa? Bem, existem alguns pequenos testes práticos:

Encha bem a mão com a mistura e aperte com força. Logo em seguida abra a mão e o bolo formado deve apresentar perfeitamente a marca dos dedos. Se isto não acontecer, a mistura está com pouca água.

A seguir, levante o bolo até uma altura de 1 m e deixe cair. No impacto o bolo deve se desmanchar, caso contrário é porque a mistura está com muita água. Nesse caso, esparrame e revolva bastante a mistura, para que o excesso de água evapore, ou então adicione mais solo e cimento. Repita o teste, até estar certo de que a quantidade de água está adequada.

A mistura do solo-cimento começa a endurecer rápido, devendo ser usada em no máximo duas horas após o preparo. Por isto, deve-se evitar preparar mais solo-cimento do que for ser utilizado nesse intervalo de tempo.

Fabricação de tijolos: lançamento, compactação e cura

Numa condição mais rudimentar, os tijolos podem ser feitos em pequenas formas de madeira com adensamento manual. Para agilizar o processo, a produção de pequenos volumes de tijolos pode ser feita com uma prensa manual, leve e de baixo custo. Cada prensa pode facilmente produzir 1500 tijolos por dia. O procedimento é simples:

Prensa manual para produção de tijolos de solo-cimento
Prensa manual para produção de tijolos de solo-cimento
1 -- Abrir a tampa da forma da prensa e preenchê-la com a mistura de solo-cimento previamente preparada.

2 -- Nivelar a mistura, retirando o excesso, e depois fechar a tampa da forma da prensa.

3 -- Acionar a prensa para compactar a mistura.

4 -- Acionar a alavanca da prensa para retirar os tijolos da forma.

Após esta desforma, retirar cuidadosamente os tijolos da prensa. Eles devem ser empilhados em local protegido do sol e do vento, tomando o cuidado de fazer pilhas com no máximo 1,5m de altura. Feita a produção, é preciso cuidar da cura do cimento.

A cura é feita nos tijolos recém produzidos, no local onde devem ficar armazenados, sem movimentação, pelos tempo em que dura o processo. Molhar os tijolos ao menos 3 vezes ao dia, durante os 7 primeiros dias. Após essa fase os tijolos estarão prontos para serem armazenados ou outro local ou usados imediatamente.

As prensas manuais não produzem blocos de solo-cimento, apenas tijolos. Mas as prensas hidráulicas podem fabricar tanto tijolos quanto blocos de solo-cimento, com grande volume de produção, mas o preço do equipameto é elevado e só se justifica em obras de grande porte.

Usando os tijolos

Depois de fabricados e curados, os tijolos de solo-cimento podem ser usados normalmente, como se fossem tijolos comuns. A instalações hidráulicas e elétricas também são executadas do mesmo modo que nas construções convencionais.

Não há necessidade de revestir as paredes feitas com solo-cimento, mas convém fazer uma pintura de impermeabilização à base de latex, esmalte ou técnica similar, para aumentar sua durabilidade, novamente, da mesma forma que se faz com alvenaria de tijolos comuns.

Em resumo...

A técnica do solo-cimento é muito interessante e tem inúmeras aplicações. Mostramos aqui apenas o básico para você conhecer alguma coisa dos procedimentos, mas consideramos de grande importância pesquisar o assunto e pensar, além das vantagens econômicas, também no lado social e da não-agressão ao meio-ambiente, ou seja, na sustentabilidade de seu empreendimento ou ação social.

APLICAÇÕES DO SOLO-CIMENTO NA CONSTRUÇÃO CIVIL
BenfeitoriaAplicação
EdificaçõesFundação. Baldrame, sapata corrida ou parede maciça apoiada diretamente sobre o solo
Alvenaria, com tijolos e blocos ou então em paredes maciças
Piso e contra-piso, pavimentação
PaisagismoPiso e contra-piso de passeios e calçadas
Pátios e terreiros
PavimentaçãoBase e sub-base de ruas e estradas
Contenção de encostasMuro de arrimo com solo-cimento ensacado
Contenção de córregosRevestimento dos taludes e canais com solo-cimento ensacado ou em parede maciça
Pequenas barragensDique com solo-cimento ensacado
Cabeceiras de pontes, pontilhões, bocas de galeriasMuro de arrimo com solo-cimento ensacado