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segunda-feira, setembro 16, 2013

Olimpíada de Tóquio terá estádio de Zaha


Palco principal dos Jogos de 2020 é da arquiteta


Faltam sete anos para a cidade de Tóquio se consagrar mais uma vez como sede dos Jogos Olímpicos como foi anunciado na semana passada, mas o projeto do palco principal do evento já está pronto. O novo Estádio Nacional do Japão, que abrigará as competições de atletismo, além das cerimônias de abertura e encerramento, terá capacidade para 80 mil pessoas, cobertura retrátil, arquibancadas adaptáveis para diferentes tipos de eventos (com direito a cadeiras que chegam mais perto do campo em caso de partidas de futebol e shows de música), além de ser ecologicamente sustentável.



Diferentemente do conservador e clássico Maracanã, que fará o mesmo papel na Olimpíada do Rio-2016, o novo estádio japonês é totalmente futurista – suas linhas fazem lembrar um enorme capacete de bicicleta. O desenho tem o traço inconfundível de Zaha Hadid, arquiteta iraquiana radicada na Grã-Bretanha que foi a primeira mulher a receber o Prêmio Pritzker, o Oscar da arquitetura. É dela também o projeto do centro aquático de Londres-2012, cujo teto tinha a aparência de uma enorme onda. Zaha venceu 45 escritórios no concurso feito ano passado pela prefeitura de Tóquio.

O curioso é que o evento que impulsionou a realização do concurso de arquitetura não foi a Olimpíada (Tóquio ainda era só uma candidata), mas sim a Copa do Mundo de Rugby, marcada para acontecer no país em 2019. O novo Estádio Nacional será construído justamente no lugar do antigo, que recebeu os Jogos Olímpicos de 1964, os primeiros ocorridos na capital japonesa.


A fluidez e a inovação do desenho mereceram rasgados elogios de ninguém menos que Tadao Ando, chefe do júri que escolheu o projeto. Para ele, “a entrada dinâmica e futurista do estádio incorpora a mensagem que o Japão gostaria de passar para o resto do mundo”. O arquiteto japonês, também detentor de um Pritzker, acredita que o projeto se encaixa perfeitamente na paisagem de Tóquio. “Acho que esse estádio vai se tornar um altar do esporte mundial pelos próximos 100 anos”, completa.

Orçada em 1,62 bilhão de dólares, a construção está marcada para começar no fim de 2015, assim que a demolição do antigo estádio for concluída.












quarta-feira, outubro 03, 2012

Maracanã ganha novas arquibancadas metálicas e cobertura tensionada


Cerca de 4.600 t de perfis de aço e assentos pré-moldados de concreto aceleram prazo de construção da arquibancada da arena, que contará com cobertura tensoestruturada de lona e sistema de amortecimento construído com rejeitos de demolição. Conheça detalhes da obra




"Maracanaço." Assim ficou conhecido o jogo final da Copa do Mundo de 1950 em que a anfitriã seleção brasileira de futebol perdeu por 2 a 1 para os uruguaios, deixando desolados quase 200 mil torcedores naquele que, à época, era o maior estádio do globo: o Maracanã, no Rio de Janeiro. Mais de seis décadas depois, o Brasil terá nova chance de sair vitorioso nos campos do popular Maraca, que sediará a partida decisória da Copa do Mundo de 2014.

Mas antes de a bola rolar, a arena terá de voltar a ser contundente do ponto de vista da engenharia atual, ou pelo menos atender a todas as exigências da Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa). Construído em 1948, o estádio Jornalista Mário Filho além de ter sido palco de inúmeras partidas históricas, também recebeu a visita do Papa João Paulo II, shows de Madonna, Rolling Stones, a segunda edição do festival Rock inRio e as cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos Pan-Americanos de 2007, entre outros. Com tantos eventos de grande porte, é natural que o estádio tenha sofrido deteriorações em sua estrutura com o passar dos anos que, somadas às adequações exigidas pela Fifa, culminaram na atual reforma pela qual o Maracanã passa e que tem previsão de término para fevereiro de 2013.

Na obra, o primeiro passo foi demolir parte expressiva da arquibancada, pois além de possuir alguns pontos cegos que dificultavam a visibilidade total do campo para parte dos torcedores, sua estrutura também apresentava pontos de corrosão, que poderiam colocar em risco a segurança das pessoas. "Ninguém conhece 100% uma obra sem começar a mexer e enxergar os problemas. Logo no início, começamos com esse trabalho de verificar a estrutura e vimos que estava muito pior do que se esperava", explica o gerente do Consórcio Maracanã Rio 2014, Carlos Zaeyen.




O acesso ao estádio será feito por duas rampas de grandes proporções - que estão sendo reativadas - e outras quatro laterais. Ao lado: retirada da cobertura original do estádio com o uso de guindastes.

Depois da retirada de todos os assentos das arquibancadas, a demolição dos setores superior e inferior em concreto armado - substituídos mais tarde por estruturas metálicas - foi realizada com a utilização de fio diamantado composto por aço inox de tipo flexível (fios torcidos e pérolas diamantadas separadas por anéis de borracha). O material rejeitado dessa demolição acabou sendo usado para compor o sistema de amortecimento do estádio.

Outra parte demolida foi a antiga cobertura do Maracanã, que denotava sinais de corrosão que poderiam impactar a segurança do estádio. "Quando avaliamos o estado estrutural da cobertura, vimos que ela apresentava vários trechos com alta corrosão. Além disso, o concreto tinha uma espessura de apenas 4 cm, podendo cair a qualquer momento", explica o engenheiro e projetista João Luis Casagrande, da Casagrande Engenharia, responsável pelos cálculos estruturais do projeto.

A demolição, aparentemente simples e motivada por questões técnicas e de segurança, se mostrou complexa por uma questão legal: o Maracanã é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e, por isso, a demolição da marquise era proibida. Entretanto, diante de laudos técnicos que comprovavam a falta de capacidade da estrutura original da cobertura para suportar as ampliações exigidas pela Fifa, os técnicos do Iphan acabaram por aprovar a derrubada. Ainda assim, parte da estrutura do Maracanã teve de ser conservada, como a fachada e um pequeno trecho das arquibancadas superiores.

Na demolição da marquise, a cobertura original do estádio foi dividida em pequenas peças que, depois de serradas com discos diamantados finos, foram retiradas com a ajuda de um guindaste. Os gigantes foram retirados da mesma forma; no entanto, alguns continham cabos protendidos externos que corriam o risco de chicotear quando cortados. "A maneira que encontramos de fazer esse processo sem risco foi aquecendo esses cabos para diminuir sua tensão e depois cortá-los", diz Casagrande. Ao todo, foram removidas mais de 18 mil t.

A análise das estruturas originais do estádio e a recuperação do que estava danificado envolveram profissionais brasileiros e estrangeiros. "Tivemos de buscar técnicos do mais alto gabarito em termos de patologias de concreto e estruturas antigas para analisar as estruturas do Maracanã", conta Dante Venturini, diretor de engenharia da Odebrecht, uma das empresas do Consórcio Maracanã Rio 2014. "O trabalho de base foi realizado por brasileiros da Universidade Federal de Goiás com a colaboração de profissionais da Espanha, pois a Europa tem vastos estudos sobre patologias de concreto em estruturas antigas", completa.

Por todas essas reviravoltas, o presidente da interveniente Empresa de Obras Públicas do Rio de Janeiro (Emop), Ícaro Moreno, avalia que o grande desafio do projeto do novo Maracanã é "adaptar o projeto original e refazê-lo com características atuais para atender os cadernos de encargos da Fifa", diz. Segundo Moreno, a obra necessita diariamente de um planejamento para um curto espaço de tempo para atender a essas exigências.


Vista externa do novo Maracanã. Mais de 78 mil torcedores acompanharão as partidas em novas cadeiras, com assentos retráteis e com proteção antichamas

ESTÁDIO PRONTO
Depois de finalizadas as obras do novo Maracanã, o estádio terá a capacidade de 78.639 torcedores, que terão acesso ao estádio por quatro novas rampas construídas no novo projeto, além das duas rampas monumentais, que serão reativadas.

O estádio terá 110 camarotes, localizados nos setores leste e oeste, 60 bares e 231 banheiros distribuídos por toda a área construída, sendo 67 deles adaptados para portadores de necessidades especiais.

Uma das exigências no caderno de encargos da Fifa é a evacuação rápida e organizada do público. Para isso, 54 novas saídas da arquibancada foram construídas para que a capacidade total de pessoas permitida no estádio consiga deixar as dependências do Maracanã em até oito minutos.

As novas arquibancadas avançaram 14 m em direção ao campo, deixando os espectadores mais próximos, ficando separados do gramado apenas por uma mureta de 90 cm de altura com uma proteção de vidro, instalada entre os assentos e o campo.

Contraforte
Finalizadas as demolições, foi hora de preparar a estrutura do estádio para as ampliações. A etapa se iniciou com a execução do sistema de contraforte, que amortecerá as cargas verticais de quase 80 mil pessoas nas arquibancadas. Segundo Casagrande, o uso da solução em estádio é inovador. "Decidimos que não usaríamos o sistema de amortecimento tradicional, cujos amortecedores são semelhantes aos de automóveis. E como precisávamos acelerar os processos construtivos, optamos pelo contraforte, instalado na parte mais baixa das arquibancadas", diz.

O sistema consiste em uma espécie de piscina de concreto que aproveita rejeitos da demolição do estádio e do solo retirado para a realização das fundações. Esses destroços foram reprocessados e compõem o sistema de amortecimento do estádio. "O Maracanã inteiro foi feito com uma massa de 95 kg/m², que é leve para um estádio de futebol. Fizemos uma boa economia de aço, graças ao sistema de amortecimento", diz Casagrande.

De acordo com ele, o sistema suporta as vibrações de toda a estrutura em uma frequência de até 6 Hz. "Se o estádio servisse apenas para jogos de futebol, poderíamos atingir uma frequência de 2,5 Hz que já seria suficiente. No entanto, o Maracanã também recebe shows e outros espetáculos, por isso a necessidade de se alcançar a marca dos 6 Hz e garantir a comodidade e o conforto da plateia", diz o engenheiro.



Estrutura das arquibancadas
"Dado o prazo que tínhamos para a reforma do novo estádio, a única forma foi substituir as arquibancadas antigas de concreto armado por estrutura metálica e pré-moldados", explica Casagrande. Na base de concreto do contraforte foram fixados os perfis metálicos que estruturam a nova arquibancada. Com 4.600 t de perfis de aço, a nova arquibancada do Maracanã vai se transformar em um anel único, ao contrário dos dois anéis da antiga arquitetura. A estrutura metálica, já executada e composta por perfis e vigas-jacaré, suporta os degraus de concreto pré-moldado.



Arquibancada estruturada com perfis metálicos e com degraus em concreto pré-moldado, fabricados no próprio canteiro do estádio



Nos próximos meses, serão colocados assentos, instalados em cinco setores do estádio (arquibancada, cadeiras especiais, premium, camarotes e tribuna de honra) e que vão comportar aproximadamente 78 mil torcedores. "A Fifa exige que sejam utilizados assentos com níveis de flamabilidade e resistência. Por isso, foi desenvolvido esse material antichama de classe V0, e que segue os padrões da ABNT [Associação Brasileira de Normas Técnicas]", diz o arquiteto e coordenador de projetos do Consórcio Maracanã, Bernard Malafaia.

Os perfis das arquibancadas receberam lajes de steel deck para acelerar o cronograma da obra. "Devido à proteção passiva que a estrutura tem que ter contra incêndios, foi colocada uma armadura de reforço sobre o steel deck, para que a laje ganhasse uma estrutura de concreto e o steel deck fosse usado apenas como fôrma", explica Casagrande.

Nos vãos em pavimentos abaixo das arquibancadas, serão construídos os bares e banheiros do estádio. Para abrigar os 110 camarotes do novo Maracanã, os projetistas resolveram construir uma viga em "u" em concreto armado, permitindo que as áreas dos camarotes tenham mais espaço, sem a necessidade de construção de pilares que acabariam diminuindo a área interna desses setores.



Detalhe da estrutura metálica mostra vigas-jacaré (onde são montados os degraus das arquibancadas), as divisões dos pavimentos internos do estádio e a ligação de toda a estrutura no sistema de amortecimento



Cobertura
A polêmica reforma da cobertura atende a exigência da Fifa de acobertar os assentos do estádio. No Maracanã, aproximadamente 95% dos assentos serão cobertos, ficando uma pequena área descoberta devido à arquitetura do estádio, que tem um formato ovalado, segundo Malafaia.

No lugar da antiga cobertura, será instalada outra com cabos tensionados e uma membrana de PVC com Teflon PTFE, que vai cobrir um vão de 68,4 m. "A cobertura é apoiada em um anel e funciona como se fosse uma roda de bicicleta. Desse anel externo saem os cabos que vão ser tensionados, num processo chamado big lift", diz o arquiteto.

A previsão é de que a cobertura esteja toda montada até dezembro deste ano, mas é necessário que se terminem as obras das arquibancadas primeiramente, para que a região do campo onde estão concentrados os materiais para a montagem dos pré-fabricados seja liberada. Depois dessa liberação, a cobertura será montada na área do campo de futebol e depois içada com os cabos (big lift). Após o término da montagem da cobertura, haverá um período de um mês em que nenhuma atividade na região do campo e das arquibancadas poderá ser realizada. O trabalho deverá ser feito apenas nas áreas internas do estádio, de acordo com Malafaia.



À esquerda: estrutura metálica fixada ao sistema de amortecimento do estádio, composto por uma camada de concreto feita com rejeitos da demolição das arquibancadas e do solo retirado para as fundações. À direita: lajes de steel deck fecham perfis metálicos das arquibancadas



A nova cobertura do Maracanã vai também captar água da chuva para reutilização em uso não potável nos banheiros. "Isso faz parte da certificação leed que o Maracanã quer implantar, de boas práticas de gestão ambiental", diz Malafaia. "Cerca de 50% da água da chuva que cair sobre o estádio será captada pela cobertura e drenada através de 60 calhas de concreto, que fazem parte da estrutura do Maracanã, por um sistema de sucção a vácuo", completa.

Essa água será, então, levada até dois reservatórios subterrâneos, com 920 m³ e 1.200 m³ de capacidade de armazenamento. Na entrada desses reservatórios serão instalados filtros para tratamento da água, que posteriormente será direcionada aos banheiros. A previsão é de que o estádio capte uma média de 29 mil m³ de água anualmente. De acordo com Malafaia, a água drenada do gramado também será reutilizada para a irrigação do campo.

O gramado do Maracanã terá um sistema de drenagem comum, diferente do inicialmente exigido pela Fifa, a vácuo. "O sistema que a Fifa pediu não era viável por conta do lençol freático do local, que varia em torno de 0,5 m abaixo do nível final do campo", explica o arquiteto. "Isso iria comprometer o terreno, que hoje está compactado, e os tubos poderiam ficar flutuando caso o lençol freático suba, causando uma série de problemas futuros como, por exemplo, o rebaixamento do campo", diz.

Segundo o arquiteto, a opção apresentada à Fifa mostrava que a drenagem por gravidade, que teve sua capacidade dobrada, era suficiente para atender às exigências da entidade e foi aprovada. "O Maracanã tinha uma espécie de espinha de peixe embaixo do campo. A distância entre as espinhas eram de 8 m e nós diminuímos para 4 m, além de aumentarmos o diâmetro dos tubos", explica.

É na cobertura também que foram instalados dispositivos para agregar eficiência energética ao estádio. Ligadas aos anéis de compressão fixados na cobertura do estádio estão instaladas placas fotovoltaicas. Os painéis cobrem toda a superfície das arquibancadas - cerca de 2,5 mil m² - para a captação de energia solar, que posteriormente será convertida para energia elétrica por transformadores. O sistema será capaz de gerar 670 mil kW/h por ano. Esta instalação é um projeto financiado pela Light e Eletricité de France (EDF), e é suficiente para abastecer o equivalente a 25% da energia necessária para o funcionamento do Maracanã.


quarta-feira, novembro 23, 2011

Estádio Nacional de Brasília quer ser um dos mais sustentáveis do mundo





O estádio terá capacidade projetada para 70 mil pessoas l Foto: Castro Mello Arquitetura

A cidade de Brasília, que abrigará importantes jogos da Copa de 2014, pretende transformar o estádio Mané Garrincha em uma das arenas de futebol mais sustentáveis do mundo. O estádio terá capacidade projetada para 70 mil pessoas e pleiteia a certificação Leed Platinum, selo máximo da construção ecologicamente correta fornecido pelo instituto americano U.S. Green Building Council (GBC).

Para obtê-lo, a obra tem de atingir no mínimo 80 pontos de um total de cem. São avaliados o consumo de energia, o reaproveitamento de água, o uso de materiais certificados ou reciclados na construção e no mobiliário, a localização do empreendimento e a baixa produção de resíduos, entre outros itens.

Outros oito estádios brasileiros almejam a certificação básica do Leed e para isso precisarão cumprir mínimos 50 pontos o selo é condição para receber financiamento do BNDES, que possui uma linha de créditos especial para ecoarenas. Seguir com rigor os padrões tem seu preço: a construção fica até 5% mais cara.

Em compensação os custos com manutenção e operação caem drasticamente, diz Vicente Castro Mello, sócio da Castro Mello Arquitetos, escritório responsável pelo projeto brasiliense. Segundo cálculos da firma, a economia de operação do novo Mané Garrincha poderá chegar aos sete milhões de reais por ano.

Especializado em arquitetura esportiva, ele foi um dos idealizadores, ao lado do economista americano Ian McKee, do Projeto Copa Verde. “A ideia central é usar este megaevento esportivo para transformar a cidade, criando um legado sustentável”, afirma. “O estádio deve servir para múltiplos usos, além das partidas de futebol. Queremos que ele seja a melhor arena para shows da América Latina”, diz.

Orçada em 671 milhões de reais, o estádio deverá passar por uma rígida auditoria do GBC, que vai avaliar se ele está realmente apto a levar o certificado Platinum.

As chances do estádio conseguir o selo máximo são altas, mas é necessária precisão na execução das obras, avalia Marcos Casado, gerente técnico do GBC Brasil, braço nacional do instituto americano. A vantagem é que a sustentabilidade é parte integrante da concepção do projeto de Brasília, o que torna o objetivo mais fácil de ser alcançado.



Design integrado à cidade


Brasília tem uma arquitetura marcante, tombada pelo patrimônio histórico. Uma das características que mais saltam aos olhos são as colunas sempre posicionadas à frente dos palácios, como no Supremo Tribunal Federal, no Palácio do Planalto e no Itamarati. Respeitando esse desenho, o escritório de arquitetura bolou um estádio com colunas que garantem 30% de sombra, como se fosse um chapéu.

Longe de mero efeito figurativo, a fachada foi pensada a partir de uma análise bioclimática da construção. Durante um ano inteiro, 26% do tempo, um ser humano se sente bem dentro de uma edificação comum de Brasília, sem precisar recorrer ao ar condicionado ou aquecedores. Em outros 30% de tempo, é preciso proteção nas janelas, para garantir zona e conforto, sem gastar com aparelhos.

Uma Copa para fazer a pé ou de bike

Com o aeroporto a 15 minutos do estádio, o projeto prevê um sistema de transporte interligado e eficiente. O plano é ter um BRT com ônibus ecológicos, de combustível híbrido e um programa público de aluguel de bicicletas, com a criação de 600km de ciclovias. “Vai ser possível ir pedalando de bike do aeroporto para o estádio”, diz Vicente.

Ou ainda fazer a pé o caminho entre o estádio e o hotel, já que a rede hoteleira se concentrará em um raio máximo de 3km do centro esportivo. No meio do caminho, há museus, teatros, hospitais e uma rodoviária. A acessibilidade é outra questão importante para um estádio verde. Além de elevadores, rampas facilitarão o acesso de pessoas com deficiência ou cadeirantes a vários níveis da arena.

Iluminação eficiente e renovável

O estádio de Brasília terá uma megaestrutura de painéis solares capaz de gerar 2,54 MW, o equivalente à demanda energética de 1,4 mil residências por dia. Na maior parte do tempo, ele será autossuficiente em energia, e o excedente será repassado para rede ou vendido.

Em dias de jogos, quando houver pico, o estádio terá capacidade de prover 50% da energia, a outra metade virá da concessionária que recebeu anteriormente o excedente. Todo o sistema de iluminação da arena será em LED. E com uma disposição eficiente das luzes no campo é possível reduzir em até 18% o consumo de energia.





Paisagismo local

O projeto conta com aproximadamente 230 mil metros quadrados de áreas verdes. A vegetação será de espécimes nativas do cerrado de Brasília para reduzir a necessidade do consumo excessivo de água na irrigação e manutenção. O paisagismo terá piso drenante e refletivo, que não absorve calor.

Uso inteligente de água


O projeto prevê um sistema de captação de água da chuva, que será filtrada para abastecer toda a demanda do estádio. Nos banheiros masculinos, serão usados mictórios que dispensam água. Utilizado em larga escala nos EUA, o sistema usa um óleo vegetal: no acionar da descarga, o óleo sobe e a urina desce por gravidade para a rede de coleta de esgoto. Segundo Vicente, essa tecnologia tem apelo financeiro porque, além da economia de água, dispensa instalações necessárias para um banheiro com descarga tradicional.

Cobertura que captura CO2

Esta é talvez uma das soluções mais high tech do estádio. A cobertura será feita de uma membrana branca que reflete o calor e tem dióxido de titânio em sua composição. Este elemento, em contato com a umidade do ar e as gotas da chuva, se comporta como se fosse um teflon (revestimento de panela) - nele sujeira não gruda nem se acumula.

Mais, a reação química entre as moléculas de água e o CO2 da atmosfera na presença do dióxido de titânio gera CO3, nitrogênio. “É como se essa membrana fizesse uma espécie de fotossíntese, retirando o gás carbônico da atmosfera”, conta Vicente.


As informações são do Green Building Council Brasil.

segunda-feira, setembro 12, 2011

Estádio em Vancouver recebe a maior cobertura retrátil do mundo


Geiger Engineers
A estrutura primária da cobertura é formada por 36 cabos de aço que se unem no anel de compressão, trabalhando como 18 pontes suspensas

Quando foi construído, em 1983, o estádio BC Place em Vancouver, Canadá, possuía a maior cobertura suspensa a ar na época. Porém, junto com reformas de modernização do estádio, a cobertura também passaria por mudanças, principalmente para aumentar as possibilidades de uso do estádio e economizar energia.

Como era suspensa a ar, a cobertura original era pressurizada, em uma operação contínua de ventiladores que mantinham a pressão. Outra questão era a necessidade de derreter a neve que se depositava na cobertura, o que demandava um gasto expressivo de energia.

"Desde o começo não se queria uma nova cobertura suspensa a ar, porque ela tem algumas vulnerabilidades e, do ponto de vista operacional, cria restrições ao uso do estádio", conta David Campbell, engenheiro do Geiger Engineers e chefe do projeto estrutural da cobertura.

A nova cobertura, chamada de Blue-Sky Roof, será, por sua vez, a maior cobertura retrátil sustentada por cabos do mundo. Com dimensões de 159 m x 236 m, a área retrátil tem aproximadamente 7.350 m², no centro da cobertura. A maior parte da cobertura é fixa, cobrindo a arquibancada de 60 mil lugares. Assim, quando se abre a parte retrátil da cobertura, a arquibancada permanece coberta e o campo fica exposto. A abertura leva 20 minutos para ser completada.

A membrana da cobertura é feita de fibra de vidro e PTFE (politetrafluoretileno), material translúcido. "Sob a borda da cobertura há um grande clerestório [parte da parede de uma nave iluminada naturalmente], feito de filme de ETFE (etileno tetrafluoretileno), quase tão translúcido como vidro", completa Campbell.

A escolha deste projeto pelo dono (BC Pavilion Corporate) foi motivada pela estética arquitetônica e pela funcionalidade da cobertura retrátil, conta Campbell: "A ideia é que o estádio ficasse 'selado' como um espaço fechado no inverno e, no verão, com a opção de aberto ou fechado. Em pelo menos seis meses do ano ele não será aberto".


















Restrição e solução
"Havia muitas restrições ao projeto, por conta do prédio já existente (o estádio) e da área local, que é limitada", conta Campbell. Inicialmente, a equipe pensou em construir sobre o topo da edificação e usá-la como suporte. "Mas isso seria muito difícil de ser executado, porque a cobertura original era muito leve, pois era suspensa a ar." No final, manteve-se a intenção de fazer uma cobertura bastante leve, ainda que mais pesada que a original.
São 36 mastros em volta do estádio para sustentar a estrutura e a cobertura, que será amarrada aos cabos de aço. Cada mastro tem 47 m de altura.
Assim, neste tipo particular de estrutura, a estrutura primária são os 36 cabos radiais, visualmente apoiados para cima. "A estrutura primária não se move, mas sim apenas o revestimento, e os cabos ficam abertos, o que visualmente é aceitável", comenta Cambpell.

"Provavelmente o maior desafio na execução", conta Campbell, "foi a elevação". As peças são relativamente pesadas, e o acesso seria difícil porque não era possível posicionar uma grua fora do estádio. "Toda a infraestrutura teve que ser elevada pelo interior - o campo. E alcançar além dos assentos demandou o uso de uma grande grua", acrescenta.

Uma torre central temporária foi erguida para sustentar a cobertura até que ela fosse plenamente executada e pudesse se suportar sozinha. A massa da estrutura está concentrada fora do perímetro do estádio. Os mastros de 47 m são elevados em pares opostos, unidos por um cabo de 9 cm de diâmetro. Ao mesmo tempo, 36 vigas formam um anel que estabiliza a estrutura. Com todos os mastros erguidos, a torre temporária é removida.





Após a estrutura primária ter sido elevada, o desafio seguinte foi executar a rede de cabos e todas as treliças. A estrutura primária, uma vez finalizada, sustenta-se sozinha, e então o restante da estrutura foi feito no nível do campo.
Há também outros cabos radiais vindos do topo do perímetro que descem ao nó central, e cabos radiais inferiores, do nó central ao perímetro. Entre os dois, em um plano vertical, estão os cabos de suporte, "como os suportes em uma ponte suspensa - neste caso, o cabo superior seria como uma catenária em uma ponte suspensa, e o cabo inferior é onde se localiza a cobertura", explica Campbell. Assim, pode-se dizer que a estrutura primária da cobertura "assemelha-se a um conjunto de 18 pontes suspensas", cada uma com 200 m de comprimento.

"Em uma seção através do centro da edificação, é possível ver, cruzando o teto, o que parece uma ponte suspensa; a cobertura é suspensa pelos cabos radiais como o tabuleiro da ponte", esclarece Campbell. Além disso, "o componente horizontal das forças dos cabos equilibra-se no anel de compressão de aço", diz o engenheiro.


Geiger Engineers
O anel de aço no topo da cobertura faz a resistência da componente horizontal das forças dos cabos
Este tipo de cobertura está sendo comparado com uma roda de bicicleta. "A maior parte dos sistemas em cabos têm um anel de compressão, que equilibra as forças do cabo na elevação da cobertura", conta Campbell.

Há alguns tipos de conexão na rede de cabos. Os cabos radiais superiores e inferiores, que vão do perímetro ao nó central, e os cabos de suporte estão conectados com braçadeiras. No nó central todos os 72 cabos (36 superiores e 36 inferiores) conectam-se em uma só peça, o anel de aço. São dois discos que comprimem os cabos, com cerca de 175 mm de espessura e 5,1 m de diâmetro.

Geiger Engineers
O levantamento da cobertura foi feito por dentro do estádio, pois não havia espaço do lado de fora para as gruas

A parte retrátil terá camada dupla da membrana. Segundo Campbell, "não era possível conseguir a firmeza que queríamos apenas com uma membrana simples". Assim, esta parte da cobertura será inflada. Para fechar, o ar será retirado e o tecido puxado por roldanas hidráulicas instaladas nos cabos de aço até a parte central do estádio, sendo armazenado no centro da caixa que comporta os telões de vídeo.






Para evitar vazamentos, um volume cilíndrico de membrana vedará a conexão entre as duas partes da cobertura. Segundo testes realizados pela equipe de engenharia, chuvas com ventos de até 100 km/h não devem passar pela cobertura, que também resistirá às tempestades de neve da região.



Os mastros de 47 m de altura ficam permanentemente levantados. A massa da cobertura concentra-se fora do perímetro do estádio
As membranas da cobertura também são altamente reflexivas, reduzindo o ganho de calor. Elas também são translúcidas e, juntamente com o clerestório, permitem a entrada de luz natural. No verão, com o topo da cobertura aberto, o prédio opera como um local ao ar livre e não precisa de resfriamento. No inverno, o estádio fechado é aquecido e os sistemas operam como um prédio fechado. A cobertura traz, segundo Campbell, economia de 25% de energia.

Toda a reforma do estádio, que inclui reforço da estrutura de concreto, troca da fachada envidraçada, além de melhorias no campo, nos refeitórios, nos vestiários e na parte mecânica da arena, custou aproximadamente US$ 563 milhões.

fonte: http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/173/artigo226545-3.asp















domingo, julho 17, 2011

Só o Arena da Baixada terá custo de reforma menor que o argentino Ciudad de La Plata

Estádio onde a seleção brasileira disputará o próximo jogo pela Copa América custou R$ 367,2 milhões. Veja os preços dos estádios em obras para 2014



Sede do próximo jogo do Brasil nas quartas-de-final da Copa América, o Estadio Único - Ciudad de La Plata (Argentina) foi reformado a partir de 2008, quando o país foi escolhido como sede do campeonato. Sua reforma, estimada em US$ 216 milhões (cerca de R$ 367,2 milhões), teve custo menor que as atuais reformas dos estádios brasileiros, com exceção da Arena da Baixada (Curitiba).


A reforma incluiu as obras da cobertura e de finalização do estádio, como um cubo central com tela em LED, palcos e plateia VIP, novos estacionamentos, iluminação compatível com transmissão de televisão em alta definição, além de um campo móvel, que pode ser desmontado em 48h para realização de outros eventos como espetáculos artísticos.


Divulgação
Sua "re-inauguração" foi feita em 17 de fevereiro de 2011. O projeto do estádio é do arquiteto Roberto Ferreira e Associados (Barcelona, Espanha), junto com os engenheiros da Weidlinger Associates (Nova York, EUA). A planta tem formato de duas circunferências com raio de 85 m cada, com centros a 48 m de distância um do outro.


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O sistema de cobertura escolhido compõe-se de uma rede tensionada e autoequilibrada que, por sua vez, é formada por uma rede triangular, anéis de tração e mastros voadores. A membrana da cobertura é feita de fibra de vidro recoberta com PTFE (Politetrafluoretileno).


Divulgação
O suporte da cobertura é feito pela treliça perimetral, de geometria triangular, que se apoia no topo da estrutura de concreto do estádio. A treliça serve como um anel de compressão, resistindo aos esforços horizontais e carregamentos verticais da cobertura. A área total da cobertura com membrana é de 39.500 m². Toda a estrutura metálica da cobertura soma 1,3 mil t e os cabos de aço estrutural, 18,2 km de comprimento.


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Inaugurado em 2003 com capacidade de 53 mil lugares, o Ciudad de La Plata não teve sua cobertura instalada por falta de recursos, devido às dificuldades econômicas do país. Nestes oito anos, ele funcionou com gramado, assentos e a treliça perimetral. As peças metálicas da cobertura, cabos e membrana haviam sido fabricados e estavam armazenados em containers.


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O estádio sediou a estreia do Brasil na Copa América, contra a Venezuela, e também receberá o jogo das quartas-de-final Brasil x Paraguai, além de uma das semifinais e a disputa pelo terceiro lugar.


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Números dos estádios brasileiros
Mineirão (Belo Horizonte): reforma (rebaixamento do campo, proporcionando aumento da visibilidade; novos vestiários; recuperação estrutural do estádio, criação de novos acessos à arena, entre outras ações)
Capacidade: 67 mil lugares
Custo estimado: R$ 684,09 milhões
Mané Garrincha (Brasília): reforma (ampliação do número de arquibancadas de 45 mil para 71 mil lugares, eliminação da pista de atletismo, rebaixamento do gramado em 4 m e estacionamentos no subsolo)
Capacidade: 71 mil lugares
Custo estimado: R$ 676,52 milhões
Estádio José Fragelli "Verdão" (Cuiabá): reconstrução de novo estádio
Capacidade:  42,5 mil lugares
Custo estimado: R$ 555,49 milhões
Arena da Baixada (Curitiba): reforma para atender às exigências da Fifa
Capacidade: 41.375 mil lugares
Custo estimado: R$ 141,56 milhões
Estádio Castelão (Fortaleza): reforma (intervenções no gramado, camarotes, setor de imprensa, arquibancadas, cobertas, vestiários, entre outras; criação de garagem, camarotes, lounges, praça de acesso, restaurantes)
Capacidade: 67 mil lugares
Custo estimado: R$ 492,67 milhões
Arena Amazônica (Manaus): reconstrução (cobertura fixa para as arquibancadas, restaurante, estacionamento subterrâneo para carros e ônibus e acessos planos para portadores de necessidades especiais)
Capacidade: 48 mil lugares
Custo estimado: R$ 514,45 milhões
Estádio das Dunas (Natal): construção
Capacidade: 45 mil lugares
Custo estimado: R$ 413 milhões
Beira-Rio (Porto Alegre): reforma (nova cobertura em estrutura metálica, cadeiras numeradas, vagas para estacionamento, novas cabines de imprensa, lojas, restaurante panorâmico, áreas de lazer e praça de alimentação)
Capacidade: 62 mil lugares
Custo estimado: R$ 141,72 milhões
Arena Pernambuco (Grande Recife): construção
Capacidade: 46 mil lugares
Custo estimado: R$ 488,33 milhões
Maracanã (Rio de Janeiro): reforma (nova cobertura, modificações em seus acessos, aumento no número de sanitários e de lanchonetes)
Capacidade: 76 mil lugares
Custo estimado: R$ 931,8 milhões (R$ 705,60 em 30/04)
Fonte Nova (Salvador):  reconstrução
Capacidade: 50 mil lugares
Custo estimado: R$ 591,7 milhões
**Arena Corinthians (São Paulo): construção
Capacidade: 65 mil lugare
Custo estimado: entre R$ 700 milhões e R$ 1,07 bilhão, segundo o Sinaenco

terça-feira, junho 15, 2010

Iluminação Esportiva



Antes de iniciar o projeto luminotécnico de um estádio é preciso conhecer suas características físicas, a começar pelas dimensões da área de jogo.

O mais importante é uma visibilidade sem obstrução visual dos jogadores e dos objetos do jogo.Por isso, o segundo passo é verificar se há arquibancadas. A partir daí, avalia-se possíveis locais para instalação de postes ou estruturas para fixação dos projetores. No caso de uso de postes, estes devem sempre ficar atrás das arquibancadas. Em estádios com amplas áreas cobertas - como se tem visto nas últimas copas - as altas torres de iluminação já não são mais adotadas e, neste caso, os projetos luminotécnicos tem o cuidado de integrar todo o equipamento à arquitetura da construção.

Uma vez estudada a arquitetura do local, é preciso então saber que atividades serão desenvolvidas:treinamento ou competição. Isso vai determinar as variáveis que entram nos cálculos luminotécnicos.

No que diz respeito a índices de iluminamento e temperatura de cor,atualmente, é fundamental também saber se o espaço servirá a transmissão televisiva, porque câmaras exigem níveis mínimos para captação. Caso exista probabilidade de atividades televisionadas, será necessário conhecer o posicionamento previsto para as câmaras, pois elas dependem diretamente de uma boa iluminância vertical.




Visibilidade
Os critérios de visibilidade são: contraste, estado de adaptação do olho, ausência ou restrição de ofuscamento, tamanho aparente do objeto e velocidade aparente do objeto.

O contraste entre jogadores e objetos do jogo contra seu fundo é de primordial importância.

O estado de adaptação de olho determina a visibilidade ao contraste.

O ofuscamento pode ser extremamente prejudicial, chegando a interferir no desempenho dos jogadores ou atletas.

No que diz respeito ao tamanho do objeto e sua velocidade aparente, quanto menor ele for e mais rápido seu deslocamento, maiores serão as exigências para o contraste, estado de adaptação e ofuscamento.


Luminância e Iluminância
A luminância depende do fluxo incidente e da refletância. As superfícies refletantes são:o objeto do jogo, a vestimenta do jogador, a superfície do campo ou da quadra, a arquibancada e os espectadores.
Uma vez que as superfícies horizontais são prevalescentes para quase todos os esportes, a iluminância horizontal - que influi no estado de adapatação do olho - é o primeiro fator a ser considerado para a boa visibilidade. Porém, outros fatores, como a iluminância vertical, a distribuição uniforme e a participação da luz no reconhecimento da forma tridimensional do objeto, são igualmente importantes.
Há níveis de iluminância recomendados.Para os que atuam na partida(jogadores, juízes e treinadores),300 lux seriam suficientes, garantindo conforto visual e reduzindo drasticamente o ofuscamento. Já para os espectadores, 750 lux são necessários para uma boa visão, mesmo que o campo fique mais distanciado, como é o caso de pistas de atletismo. A transmissão de TV, normalmente exige 1400 lux.

Iluminância horizontal
Uma iluminâancia horizontal adequada é importante para criar o devido contraste do objeto do jogo e jogadores ou atletas com relação ao fundo. Além do mais, determina o estado de adaptação do olho. A iluminância necessária depende do nível do jogo, da velocidade da bola ou outro objeto(a movimentação rápida dos jogadores também deverá ser condiderada), além da distância máxima entre os jogadores e cada um dos jogadores e a bola durante o jogo.

Iluminância vertical
A iluminância vertical é essencial para o reconhecimento dos objetos.Especialmente em torneios e jogos profissionais com grande número de espectadores, bem como em competições televisionadas. É considerada num plano vertical perpendicular sobre a linha de visão do espectador.

Uniformidade
A iluminância horizontal deve ser uniforme de maneira que toda a área fique bem iluminada. A uniformidade vertical é igualmente necessária para tornar os jogadores bem visíveis em qualquer ponto do campo.
Uma boa qualidade de uniformidade é conseguida através de uma focalização adequada dos projetores. Para isso, deve-se utilizar um software próprio para este tipo de aplicação, através do qual se pode simular os prováveis resultados da luz.

Após a obtenção de uma uniformidade teórica adequada através de simulação com o software, basta repetir estes pontos de focalização no campo de jogo.

Quanto mais uniformidade de luz melhor para a prática de esportes e melhor para a transmissão.


Ofuscamento
Os fatores que influenciam no ofuscamento são: posição, altura de montagem e pontos de focalização dos projetores individuais; intensidade luminosa e distribuição de luz dos projetores e eventuais acessórios; o estado de adaptação do olho, produzido pela iluminância do fundo.

O ofuscamento é evitado com os devidos conjuntos de projetores, lâmpadas e reatores, instalados em posições e alturas convenientes, mas nunca é eliminado totalmente.

Em campo de treinamento, a linha imaginária que liga o ponto mais alto do poste ao centro do campo deve fazer um ângulo com a superfície do campo de no mínimo 21 graus. Em campos com o televisionamento, este ângulo deve ser de no mínimo 25 graus. Desta maneira, determina-se a altura dos postes a ser utilizada.

Outro fator para evitar ofuscamento é a escolha de projetores de aberturas óticas adequadas. Em postes laterais ou próximos das laterais do campo, deve-se optar por modelos de facho aberto. Já nos que ficam nas diagonais ou laterais distantes, é indicado o uso de projetores de facho assimétrico.

Além dos postes, costumam ser instalados também projetores nas catenárias, ao longo de marquises ou em estruturas criadas para esta finalidade.

Não é aconselhável a iluminação indireta em ginásio de esportes, uma vez que este tipo de sistema é ineficiente e, consequentemente, antieconômico. O correto é a utilização de sistemas adequados e que ofereçam conforto visual, além da eficiência.

Lâmpadas

As lâmpadas mais recomendadas são as de vapor metálico alta pressão, com temperatura de cor de 5800K (que corresponde à luz do dia), sendo aceitáveis 4000K.

Tendências

A tendência no que diz respeito à iluminação esportiva é o desenvolvimento de projetos luminotécnicos integrados à moderna arquitetura dos espaços, com o uso de equipamentos cada vez menores, mais leves e eficientes.

Fonte: Lume Arquitetura http://angelaabdalla.blogspot.com

segunda-feira, novembro 23, 2009

Estádios sustentáveis e ecoarenas

Com os projetos para a Copa de 2014, o Brasil pode vir a ser o primeiro país do mundo a ter feito todo o campeonato em estádios sustentáveis.

Futuro Estádio Nacional de Brasília (ex-Mané Garrincha)

O futuro Estádio Nacional de Brasília (ex-Mané Garrincha), projeto de Castro Mello Arquitetos Associados, estrutura da Etalp (Arthur Luiz Pitta) e consultoria para cobertura dos alemães do GMP e SBP.

Com os projetos de estádios da Copa de 2014 andando a todo vapor, Fifa e arquitetos propõem a construção das chamadas ecoarenas. Esse momento único pode marcar o Brasil como o primeiro país do mundo a ter feito todo o campeonato mundial de futebol em estádios sustentáveis.

Projeto em Natal


Projeto em Natal


Projeto em Natal


Projeto em Natal


Projeto em Natal


Projeto em Natal


Projeto em Natal


O elogiado projeto em Natal, de HOK, Coutinho Diegues Cordeiro e Felipe Bezerra, com teto verde e lagoa no centro


Estádio Beira-Rio


Estádio Beira-Rio


Estádio Beira-Rio


Estádio Beira-Rio


Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, projeto do Hype Studio: “A sustentabilidade, além de estar presente nas recomendações da Fifa, partiu da nossa equipe”


Estádio em Cuiabá, do escritório GCP


Estádio em Cuiabá, do escritório GCP


Estádio em Cuiabá, do escritório GCP

A nova proposta de Cuiabá, do escritório GCP, prevê arquibancadas removíveis e o uso de materiais locais.


Futuro Estádio Nacional de Brasília (ex-Mané Garrincha)


Futuro Estádio Nacional de Brasília (ex-Mané Garrincha)


Futuro Estádio Nacional de Brasília (ex-Mané Garrincha)


Futuro Estádio Nacional de Brasília (ex-Mané Garrincha)

“Não poderíamos ficar de fora. Durante 70 anos, nosso foco foi o esporte”, diz Vicente de Castro Mello, sócio do escritório que elaborou a proposta de readequação do Estádio Mané Garrincha

fonte: arcoweb