Mostrando postagens com marcador Bambu. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Bambu. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, abril 15, 2013

USO DO BAMBU COMO MATERIAL DE CONSTRUÇÃO



Pouco difundida nos grandes centros do Brasil, a utilização do bambu e de fibras vegetais é mais antiga do que se possa imaginar.


O bambu constitui, principalmente para os povos asiáticos, uma fonte econômica muito importante. Japoneses, chineses e indianos utilizam essa extraordinária planta há milhares de anos. Em certas regiões, o bambu é considerado uma planta sagrada, tais são os benefícios que ela proporciona.


Os povos asiáticos mantêm uma tradição milenar na utilização do bambu, observando-se o surgimento e a perpetuação de várias construções onde o material utilizado é o bambu. Grande parte dos monumentos e edifícios que hoje são símbolos da arquitetura hindu, como o Taj Mahal, utilizaram o bambu em suas estruturas. Devido à sua flexibilidade e resistência, foi utilizado na construção de arcos e abóbadas.


Na China, o bambu foi utilizado para a construção dos primeiros pórticos e também para pontes, conseguindo vencer vãos superiores a 100m.


Em Bangladesh, país com mais de 5 milhões de habitantes, 90% das habitações são feitas de bambu. Complementando, de acordo com a NMBA - National Mission on Bambu Application, Índia (2004), um bilhão de pessoas pelo mundo vivem em casas de bambu. Países como a Colômbia, Equador e Costa Rica, utilizam este material para a construção de suas habitações há milhares de anos. Logo, países com uma cultura milenar do bambu, detêm as melhores tecnologias, como é o caso da China, em seu aproveitamento industrial, e a Colômbia, na construção civil.


Uma casa popular feita de bambu, no Equador, onde esta tecnologia já é amplamente utilizada, custa, em média, US$ 400. Já uma casa de alvenaria não sai por menos de US$ 10 mil. Na Costa Rica existe um grande fluxo de construção com bambu, principalmente construções de casas populares.


O bambu é conhecido na Índia como madeira dos pobres, vem sendo utilizado como andaime, e se tornam gigantescos esqueletos á volta dos prédios modernos.


Em alguns países como Nepal, Filipinas, China e Havaí, seus governantes enxergam o bambu como um dos meios alternativos para aumentar a produtividade agrícola, gerar emprego e estimular a indústria.


Apesar do baixo custo, e de nosso país possuir uma das maiores reservas de bambu (no Acre, os bambuzais cobrem 38% do estado), a técnica construtiva que utiliza essa espécie de vegetal ainda é muito pouco explorada no Brasil, embora comecem a surgir empresas que estão utilizando este material como matéria-prima para construção de residências. Sendo ainda possível encontrar o bambu empregado em construções temáticas ou de luxo.


O clima no Brasil é bom para o plantio, e os valores da cultura do bambu podem ser de grande interesse social.




Numa casa o bambu pode estar presente em tudo. A durabilidade desse material para a construção civil é comprovada considerando-se a quantidade de obras construídas pelos povos asiáticos, tudo depende do cuidado que se da ao material e da tecnologia empregada.

O bambu pode substituir o ferro em construções de casas, muros, prédios, entre outras obras. No Japão, China e Índia são encontradas obras de até oito metros de altura, e também algumas pontes feitas de bambu, se tornando uma combinação de leveza e excelente resistência mecânica à tração. A grande longevidade das pontes deu-se graças à ausência de tecidos provenientes de camadas internas do colmo, os quase apresentam grande concentração de substâncias atrativas aos insetos.

Construir casas mais econômicas e escolas no mesmo estilo, de maneira a resolver o problema habitacional e atender às necessidades da população estudantil, pode ser viabilizado pelo bambu. O produto chega a baratear uma obra em 50%, além de se enquadrar no contexto de desenvolvimento sustentável, por resultar em uma habitação ecologicamente correta.

Como cobertura tanto para casa como para escolas a exemplo do que já se faz em países como a Colômbia, pode-se economizar muito e construir em grande escala.

Khosrow Ghavami, que há mais de 20 anos desenvolve estudos sobre o uso do bambu e outros materiais, que podem baratear o custo da construção civil é professor titular do Departamento de Engenharia Civil da PUC-Rio e vem desenvolvendo pesquisas sobre a substituição do aço pelo bambu na fabricação de estruturas de concreto. Segundo ele, o material tem resistência suficiente para ser utilizado na fabricação das estruturas.

Tratando-se de resistência, o bambu é comparado tanto com o aço quanto com a madeira, apesar de entre os três apresentar o menor peso específico, é um material de grande resistência física, podendo ser utilizado para treliças de telhado, estruturas de vigas, pilares, escadas, etc.

Também pode ser utilizado nas construções, como alternativa ao tijolo, sem função estrutural, apenas para o fechamento de paredes. O bambu pode aparecer em dois tipos de sistema construtivo: como uma taipa (estrutura de bambu amarradas entre si, com acabamento de barro ou cimento que pode ser emassado e pintado), ou como esterilha (estrutura em varas de bambu, fechamento em esteiras de lascas de bambu amarradas e acabamento em cimento, emassado e pintado).

É possível acreditar ainda que o bambu possa surgir como alternativa para gerar emprego. Por ser uma alternativa excessivamente manual, em que se faz necessário o trabalho de corte e amarrações, certamente precisa de mão-de-obra específica para seu manuseio.

Para garantir a durabilidade, o material recebe tratamento para evitar apodrecimento e ataque de fungos e cupins.

Uma das principais vantagens do uso do bambu é a economia. A utilização pode reduzir em mais de 50% o custo final da construção. A fabricação de um tubo de aço consome 50 vezes mais energia do que um de bambu com as mesmas proporções.

A produção de laminados ou compensados é outra utilização industrial do bambu. Existem várias fábricas de pisos laminados feitos de bambu, os chamados Plyboo, pelo mundo. Estes laminados são mais resistentes e econômicos que os de madeira.

A tecnologia de compensados de bambu e parecida com a utilizada em madeiras. Esse produto é obtido pela união de camadas delgadas de bambu dispostas alternadamente em ângulo reto. A união de tais camadas é realizada com resinas fenólicas.

Os indígenas brasileiros, além de construir suas habitações com o uso do bambu, utilizando-o como estrutura, ripamento de telhado dentre outros usos.

A densidade dos bambus varia entre 500 a 800 kg/m3, dependendo principalmente do tamanho, quantidade e distribuição dos aglomerados de fibras ao redor dos feixes vasculares. Estas diferenças são menores mais perto do topo, devido ao aumento da densidade na parte interna e redução da espessura da parede, que apresenta internamente menos parênquimas e mais fibras. A disposição das fibras do bambu é orientada no sentido paralelo ao eixo do colmo, por isso a resistência à tração longitudinal às fibras é bastante alta.

O bambu também é capaz de substituir, com vantagens, elementos estruturais de madeira quando seus dimensionamentos estão condicionados à capacidade do material de resistir a esforços cisalhantes.


Quais os usos do bambu?


Por ser uma planta flexível e durável, a variedade de usos do bambu impressiona. Ela pode ser utilizada em áreas externas para sombreamento, quebra vento, proteção contra a erosão e drenagem. Em áreas internas ela geralmente é usada na decoração, seja com revestimento de paredes ou artesanatos. Mas o bambu também pode servir como estruturas para pilares, vigas e telhados. Entretanto, para isso, é preciso que antes passe por um tratamento específico que o esterilize contra pragas, confira durabilidade e fácil manutenção.








Para ter uma obra finalizada com sucesso, e com garantia de resistência, deve-se acompanhar o bambu antes mesmo do corte dos colmos.

Dentre as mais de 1000 espécies existentes no mundo, serão consideradas boas para serem usadas em construção aquelas que aliem grande resistência física com baixa susceptibilidade ao ataque de predadores (insetos e fungos).

Escolhida a espécie adequada, a atenção agora se volta para o corte de uma touceira e as conseqüências deste corte na qualidade dos colmos. Os colmos devem ser colhidos em touceiras uniformes, com no mínimo três anos de idade. Nessa idade é adequado cortar as hastes a uma altura mínima de 0,15 a 0,30cm do solo e acima do nó, para não provocar o apodrecimento do rizoma da planta quando houver deposição de água. Para o corte podem ser utilizados facão e moto-serra (para o corte das espécies de maior porte).

Com o material cortado, as fases que se seguem são o tratamento preservativo e a secagem dos colmos. Estes dois processos, juntamente com os citados anteriormente (escolha do material e um corte bem feito) é que vão determinar o tempo de vida útil do bambu.

O tratamento preservativo começa, ainda, no campo, logo após o corte, com um procedimento que consiste em deixar o excesso da seiva escorrer, denominado “cura” do bambu. Os colmos ficam apoiados o mais verticalmente possível, de 4 a 8 semanas, para que a seiva possa escorrer naturalmente.

O bambu, de um modo geral, apresenta baixa resistência ao ataque de insetos. Desse modo, logo após o corte, os colmos são deixados submersos em água, durante quatro semanas (cura por imersão), para que, através do processo de fermentação, consiga-se a eliminação parcial do amido, que é o principal alvo do ataque de carunchos. Existe também a cura por banho quente e frio, processo menos utilizado, no qual o bambu é colocado em situação imersa em tanque com água, atingindo 90°C num intervalo de 30 minutos, e depois o resfriando em outro reservatório.

Recomenda-se, também, o tratamento feito através da impregnação de produtos químicos preservantes da madeira, como por exemplo, a solução chamada CBB (Cromo Hexavalente, CrO3 - 31,75%, Cobre Bivalente Cu - 13% e Boro Trivalente - B - 5,25%). Também é muito utilizada uma solução á base de sulfato de cobre e dicromato de sódio dissolvidos em água.

Durante o tratamento preservativo, os colmos são colocados em tambores metálicos na posição vertical, por um período de sete dias, sendo posteriormente invertidos para melhor absorverem a solução preservativa, por igual período de tempo.

Após o tratamento os colmos são deixados secar á sombra, por um período em torno de 30 dias para evitar variações dimensionais causadas pela absorção e evaporação de água que faz com que o bambu crie fissuras. Além disso, eliminando-se a água do colmo do bambu, elimina-se também o meio por onde se propagam os fungos apodrecedores.

Quanto á execução da construção, o detalhe final da rigidez da estrutura vai depender do capricho no feitio dos encaixes das peças e de alguns cuidados relacionados ao acúmulo de água do colmo. É necessário ter pessoas treinadas para a execução do projeto estrutural.

a) Pilares

O bambu é utilizado como pilar nas edificações, e por ser um material bastante resistente, suporta construções de vários pavimentos, por vários anos. A base do pilar de bambu deve ser feita obedecendo à regra de não colocá-lo em contato direto no solo. Assim, é necessário utilizar blocos de concreto ou outro material, como base para a proteção do bambu contra a umidade dos solos e dos pisos.

As casas construídas de bambu são erguidas do chão, isolando-as do contato direto do solo, como dito anteriormente, e a sua durabilidade não é afetada seguindo regras como estas. Assim, os pilares de bambu do edifício são apoiados em bases de concreto, distanciando o bambu da umidade.

Os pilares são feitos da parte mais importante do bambu, ou seja, da parte média à parte inferior do colmo. Estes são constituídos por nós internos que se alternam ao longo do comprimento dos colmos. Os nós conferem ao colmo maior resistência estrutural, proporcionando maior resistência aos pilares.

b) Vigas e treliças

As vigas e treliças construídas com o uso dos bambus, também são realizadas com muito esmero por quem conhece esta técnica construtiva. São altamente resistentes e apresentam alta resistência mecânica e espacial. Como estrutura, as vigas e treliças de bambu conferem alto grau de eficácia em regiões que possuem abalos sísmicos periódicos.

A largura de vigas e arcos varia de acordo com o comprimento. Com o bambu laminado podem ser fabricados todos os tipos de arcos que são construídos em madeira, podendo assim produzir os diversos modelos de vigas desejados.

c) Painéis de vedação vertical

O bambu na forma de painel de vedação pode constituir-se de varas verticais ou ripas inseridas em molduras, podendo ser de bambu ou de madeira, dependendo da necessidade ou preferência. Além disso, os painéis de vedação feitos de bambu podem ser preenchidos com barro ou podem ser argamassados simplesmente. Estes painéis são de grande flexibilidade, de fácil execução e passíveis de futuras ampliações.

d) Estruturas de telhado

É possível construir várias estruturas de telhados utilizando o bambu como principal material, na forma de triângulos, arcos etc., assim pode-se valorizar a estrutura, aliando-se a preocupação estética ao método construtivo.

e) Telhas

É possível se produzir telhas feitas de bambu, que constituem um elemento a mais na construção de habitações. As telhas devem ser amarradas umas às outras com arame galvanizado, evitando que o vento as tire do lugar.

f) Escadas

O bambu é um elemento que pode ser utilizado na construção de escadas, demonstrando resistência, praticidade na execução, segurança e excelente efeito estético.

As escadas feitas de bambu são apoiadas em estruturas de outros materiais, geralmente de concreto, propiciando um menor contato com o solo, visto que a umidade pode diminuir significativamente a sua vida útil.

As escadas, entretanto, podem ser feitas de bambu desde que alguns cuidados sejam obedecidos. Na junção dos degraus podem ser utilizados elementos metálicos, fibras naturais, etc., que contribuem com a ligação e estruturação das escadas de bambu.

g) Ligações e conexões de bambu

O tema das ligações dos bambus, seja com os próprios bambus ou com outros materiais, vem sendo estudado cada vez mais por pesquisadores, a fim de viabilizar sua aplicação de forma sistematizada em edificações, principalmente em habitações econômicas.

O bambu não tem boa resistência às pregações, devido a sua constituição basicamente composta por fibras paralelas muito longas, com densidade específica muito alta, principalmente nas paredes externas, com grade tendência ao cisalhamento. As ligações mais recomendadas são as parafusadas, por proporcionarem maior estabilidade. Este procedimento provoca um corte nas fibras, porém, sem provocar o afastamento das mesmas, evitando-se assim o fendilhamento longitudinal.

h) Detalhes construtivos

Pela resistência e segurança, o bambu apresenta resultados satisfatórios na sua utilização como guarda-corpos, marquises, varandas, decks, bancadas, lavatórios, cercas, portões e outros, conferindo praticidade e leveza à edificação. Obtém-se guarda-corpos de bambu através da composição de peças horizontais, verticais ou inclinadas. De todas as maneiras, esta estruturação confere resistência e beleza à construção.

O guarda-corpo de bambu também deve possuir base afastada do solo, evitando assim a umidade da terra. Geralmente, os guarda-corpos são estruturados por pilares, os quais podem ser de mesmo material, ou não, como concreto, metal, madeira, ou tijolo aparente.




domingo, abril 14, 2013

Resistência milenar

No passado, o bambu já era identificado como excelente aliado da construção civil e agora reafirma sua posição com alternativas e aplicações cada vez mais funcionais.


Neste caminho o deck foi construído com réguas de bambu gigante autoclavadas, com 6 cm de largura, instaladas sobre estrutura de madeira. O pergolado também recebeu estrutura de madeira e almas de bambu, que ajudam a criar um jogo de sombra e luz no local. As almas de bambu são compostas por um bambu roliço passado entre duas serras, deixando aparentes os vãos entre os nós.







A relação do homem com o bambu e a utilização dessa planta da família das gramíneas na construção civil remetem aos primórdios da civilização, quando os seres humanos lutavam contra as forças da natureza por sua sobrevivência, utilizando materiais como pedras, madeiras e folhas para construir abrigos temporários. Certamente o bambu também se encaixava nessa categoria por suas principais qualidades: é leve, longo, tubular, resistente, flexível, fácil de manusear e transportar.

Com diversos exemplos vivos da utilização do bambu desde a arquitetura milenar, como o Taj Mahal, que só a pouco substituiu sua estrutura por metal, e pontes na China com impressionantes vãos livres, mais recentemente passou a ser empregado na construção civil, por ser um excelente aliado para as edificações à prova de terremotos. “As características estruturais e visuais do bambu fazem dele um elemento privilegiado quando se pensa em bioconstrução”, declara Danilo Candia, engenheiro agrônomo e proprietário da Bambu Carbono Zero. Como uma empresa que se apoia na sustentabilidade, a Bambu Carbono Zero localizou bambuzais, estabeleceu parcerias agrícolas e está viabilizandoas economicamente por meio do manejo correto e da venda de matéria-prima e seus produtos.

Esteticamente, o bambu harmoniza-se com outros materiais, como madeira, vidro, concreto e pedra, entre outros. “Aqui entra o papel dos arquitetos e decoradores. Pensando em bioconstrução, uma casa estruturada com bambu combina muito bem com paredes de adobe (grandes blocos de argila rústica, secos ao sol)”, exemplifica.






Acima, Réguas autoclavadas com 4 cm de largura e acabamento flambado foram utilizadas na cobertura do pergolado e na forração das paredes deste ambiente.





O revestimento das paredes deste jardim interno utiliza réguas autoclavadas de 4 cm de largura, com vãos de 0,7 cm. O acabamento natural promove maior integração com as plantas do ambiente.



Acima, a cerca desenvolvida pela arquiteta Renata Tilli utiliza réguas de bambu de 4 cm, autoclavadas, com acabamento natural e trançadas sobre uma estrutura também de bambu. Este material é particularmente indicado para fechamento parcial, com penetração discreta de plantas.

Ambientalmente correto

O termo sustentabilidade é perfeito para descrever uma plantação de bambu, cujos cortes são seletivos e perpétuos, não havendo jamais a eliminação total do bosque. A espécie também presta relevantes serviços ambientais, como combate à erosão, proteção de recursos hídricos e regeneração de bacias hidrográficas, além de criar inúmeros empregos, promovendo ainda a fixação da mão de obra no campo.

Por ser uma gramínea, que é mais eficiente no processo de fotossíntese, o bambu, além gerar de matéria-prima abundante, é um eficaz seqüestrador da atmosfera. “A construção civil é responsável por 54% das emissões de carbono no mundo. O bambu é, por excelência, um material de emissão zero de carbono e pode substituir o uso de madeira, aço ou concreto na construção, dependendo da aplicação desejada”, explica o engenheiro. “Cultivado por meio de manejo sustentado, o bambuzal permite extrações anuais de 20% das varas ao longo de gerações. Como gramínea, possui mecanismo fotossintético mais eficiente que outras espécies, garantindo maior produção de biomassa e, consequentemente, sequestrando mais carbono por hectare do que uma floresta inteira de eucalipto.”

Embora possua uma força de tração paralela às fibras e similar à do aço, o bambu é mais leve que a madeira, tornando-o insubstituível em locais de difícil acesso na superação de vãos e balanços ousados. Mais que isso, sua flexibilidade permite construções de formas orgânicas. Pode ser utilizado como pilar, viga, caibro, ripa, telha, dreno, piso, revestimentos. Se tratados adequadamente, é capaz de durar tanto quanto a madeira de lei.



No ambiente Terraço da Viúva, projetado por Fabio Galeazzo para a Casa Cor 2010, as paredes do espaço gourmet receberam forração com réguas de bambu invertidas.

Um bambu para cada fim
Há mais de 1.400 espécies de bambu no mundo, cada variedade com uma aplicação.
Qualquer que seja sua utilização, é fundamental que a planta esteja madura e com fibras consolidadas, o que só acontece a partir do terceiro ou quarto ano do nascimento de um broto. As espécies mais usadas no Brasil para construção são Bambu Gigante (
Dendrocalamus Giganteus), aplicado em pilares, vigas, réguas para decks, revestimentos e cercas; Mosso (Phyllostachys P. Nigra), utilizado em vigas menores, caibros e réguas para revestimentos, pérgulas, cercas; e Cana da Índia ou Bambuira (Phyllostachts Aurea) para forrações diversas, detalhes, arremates e acabamentos.
Comparado à estrutura de concreto, destaca- se pela beleza, que imprime um toque orgânico à construção, e também pelo fato de não emitir os gases de efeito estufa ao ser produzido. Refilado em réguas de 3 a 5 cm de largura, atinge até 3 m de comprimento, o que permite criar revestimentos orgânicos, originais e muito estéticos para qualquer tipo de ambiente, com excepcional aplicação em forros, pergolados, balcões, paredes e decks, entre outros.
“As peças de bambu podem ser unidas por injeção de concreto no interior dos seus gomos. Onde os esforços são menores, usase barras rosqueadas com diversas técnicas de engastamento”, explica o engenheiro. “É muito interessante também o uso do bambu na parte estrutural do telhado, onde substitui com vantagens caibros, terças, vigas e tesouras, incluindo até os telhados vegetais.” No ambiente Terraço da Viúva, projetado por Fabio Galeazzo para a Casa Cor 2010, as paredes do espaço gourmet receberam forração com réguas de bambu invertidas. 

No telhado, manutenção simples

A impermeabilização precisa ser tão rigorosa como em qualquer outro telhado. Mas o bambu tratado não necessita de manutenção, a não ser a aplicação eventual de cera ou de Stain (tipo de verniz especial para repelência de água) para manter um belo efeito visual, ou ainda outros acabamentos usados também em qualquer tipo de madeiramento. “As peças podem ser pintadas de diversos tipos de tinta, desde que as superfícies sejam muito bem lixadas por conta da baixa aderência da casca. Mas o charme do bambu está mesmo no seu belíssimo aspecto natural”.

Os bambus da Carbono Zero são tratados em autoclave e garantidos por 15 anos contra apodrecimento por fungos e bactérias, e brocas e cupins em condições externas. As peças de uso externo, porém, não estão garantidas para pequenas rachaduras de dilatação, o que não compromete a sua durabilidade e não afeta diretamente sua aplicação. “Para uma maior proteção, recomendamos a manutenção semestral com ceras, óleos ou stains (
Osmocolor ou Polystein)”.

Este Forro de esteira autoclavada recebeu réguas de bambu de 6 cm e acabamento de massa corrida. As réguas resistem a ao sol e ambientes muito secos ou quentes.


Réguas de bambu com 4 cm, emparelhadas e fixadas com pregos ou parafusos, forram a varanda. Também podem forrar paredes, treliças, cercas, gazebos, decks ou pérgulas.

Versões de bambu para múltiplos usos











1.Com acabamento cozido, o Mosaico C (24 x 24 cm) em relevo, indicado para ambientes internos e secos, custa R$ 315 o m². 2. Entrelaçada, a Esteira (100 x 150 cm) é ideal para revestir forrações de teto, biombos e cercas. Preço: R$ 70 o m². 3. Para revestir área internas e secas, o Mosaico E(20 x 20 cm) recebeu pequenas canoas de 4 x 2 cm. Por R$ 110 o m².




1. O Mosaico B (20 x 20 cm) com acabamento cozido é indicado para revestir paredes internas e secas. Preço: R$ 290 o m². 2. Recomendadas para área seca e interna, as pastilhas (3 x 3 cm) de bambu vêm em placas de 24 x 24 cm. Preço: R$ 310 o m². 3. Em placas de 20 x 20 cm, o Mosaico B com acabamento negro pode revestir paredes internas e secas. Preço: R$ 345 o m².





1. Com diferentes medidas (diâmetro varia entre 1 e 16 cm e comprimento entre 100 e 700 cm), os círculos são indicados para diversos revestimentos. Preço sob consulta. 2. As réguas com acabamento cozido, flambado ou negro têm medidas diferenciadas (máximo 6 x 250 cm). Custa R$ 110 o m². 3. O modelo Círculo (20 x 20 cm) em placa translúcida e flexível é ideal para vidro e superfícies curvas. Preço: R$ 290 o m².



Para pérgulas e painéis decorativos, as Almas de bambu com acabamento cozido medem até 11 x 300 cm. Preço: R$ 8 o m².


segunda-feira, janeiro 16, 2012

Centro cultural feito com bambu no Vietnã




Um bom exemplo de arquitetura com bambu pode ser visto na província de Vinh Phuc, Vietnã. A estrutura, em forma de asa, é uma maravilha arquitetônica feita deste material. O projeto ganhou o Prêmio Internacional de Arquitetura do Chicago Athenaeum Museum, nos Estados Unidos.

O objetivo principal deste trabalho é explorar as oportunidades na área de projetos estruturais feitos somente com bambu. O local está rodeado por natureza: lagoa e vegetação. Na obra, o bambu é usado não apenas como um material de acabamento, mas também como uma substância estrutural, ou seja, é uma construção de bambu pura. Nenhum material de aço ou outros de madeira foram utilizados.

Muitos países, particularmente os Asiáticos, vêm tentando desenvolver suas economias para permanecer no mundo competitivo atual. Suas condições econômicas estão melhorando rápidamente, mas também levando à destruição do meio ambiente.

Agora é o momento de reavaliar o valor dos recursos naturais e, entre tantos, um dos mais fáceis de ser obtido é o bambu. A planta cresce rapidamente e é encontrada em todo o planeta. Sua capacidade de uso pode levar a população mundial a viver em um ambiente mais sustentável.

A estrutura excepcional, voando sobre o céu, como asas de pássaro, faz com que seja possível entender a existência de um grande espaço livre sem nenhuma coluna. A forma da cobertura [como asas de aves] faz com que o ar circule dentro do edifício e, consequentemente, ajuda na melhoria das condições ambientais, uma vez que minimiza o uso de ar condicionado.

Este espaço “aberto”, no centro cultural, será usado para desfiles de moda, programas musicais, assembleias e seminários. O projeto auxilia na introdução de um novo desenvolvimento com novos recursos disponíveis na natureza. 

 Fonte: http://openbuildings.com/buildings/bamboo-wings-profile-4897#!buildings-media/19
http://www.ciclovivo.com.br/noticia.php/4042/vietna_ganha_centro_cultural_feito_com_bambu/