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segunda-feira, setembro 16, 2013

Olimpíada de Tóquio terá estádio de Zaha


Palco principal dos Jogos de 2020 é da arquiteta


Faltam sete anos para a cidade de Tóquio se consagrar mais uma vez como sede dos Jogos Olímpicos como foi anunciado na semana passada, mas o projeto do palco principal do evento já está pronto. O novo Estádio Nacional do Japão, que abrigará as competições de atletismo, além das cerimônias de abertura e encerramento, terá capacidade para 80 mil pessoas, cobertura retrátil, arquibancadas adaptáveis para diferentes tipos de eventos (com direito a cadeiras que chegam mais perto do campo em caso de partidas de futebol e shows de música), além de ser ecologicamente sustentável.



Diferentemente do conservador e clássico Maracanã, que fará o mesmo papel na Olimpíada do Rio-2016, o novo estádio japonês é totalmente futurista – suas linhas fazem lembrar um enorme capacete de bicicleta. O desenho tem o traço inconfundível de Zaha Hadid, arquiteta iraquiana radicada na Grã-Bretanha que foi a primeira mulher a receber o Prêmio Pritzker, o Oscar da arquitetura. É dela também o projeto do centro aquático de Londres-2012, cujo teto tinha a aparência de uma enorme onda. Zaha venceu 45 escritórios no concurso feito ano passado pela prefeitura de Tóquio.

O curioso é que o evento que impulsionou a realização do concurso de arquitetura não foi a Olimpíada (Tóquio ainda era só uma candidata), mas sim a Copa do Mundo de Rugby, marcada para acontecer no país em 2019. O novo Estádio Nacional será construído justamente no lugar do antigo, que recebeu os Jogos Olímpicos de 1964, os primeiros ocorridos na capital japonesa.


A fluidez e a inovação do desenho mereceram rasgados elogios de ninguém menos que Tadao Ando, chefe do júri que escolheu o projeto. Para ele, “a entrada dinâmica e futurista do estádio incorpora a mensagem que o Japão gostaria de passar para o resto do mundo”. O arquiteto japonês, também detentor de um Pritzker, acredita que o projeto se encaixa perfeitamente na paisagem de Tóquio. “Acho que esse estádio vai se tornar um altar do esporte mundial pelos próximos 100 anos”, completa.

Orçada em 1,62 bilhão de dólares, a construção está marcada para começar no fim de 2015, assim que a demolição do antigo estádio for concluída.












quarta-feira, novembro 23, 2011

Estádio Nacional de Brasília quer ser um dos mais sustentáveis do mundo





O estádio terá capacidade projetada para 70 mil pessoas l Foto: Castro Mello Arquitetura

A cidade de Brasília, que abrigará importantes jogos da Copa de 2014, pretende transformar o estádio Mané Garrincha em uma das arenas de futebol mais sustentáveis do mundo. O estádio terá capacidade projetada para 70 mil pessoas e pleiteia a certificação Leed Platinum, selo máximo da construção ecologicamente correta fornecido pelo instituto americano U.S. Green Building Council (GBC).

Para obtê-lo, a obra tem de atingir no mínimo 80 pontos de um total de cem. São avaliados o consumo de energia, o reaproveitamento de água, o uso de materiais certificados ou reciclados na construção e no mobiliário, a localização do empreendimento e a baixa produção de resíduos, entre outros itens.

Outros oito estádios brasileiros almejam a certificação básica do Leed e para isso precisarão cumprir mínimos 50 pontos o selo é condição para receber financiamento do BNDES, que possui uma linha de créditos especial para ecoarenas. Seguir com rigor os padrões tem seu preço: a construção fica até 5% mais cara.

Em compensação os custos com manutenção e operação caem drasticamente, diz Vicente Castro Mello, sócio da Castro Mello Arquitetos, escritório responsável pelo projeto brasiliense. Segundo cálculos da firma, a economia de operação do novo Mané Garrincha poderá chegar aos sete milhões de reais por ano.

Especializado em arquitetura esportiva, ele foi um dos idealizadores, ao lado do economista americano Ian McKee, do Projeto Copa Verde. “A ideia central é usar este megaevento esportivo para transformar a cidade, criando um legado sustentável”, afirma. “O estádio deve servir para múltiplos usos, além das partidas de futebol. Queremos que ele seja a melhor arena para shows da América Latina”, diz.

Orçada em 671 milhões de reais, o estádio deverá passar por uma rígida auditoria do GBC, que vai avaliar se ele está realmente apto a levar o certificado Platinum.

As chances do estádio conseguir o selo máximo são altas, mas é necessária precisão na execução das obras, avalia Marcos Casado, gerente técnico do GBC Brasil, braço nacional do instituto americano. A vantagem é que a sustentabilidade é parte integrante da concepção do projeto de Brasília, o que torna o objetivo mais fácil de ser alcançado.



Design integrado à cidade


Brasília tem uma arquitetura marcante, tombada pelo patrimônio histórico. Uma das características que mais saltam aos olhos são as colunas sempre posicionadas à frente dos palácios, como no Supremo Tribunal Federal, no Palácio do Planalto e no Itamarati. Respeitando esse desenho, o escritório de arquitetura bolou um estádio com colunas que garantem 30% de sombra, como se fosse um chapéu.

Longe de mero efeito figurativo, a fachada foi pensada a partir de uma análise bioclimática da construção. Durante um ano inteiro, 26% do tempo, um ser humano se sente bem dentro de uma edificação comum de Brasília, sem precisar recorrer ao ar condicionado ou aquecedores. Em outros 30% de tempo, é preciso proteção nas janelas, para garantir zona e conforto, sem gastar com aparelhos.

Uma Copa para fazer a pé ou de bike

Com o aeroporto a 15 minutos do estádio, o projeto prevê um sistema de transporte interligado e eficiente. O plano é ter um BRT com ônibus ecológicos, de combustível híbrido e um programa público de aluguel de bicicletas, com a criação de 600km de ciclovias. “Vai ser possível ir pedalando de bike do aeroporto para o estádio”, diz Vicente.

Ou ainda fazer a pé o caminho entre o estádio e o hotel, já que a rede hoteleira se concentrará em um raio máximo de 3km do centro esportivo. No meio do caminho, há museus, teatros, hospitais e uma rodoviária. A acessibilidade é outra questão importante para um estádio verde. Além de elevadores, rampas facilitarão o acesso de pessoas com deficiência ou cadeirantes a vários níveis da arena.

Iluminação eficiente e renovável

O estádio de Brasília terá uma megaestrutura de painéis solares capaz de gerar 2,54 MW, o equivalente à demanda energética de 1,4 mil residências por dia. Na maior parte do tempo, ele será autossuficiente em energia, e o excedente será repassado para rede ou vendido.

Em dias de jogos, quando houver pico, o estádio terá capacidade de prover 50% da energia, a outra metade virá da concessionária que recebeu anteriormente o excedente. Todo o sistema de iluminação da arena será em LED. E com uma disposição eficiente das luzes no campo é possível reduzir em até 18% o consumo de energia.





Paisagismo local

O projeto conta com aproximadamente 230 mil metros quadrados de áreas verdes. A vegetação será de espécimes nativas do cerrado de Brasília para reduzir a necessidade do consumo excessivo de água na irrigação e manutenção. O paisagismo terá piso drenante e refletivo, que não absorve calor.

Uso inteligente de água


O projeto prevê um sistema de captação de água da chuva, que será filtrada para abastecer toda a demanda do estádio. Nos banheiros masculinos, serão usados mictórios que dispensam água. Utilizado em larga escala nos EUA, o sistema usa um óleo vegetal: no acionar da descarga, o óleo sobe e a urina desce por gravidade para a rede de coleta de esgoto. Segundo Vicente, essa tecnologia tem apelo financeiro porque, além da economia de água, dispensa instalações necessárias para um banheiro com descarga tradicional.

Cobertura que captura CO2

Esta é talvez uma das soluções mais high tech do estádio. A cobertura será feita de uma membrana branca que reflete o calor e tem dióxido de titânio em sua composição. Este elemento, em contato com a umidade do ar e as gotas da chuva, se comporta como se fosse um teflon (revestimento de panela) - nele sujeira não gruda nem se acumula.

Mais, a reação química entre as moléculas de água e o CO2 da atmosfera na presença do dióxido de titânio gera CO3, nitrogênio. “É como se essa membrana fizesse uma espécie de fotossíntese, retirando o gás carbônico da atmosfera”, conta Vicente.


As informações são do Green Building Council Brasil.

terça-feira, junho 07, 2011

Copa 2014 – a importância do controle de orçamento de obras

No dia 30 de outubro de 2007, o mundo assistiu à eleição do Brasil como país sede da Copa do Mundo de 2014. Praticamente 4 anos se passaram desde o anúncio realizado em Zurique, na sede da FIFA, e as obras previstas não mostram uma evolução satisfatória desde então. Já faz algum tempo que os órgãos públicos brasileiros vêm sofrendo inúmeras cobranças de diversos setores para acelerarem as construções dos estádios. Nas últimas semanas, as maiores cobranças ao governo vieram da própria imprensa brasileira. A menos de 4 anos para a Copa do Mundo no Brasil, vamos entender de que forma esta demora pode afetar o governo brasileiro em diversas outras áreas.

Semana passada, a revista Veja, em sua edição de número 2.218, apresentou uma matéria de 10 páginas detalhando a situação dos estádios brasileiros que estarão na Copa. A situação diagnosticada é grave: segundo a reportagem, se o ritmo das obras continuar da mesma maneira, o Brasil estará pronto para o evento apenas em 2038. A revista revela que dos R$ 23,7 bilhões previstos para o orçamento total, apenas R$ 590 mil foram investidos, 7,5% do total.


Para realizar a reportagem, a revista organizou uma verdadeira operação aérea, com fotógrafos sobrevoando cada um dos 12 estádios previstos para abrigar as seleções de todo o mundo. Exceção feita ao estádio Castelão, no qual o ritmo das obras anda dentro do prazo para 2013, todas as outras reformas estão atrasadas. As situações mais críticas, conforme a reportagem, estão nas sedes Curitiba, Natal e São Paulo: na primeira, há um entrave entre o Atlético Paranaense e o Estado para decidir quem irá desembolsar os R$ 130 milhões da obra; em Natal, o Estádio Machadão dará lugar à Areia das Dunas, mas ele ainda precisa ser demolido; em São Paulo, as obras do futuro estádio do Corinthians só começaram nesta semana, no dia 30/05.

Entre as possíveis razões para o atraso elencadas pela Veja, estão: o fato de se ter 12 cidades-sedes, que dificulta a centralização dos investimentos; a falta de um órgão para gerenciar, fiscalizar e cobrar a execução dos projetos – na África do Sul, por exemplo, o governo arcou com 98% dos gastos e controlou o cronograma; dificuldade de se obter recursos rapidamente – as obras não conseguem financiamentos no prazo adequado frente ao BNDES, que, por sua vez, retém a verba porque os contratantes não cumprem as obrigações contratuais; por fim, o velho costume de que em cima da hora o dinheiro costuma aparecer – no Pan, que também tinha obras atrasadas, o orçamento total foi de R$ 4 bilhões, dez vezes a projeção inicial.

Além dos estádios

Um estudo realizado pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) prevê que nove aeroportos brasileiros não ficarão prontos a tempo da Copa 2014. De acordo com o instituto, as obras dos aeroportos de Manaus, Fortaleza, Brasília, Guarulhos, Salvador, Campinas e Cuiabá só ficariam prontas em 2017, tomando por base os prazos médios de elaboração de projetos e licenciamentos do país. Os de Confins e Porto Alegre já estão com projetos básicos prontos, entretanto, também não ficariam prontos dentro do prazo. Veja aqui a matéria da Folha.com sobre o estudo.

A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, admitiu a preocupação do governo com o cumprimento dos prazos, após o seminário Infraestrutura de Transporte no Brasil, realizado em São Paulo, no dia 27/5. “Tudo nos preocupa, porque queremos fazer um evento de máxima qualidade, mas os desafios na área de transporte são muito maiores que a Copa do Mundo”, afirmou a ministra.


Douglas Vivian, especialista do setor de serviços da TOTVS, acredita que os aeroportos ficarão prontos a tempo, mas chama atenção para as falhas apresentadas até então. “Possivelmente, as obras serão entregues, mesmo que de forma parcial e a qualquer custo, para enfim termos a tão esperada Copa do Mundo. O fato é que todos esses atrasos comprovaram a nossa incompetência em planejar e executar, o que, aliado aos interesses políticos, demonstra que ainda não estamos suficientemente maduros para mostrarmos ao mundo todo o potencial do Brasil”.

Mesmo com todas as dificuldades apontadas, Douglas tem confiança de que o Brasil irá sediar uma boa Copa do Mundo. “Tenho certeza de que vamos aproveitar esta grande oportunidade para crescer como país e como povo, mostrando a todos o orgulho de ser brasileiro. Esta é a hora de passar por cima de tudo e fazer com que o mundo veja o nosso poder de superação, desta vez planejando com empenho e organização”.

fonte: Blog da TOTVS