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quarta-feira, março 28, 2018

Quando o jardim se une a piscina



Em diferentes regiões do país, na cidade, na praia ou na serra, paisagistas renomados concebem jardins com piscina que reforçam nossa identidade tropical e incorporam outras referências. Em comum, a ideia do lazer absoluto junto à natureza.


Com aura de hotel, por Daniel Nunes

A piscina, de 20 x 40 m, estava degradada. Coube ao paisagista Daniel Nunes pensar a reforma da área de lazer da fazenda de café próxima a Campinas, SP. “A ideia foi fazer a releitura de uma piscina de hotel, oferecendo a mesma gama de serviços e com os apoios à altura da sua escala”, sintetiza. Para combinar coma piscina enorme, o jardim estético, funcional. De um lado, gazebos em forma de cubo (estrutura de metal revestida de pele de cumaru) e chaises, e, de outro, canteiros trabalhados com topiaria. Há também um diálogo entre chaises, gazebos e bancos de cimento, amarelos, de desenho orgânico. “Uma homenagem às formas modernistas de arquitetura”, revela. Daniel preservou o quanto pôde as palmeiras nativas, acrescentando espécies como viburno, azaleia, íris, murta e pata-de-elefante. “Todas a uma distância considerável da piscina para não interferir na visão ampla da obra”, ressalvou.
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Versão praiana de paraíso, por Alex Hanazaki

É um jardim trabalhado há anos pelo paisagista Alex Hanazaki, hoje em meio à terceira reforma na casa de Ilhabela, no litoral paulista. “A aposta foi o tropicalismo, organizado com dedo oriental”, diz Alex. Entre as espécies, destaque para os pândanos, que servem de escultura na área de lazer, delimitando níveis – das piscinas e do deque de estar, com chaises para contemplar a paisagem. Alex projetou as piscinas de modo a aproveitar o declive do terreno – o spa está instalado acima do espelho-d’água, seguido pela piscina de 1,40 m de profundidade, todos revestidos de pastilha verde da atlas. Em outro patamar do jardim, próximo às pedras e ao mar, o deque com mesas parece servir de palco à ikebana natural, o chapéu-de-sol. “Deixei que o desnível de 8 m fosse camuflado pela natureza”, conta Hanazaki, que usou bromélias, costela-de-adão e palmeiras como “enfeite”.
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Europeu com viço tropical, por Gilberto Elkis

A casa de linhas portuguesas, na Chácara Flora, em São Paulo, necessitava de reparos – a piscina, elíptica, não contentava o cliente. Para dar conta do trabalho, entraram em cena o arquiteto Ugo di Pace e o paisagista Gilberto Elkis. A piscina se tornou retangular e revestida de cerâmica azul, por escolha de Ugo. Quanto à vegetação, já existiam árvores de todas as idades no terreno, caso das palmeiras de 10 m de altura e das espécies de um bosque, nos fundos. Elkis adaptou a exuberância tropical ao estilo inglês de paisagismo. Buxos trabalhados com topiaria embelezam as margens da piscina, enquanto a borda molhada, nas laterais, ganha canteiros de guaimbê. Lavandas florescem em vasos de barro e orquídeas, nos troncos das palmeiras. As chaises de ferro, com almofadas azuis, são também sugestão do paisagista.
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Recriar o rio e a mata, por Rodrigo Oliveira

O paisagista Rodrigo Oliveira está habituado a encarar os pedidos de Isay Weinfeld. Desta vez, ele quis que fosse criada uma “mata” ao lado do espelho-d’água, que deveria remeter a um leito de rio. Nesta casa do Morumbi, em São Paulo, Oliveira concebeu um jardim “que dá a impressão de não ter sido imposto pela mão do homem”. Monocromático, com o charme das folhas de desenhos e texturas diferentes, tem parede formada de palmeira, manacá-da-serra, cássia-javanesa e quaresmeira, entre outras. “As plantas crescem e criam sombra sobre a piscina, intensificando o clima de mata”, diz. Revestida de pastilhas da Vidrotil, a piscina conta com deque e ofurô. Margeada por grama-esmeralda, apresenta um caminho de pedra caverna, referência ao conceito de “rio”. Em todo o terreno em declive, repetem-se as espécies tropicais, afora o bambuzal de 12 m de altura.
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No tom da Bahia, por Alex Sá Gomes

É um prazer para o baiano Alex Sá Gomes fazer parceria com o conterrâneo David Bastos. “A arquitetura dele valoriza o trabalho do paisagista”, diz. Esta casa em Trancoso, BA, retrata esse entrosamento: arquitetura e paisagismo conversam segundo o “estilo tropical da Bahia, que aproveita as espécies nativas, como a palmeira-jerivá e a helicônia, e emprega a paisagem do entorno, caso da aroeira”. Neste projeto, grandes extensões do terreno (são 2 mil m² de jardins) mantêm-se limpas. A piscina, que Bastos desenhou de forma retangular, ganhou deque de cumaru e área de hidromassagem e sugeriu ambientações a Sá Gomes. É o caso da área destinada ao chuveiro, com cicas em vasos de terracota – em Trancoso, há muito sol e chuva para a saúde do jardim.
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Sobre a metrópole, por Luiz Carlos Orsini

O trabalho paisagístico, na cobertura de 300 m² da Vila Nova Conceição, em São Paulo, ficou pronto no final de 2012. “Existia um jardim ‘vencido’, daí ter sido deitado abaixo”, conta o paisagista Luiz Carlos Orsini. O desejo do proprietário era ter uma área verde com apelo tropical. “Com folhagem, capaz de preservar a intimidade”, detalha. Em acordo como arquiteto Roberto Migotto (que assina a renovação interna e externa do imóvel, caso do projeto da piscina com spa), o paisagista criou a parede verde de 70 m² na lateral da piscina, com liríopes, trepadeira falsa-vinha e aspargos. Instalou ainda, em um canto dela, o espelho escuro que reflete o skyline. Dracenas arbóreas “camuflam” os prédios próximos, enquanto filodendros-xanadu margeiam a parede verde, contraponto ao preto do deque. Espaço surpreendente, no 20º andar.
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Moldura para o verde da serra, por Daniela Infante

O casal com filhos queria um generoso gramado em torno da piscina e um jardim contemporâneo nesta casa em Itaipava, na Serra dos Órgãos, RJ. “Dei preferência ao verde em lugar da cor, com espécies de fácil manutenção ao longo do ano”, salienta Daniela Infante, responsável pelo projeto paisagístico. Casa e piscina (revestida de pastilhas da Vidrotil e rodeada de placas de granito) são obras de Miguel Pinto Guimarães, arquiteto que explorou o terreno íngreme, implantando nos fundos a área de múltiplas funções a quase mil metros de altura. “Só a piscina está em uma laje 12 m acima do nível da terra, o que dá a sensação de proximidade das copas das árvores”, diz Daniela. A paisagista soube fazer da vegetação serrana a principal estrela ao acrescentar estrelítzias e dianelas, afora o pândano central.
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Entre o descanso e o movimento, por Marcelo Belloto

Há um quê de onírico neste jardim em Camburi, litoral norte paulista, acentuado pelo cortinado de voile que adorna as áreas de descanso sobre tablados, duas voltadas para a praia e uma no espaço da piscina. Tudo o que aqui se destaca é criação de Marcelo Bellotto, que se entende um “arquiteto de exteriores capaz de determinar o layout da piscina, as áreas de circulação e lazer, os jardins etc.”, como se descreve. Deste endereço, pertencente a um hotel, ele reconstruiu a paisagem nativa no terreno de ligeiro declive com coqueiros, helicônias, jasmim-manga e chapéus-de-sol, a caminho da praia. Criou opções de bem-estar, propondo ora relaxamento, com os tais bangalôs, ora movimento, por meio de piscinas de diferentes profundidades. Desenvolveu, ainda, materiais de textura e coloração adequadas ao projeto, caso do piso de concreto que recorta a grama-esmeralda.

*Matéria publicada em Casa Vogue #328

quinta-feira, dezembro 24, 2015

Pergolado



Aproveitar as áreas externas tão bem quanto as internas é uma arte dos arquitetos e decoradores. Existem muitas opções de decoração de jardins e pátios mas uma que se destaca com grande vantagem é o Pergolado. 

Ele é ideal para beira de piscinas ou gramados, perfeito para aproveitar os dias de sol sob uma cobertura natural ou para os dias de chuva, quando coberto por telhado de policarbonato ou vidro.

Eles criam uma atmosfera romântica e convidativa, o clima que toda casa quer. 

Os materias naturais são os preferidos na hora de escolher a estrutura do Pergolado, principalmente madeira ou bambu. Veja algumas ideias de Pergolados para deixar a sua área externa ainda mais linda e confortável.






















terça-feira, junho 26, 2012

Bay South, em Cingapura



Bay South, em Cingapura, vai inaugurar jardins verticais de até 50 metros de altura




Avaliado em 350 milhões de euros, projeto terá pontes elevadas para fazer a conexão entre as grandes árvores e permitir que os visitantes tenham uma vista panorâmica do jardim


O Bay South, em Cingapura, deve ser entregue no final do mês. O projeto faz parte do National Parks Board - Gardens by the Bay de Cingapura, que pretende construir jardins ao longo da Marina Bay. A empresa responsável pela construção é a Grant Associates, com projeto arquitetônico da Wilkinson Eyre Architects e engenharia de Atelier One e Atelier Ten.

O projeto se inspirou no formato de uma orquídea e possui infraestrutura inteligente que permite o cultivo de plantas não nativas. Para isso, foram criados conservatórios ao longo da Marina Bay.

Os conservatórios Cool Dry e Cool Moist, por exemplo, irão abrigar plantas do Mediterrâneo, plantas da região semi-árida e outras espécies de flores. Os espaços também proporcionarão locais para eventos e exibições com decoração de flores.

Já as Supertrees são jardins verticais de 25 a 50 metros de altura. Elas servirão como motores ambientais para os conservatórios e centro de energia, pois possuem coletores fotovoltaicos, captação de águas pluviais e dutos de ventilação.

A 20 metros do chão, serão instaladas pontes elevadas para fazer a conexão entre as Supertrees e permitir que os visitantes tenham uma vista panorâmica dos jardins. Também está incluso no projeto uma cachoeira artificial, calçadas arborizadas e um parque infantil.

O projeto foi avaliado em 350 milhões de euros. O Bay South será aberto ao público no dia 29 de junho.



























domingo, agosto 21, 2011

Jardins de Monet - Eles existem

Os jardins retratados nas obras do pintor Claude Monet são reais e, acredite, ficam no "quintal" da casa dele, em Giverny, França.


Apaixonado pela natureza, o pintor impressionista francês Claude Monet (1840-1926) iniciou o seu próprio jardim logo que se mudou de Paris para Giverny, em 1883. Ele alugou uma casa num grande terreno, de 8.100 m², em que poderia criar suas oito crianças, ficando perto de uma boa escola infantil e de Paris, onde eram negociadas as suas obras.

A pequena Giverny, um vilarejo bucólico, na época com 300 habitantes e a cerca de 70 km da capital francesa, impressionou e muito Monet. A natureza, as flores e a luz brincavam de revelar e esconder as cores e os aromas, fascinando o artista e criando o início de uma relação de cumplicidade, emoção e arte. Arte ao ar livre.
Com o sucesso de suas vendas, em 1890, Monet comprou o terreno e foi lentamente adquirindo algumas terras à volta de sua propriedade, criando um paraíso natural com a ajuda de uma equipe de dez jardineiros e três motoristas. O artista plantou inúmeras espécies de flores, plantas ornamentais e árvores frutíferas. Criou espontaneamente dois jardins – Jardim d'Água e Jardim da Normandia – e deixou que a natureza se encarregasse de ditar a beleza e a estética visual do lugar.

Fernando Grilli

Esta é a famosa ponte japonesa, retratada por Monet em 45 obras. Os barcos eram utilizados como apoio na manutenção e limpeza das águas. O artista sempre utilizou o lago como espelho e jogo de reflexões em suas criações e representações de cores, luzes e sombras.

Fernando Grilli
Claude Monet descansa em seu Jardim d'Água
No final de sua vida, o artista havia plantado mais de 1.800 espécies de flores e plantas, que conviviam em harmonia singular. Raros bambus japoneses, macieiras, azaleias, framboesas, íris, tulipas, rosas, limoeiros, rosas chinesas, miosótis, dálias, girassóis e hortênsias – para citar algumas – em suas cores variadas e cada qual com floração em data específica e planejada, faziam com que o jardim se mantivesse belo e colorido durante todos os dias do ano.

“Quando estava fora de casa, Monet sentia falta de sua companheira (Camille Doncieux), de suas crianças, de seus ateliês, de seus dois jardins e principalmente de suas flores. Ele tomava sempre um banho gelado matinal e um café reforçado na companhia de um de seus filhos, antes de começar o seu dia de trabalho. Em seguida, abria a porta da cozinha e saía para trabalhar em seus jardins, onde tudo respirava e tinha vida e onde o tempo parava”, diz Claire Joyes, esposa do bisneto de Claude Monet e escritora das principais biografias do artista.


Invadindo a casa de Monet com um festival de cores, logo na
entrada, vê-se o canteiro de miosótis. À frente, vasto canteiro
de tulipas nos tons pink e salmão. A trepadeira falsa-vinha
cobre as paredes dianteiras. Essa espécie produz flores
pequeninas na primavera e se torna bordô no outono. As
paredes de cor salmão, idêntica à das tulipas, acompanham a
sinfonia verde do local
Gilbert Vahé, chefe do jardim deMonet desde a sua restauração, em 1977, conta que o pintor “sempre se sentiu um paisagista e gostava de apresentar-se como tal”. Vahé explica melhor: “Ele aproveitava cada momento, cada diferença, cada contraste de luz, cores e florações para retratar perfeitamente os seus jardins em suas obras”.

Fernando GrilliSomente do Jardim d’Água, Monet pintou mais de 272 obras catalogadas, durante 20 anos de trabalho. A sua ponte japonesa foi retratada 45 vezes, com diversas luzes e cenários naturais. Amante das cores do mar e das águas, o artista dizia que cada momento correspondia a uma relação da natureza com a luz, com as sombras e com os reflexos das plantas nas águas. Naqueles jardins nunca houve espaço para monotonia.

"Mesmo sendo os jardins as principais áreas de sua moradia, Monet adorava a cozinha e a sala de jantar, onde recebia seus amigos, mantendo-os sempre por perto", explica Claire Joyes. Clemanceau, Mebeau, Cézane, Rodin, Truffaut e diversos outros nomes das artes e da política eram alguns dos frequentadores assíduos da residência, onde o artista preparava, em sua grande e moderna cozinha azul, pratos da culinária inglesa, que tanto amava. Após as refeições, faziam passeio pelos jardins, que davam aos visitantes a sensação de estarem penetrando dentro das obras de Monet e, mais ainda, dentro da intimidade do artista com a natureza. O pintor muito discutia com seu amigo Georges Truffaut, o famoso paisagista francês, a estrutura dos jardins. Apesar de sempre dizer que não tinha espécies de sua preferência, consideram-se os lírios-d’água, as íris e as herbácias as suas preferidas, por serem as mais vistas em suas obras.

Hoje em dia, o jardim-patrimônio deixado por Monet, preservado como na época do mestre, pode ser contemplado em Giverny, na França. Ele nos faz entender a relação do artista com as suas obras e pensar na emoção de nossa própria relação como verde, impondo-nos a necessidade de uma constante preservação da maior obra de arte doada à humanidade, a natureza.

Fernando Grilli
Acima, as ninfeias, ainda sem flor, espalham-se pelo lago. Ao fundo, a casa do pintor, cercada de um mundo de espécies catalogadas, mais de 1.800. As plantas enchem de cores e aromas o imenso jardim
Fernando Grilli
Fernando Grilli
Um dos caminhos externos junto ao lago, com uma árvore de magnólia-branca no início da floração da primavera europeia

Fernando Grilli
Na página à direita: esta é uma das principais paisagens do Jardim d'Água, do outro lado da estrada de ferro, no qual Monet aproveitava as mudanças de estação para retratar em suas telas os jogos de luz e sombra. Só nesse jardim foram pintadas 272 telas. O chorão tomba com tudo em seu verde-claro sobre o lago e as primeiras azaleias azuis surgem nos canteiros às bordas da água

Abaixo, a raiz do chorão fica à mostra junto ao lago, dando sustentação à planta. No chão, violetas multicoloridas formam um animado tapete
Fernando Grilli
Numa explosão de cores típica de uma pintura impressionista, hortênsias, sálvias, seringats e viburnos alegram o jardim às margens da água

Fernando Grilli
A tulipa-papagaio é uma das variações mais escuras da espécie, com flores em formato exótico que lembra ave tropical. Ela complementa com personalidade forte o leve Jardim da Normandia
As Alliaceaes são herbáceas pertencentes à família de plantas Aspargales, composta de 795 espécies e distribuídas em 20 gêneros. Da mesma família vêm o alho e a cebola
Planta de pleno sol, a tulipa é uma espécie bulbífera que gosta de clima frio. Com suas cores variadas, ajuda a criar o espetáculo primaveril no Jardim de Monet

Fernando Grilli
A íris era uma das flores prediletas de Monet, vista no Jardim da Normandia. Seu florescimento é mais forte sob climas frios, embora se dê na primavera e no verão. Atinge até 60 cm de altura
Fernando Grilli
A Fritillaria imperial, de origem oriental, não tem floração constante e é de difícil manutenção. Atinge até 1 m de altura

Fernando Grilli
Amor-perfeito ou violeta-borboleta, espécie que faz parte do grupo de flores medicinais. Monet a plantava no Jardim da Normandia, em diversas cores. Aprecia o frio e floresce na primavera e no inverno

Fernando Grilli




Colmeias de plantas



Quer fazer um jardim vertical diferente? Aqui, inúmeros blocos de concreto forram o muro de 6 m x 2,70 m, neste projeto assinado pela arquiteta Regina Adorno. Para suavizar a grande extensão de parede com concreto, uma faixa de tijolo aparente delimita a área da piscina. Os vários nichos cinza acomodam espécies de fácil manejo e de pleno sol, entre elas ripsális (1) e trapoerabas roxas (2). No telhado da construção adicional, os mesmos blocos – agora inseridos na horizontal – são utilizados como jardineiras, com aspargos (3).

Foto: Edu Castello

domingo, agosto 07, 2011

Jardim Desértico




Jardim DesérticoO Jardim desértico ou rochoso tem por objetivo reproduzir uma paisagem árida. Ele é caracterizado principalmente pela presença de plantas xerófitas, espécies que desenvolveram a habilidade de reduzir a perda de água e acumulá-la para períodos de estiagem.
Os jardim desérticos podem ser informais, temáticos ou até contemporâneos: O jardim desértico informal segue linhas orgânicas, como no estilo inglês. Neste jardim há poucos ou nenhum acessórios. O jardim temático está relacionado com a cultura e as plantas xerófitas de um determinado país ou região. Assim podemos ter jardins representando a caatinga do nordeste brasileiro, jardim do cerrado, jardins mexicanos - com cores vivas e terrosas, jardins mediterrâneos, etc. Os jardins desérticos contemporâneos são livres na forma e contém elementos ousados, como vasos, pedras e acessórios com formatos inovadores e materiais novos.
Jardim DesérticoApesar das variações, os jardins desérticos, apresentam elementos em comum, como as plantas simétricas e com formas geométricas intrigantes. Os espinhos também estão muito presentes o que torna este jardim uma boa solução para quem sofre com cães e gatos frequentemente destruindo as plantas. Devido aos espinhos e escamas - defesas naturais contra a perda de água, as plantas dos jardim desérticos têm uma textura própria, além de tonalidades acinzentadas e amareladas muitas vezes.
É um jardim que requer pouquíssima manutenção. Não exige regas constantes ou podas. As adubações são leves e os replantios bem esparsos. Apesar de simples de manter, este jardim necessita de um excelente sistema de drenagem, já que seus habitantes não toleram nenhum tipo de encharcamento. É um jardim marcado pela rusticidade e próprio para lugares inóspitos, com insolação direta e até mesmo com ventos fortes. Por esta característica é ideal para coberturas de prédios e para varandas ensolaradas.
Jardim Desértico

No jardim árido deve-se evitar gramados verdejantes ou qualquer outra planta de folhas largas e macias. As plantas do jardim desértico têm geralmente ausência de folhas ou folhas rudimentares (cactos e euphorbiáceas), folhas suculentas (agavacéas, crassuláceas), ou folhas fibrosas e finas (agaváceas).As forrações com pedriscos e areia são também muito importantes neste jardim. Elas trazem naturalidade ao espaço e realçam a bela forma das plantas. Também são auxiliares na drenagem do solo. No entanto, deve-se ter cuidado na escolha e utilização destes pedriscos, pois a mistura de pedras, de cores e formas muito contrastantes, pode prejudicar o efeito. Um exemplo de mal uso de pedriscos é a mistura de brita (angulosa e escura) com arenito polido (claro e arredondado). Aflorações de rochas maiores são muito bem vindas e complementam o jardim, mas devem seguir as cores, formas e tonalidades dos pedriscos utilizados como forração. Há que ter cuidado também com pedras modificadores do pH do solo, como rochas calcáreas, evitando-as para não afetar a fertilidade.
Apesar de muitas pessoas acharem este jardim demasiado agressivo e sem graça, ele sabe conquistar sua fatia de admiradores. Afinal admirar as magníficas flores do deserto é privilégio exclusivo dos amantes de plantas xerófitas. São jardins muito ecológicos por economizarem a preciosa água. Além disso, dispensam agrotóxicos, pois são muito resistentes a pragas e doenças.
Sugestões de Plantas:
     Cactáceas (cadeira-de-sogra, urumbeta,coroa-de-frade, orelha-de-coelho, etc)
    Agaváceas (agave, agave-dragão, piteira-do-caribe, iucas, etc)
    Crassuláceas (babosa, rosa-de-pedra,calanchoê, calanchoê-fantasma, etc)
    Aizoáceas (Rosinha-de-sol, Litops, Cacto-argarida, etc)
    Bromeliáceas (de folhagem estreita, acinzentada e espinhenta)
    Euphorbiáceas (cacto-candelabro, etc)
    Lamiáceas (alecrim, lavanda, etc)
    Asclepiadáceas (estapélia, etc)
    Asphodeláceas (bulbine, lírio-tocha)
    Algumas palmeiras e árvores de regiões desérticas (barrigudas)

terça-feira, junho 28, 2011

Jardim com bom gosto e Moda e tendência no uso da vegetação

Saiba como realizar um belo projeto paisagístico sem gastar muito

Benedito Abbud

Jardins para sentir e viver

Benedito Abbud é mestre em arquitetura paisagística pela FAU-USP. Ex-presidente da Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas tem projetos no Brasil e exterior

Com um projeto adequado é possível ter um bom projeto paisagístico sem gastar muito. Recentemente, Benedito Abbud e sua equipe desenvolveu um, em um condomínio residencial de padrão médio/alto, cujas áreas verdes tiveram custo de R$ 60,00 por metro quadrado. Sendo que este custo, já computada a mão de obra do paisagista e a compra de terra e plantas, pode chegar a R$ 200,00 o metro quadrado.


Além de reduzir os custos, usar a criatividade é fundamental para um projeto mais em conta.
Dependendo do padrão da obra, os acabamentos de toda a área externa (pisos, muretas, piscinas, quadras, churrasqueiras, pergolados, mobiliário etc) podem ter especificações com o custo reduzido. Por exemplo, no lugar de pisos especiais, que são relativamente caros, pode-se utilizar piso cimentado texturizado.

Esse material, no qual pode ser usada a técnica de ranhura (feita por uma vassoura), ou porosidade (processo adquirido pelo simples ato de jogar sal grosso no cimento ainda fresco, e que depois de seco é só varrer para retirar o sal, fazendo com que o cimento fique parecido com mármore Travertino), apresenta um aspecto interessante e acaba oferecendo uma segurança tão boa como a do piso especial. Além de poder ser feito em várias cores e texturas, e ser enriquecido com detalhes de pisos cerâmicos ou pedra.

Também é possível economizar na hora de preparar o espaço de lazer, cujos materiais variam muito de preço. É possível escolher um equipamento com as mesmas funções, porém com materiais e padrões diferentes, que custe 1/5 do preço de outro.

Criatividade também é fundamental para um projeto de paisagismo mais em conta. As partes acidentadas de terrenos podem ser aproveitadas. Um talude do terreno pode ser transformado em brinquedo, onde as crianças podem se divertir subindo em cordas. Um simples muro de divisa de terreno pode ser transformado em lousa, por exemplo. Construir uma casa na árvore também é uma opção barata e interessante.

Árvores frutíferas são meios interessantes para atrair passarinhos e chamar a atenção das crianças. Então, no lugar das frutíferas já produzindo, mais caras, por que não utilizar mudas pequenas, baratas e que também terão frutas em um determinado espaço de tempo?

A iluminação é também um importante elemento na composição noturna do jardim. Projetores de jardim valorizam os espaços, assim como balizadores de piso em locais estreitos e postes com arandelas em grandes espaços abertos, que determinam o uso noturno destes lugares. 

Com a grande diversidade de equipamentos de iluminação disponíveis no mercado, adequando-se as especificações das luminárias de baixo custo aos locais corretos, podemos atingir um ótimo resultado quanto ao aspecto noturno do jardim.

Moda e tendência no uso da vegetação

Mesclar plantas da moda e tendências em soluções paisagísticas é saída para surpreender no jardim


Embora seja difícil trabalhar com elementos de moda e tendências no paisagismo, essas duas manifestações são importantes de serem consideradas, entendidas e trabalhadas no dia a dia do arquiteto paisagista e daqueles que se interessam pela área.



Foto: Divulgação
Ao emoldurar o móvel de madeira com o caminho de pedras, o paisagista criou um espaço de contemplação no jardim, muito comum nos projetos atuais
A moda tem um tempo de duração menor do que a tendência, ou seja, aquilo que hoje está em alta rapidamente estará em baixa. Ela é uma solução pronta em busca de lugares para ser aplicada. Nas décadas de 20 e 30, a arquitetura modernista trazia jardins que encontravam na escultura dos cactos o formalismo ideal para contrapor com as inovadoras e, na época, muito estranhas, linhas retas.

Na década de 50, o jardim na frente das casas, separado das calçadas apenas por gradis baixos - que construíam uma leve barreira para cachorros vadios -, privilegiava os “arranjos” de dracenas com agaves, cactos, espada-de-São Jorge, pedras e galhos secos, entre caminhos serpenteados, entendidos como românticos na época.

Tais caminhos levavam a um interior de móveis palitos com vasos em forma de cones, onde, em geral, vicejava um esplêndido fícus elástico, de folhas enormes e abundantes, contrastando com aquele ambiente. Por ser uma árvore enorme e de raízes agressivas, essa planta em pouco tempo destruiu vasos e, para ser reaproveitada, foi plantada em passeios públicos e quintais, que hoje são importantes na paisagem urbana de vários bairros paulistanos (embora suas raízes “levantem” o passeio e até alicerces das residências).

Com o passar dos anos, algumas plantas entraram e saíram de moda por influência da televisão e depois das exposições de decoração, como Casa Cor. Entre elas a raphis excelsa, a dracena vermelha, o agave attenuata, o bambu mossô, os rhipsalis, o dasylirium, o pennisetum, a palmeira azul e, ultimamente, as paredes verdes desenvolvidas por Patrick Blanc e redesenhadas em vários sistemas em todo o mundo.

Estas últimas podem passar de um modismo para uma tendência mais perene, uma vez que traz um conceito interessante de revestimento verde. Apesar de manutenção difícil e tendo a opção das trepadeiras, as paredes verdes, em muitos casos, representam uma expressiva composição estética e “verdejam” o ambiente, trazendo a sensação de natureza em espaços verticais, cada vez mais comuns nas grandes cidades urbanizadas.

Tendências

Já as tendências são conceitos e ferramentas que conduzem a determinados usos da vegetação, em função do lugar onde será empregada. Alguns desses conceitos podem ser: o uso de uma planta escultórica no ponto focal de uma cena ou de um caminho; ou posicionamento de uma espécie de forma expressiva contra a luz, para realçar o recorte de sua silhueta.


Foto: Divulgação
 
Exposições e até mesmo programas de televisão influenciam os projetos paisagísticos
Ou ainda uma iluminação especial para provocar uma sombra de desenho marcante numa superfície contínua (sem janela); um conjunto de copas caducas para provocar a refrescante sombra no verão e o calor do sol no inverno; passar entre maciços arbustivos da mesma espécie, realçando a sensação de inserção do transeunte no jardim.

Entre seguir a moda ou acompanhar as tendências, talvez a solução ideal seja mesclar as duas sem deixar de atender o gosto e o sonho dos clientes para encantá-lo e buscar surpreendê-lo, que é um dos objetivos de todos os projetos.
No tempo que estagiei em um escritório aqui em Campina Grande, tive contato com um projeto paisagístico de Benedito Abbud para a área de lazer de um edifício, me encantei pelo paisagismo, tudo é planejado, pensado, e ate projetado no futuro como as árvores irão crescer, o tamanho que a copa irá ter e a altura. Sou apx por paisagismo.


sexta-feira, maio 06, 2011

Keukenhof, o Maior Jardim do Mundo

A Holanda é mundialmente conhecida como o país das tulipas.

 


Muita gente pensa que as tulipas são originárias da Holanda, tamanha a associação existente entre elas e este país. Entretanto, segundo a maioria das referências, as tulipas, na verdade, são turcas e foram levadas para a Holanda por volta de 1560, depois que o botânico Conrad von Gesner as catalogou em 1559, usando bulbos originais coletados em Constantinopla, atual Istambul. 

O nome da flor foi inspirado na palavra "tulipan" que significa "turbante" (o formato da tulipa lembra mesmo um turbante). Outras referências defendem que as tulipas são originárias da China, de onde foram levadas para as montanhas do Cáucaso e Pérsia.

Chinesas ou turcas, o fato é que elas se tornaram uma paixão para os holandeses e essa paixão pelas tulipas foi tanta que gerou até uma especulação financeira envolvendo os bulbos desta planta.


O jardim permanece em Lisse desde 1949. Antes a principal ideia era montar uma exposição de flores onde os produtores holandeses e europeus pudessem mostrar suas criações hibridas e também ajudar a Holanda na exportação de flores, que é considerado o maior do mundo nesse ramo.

As tulipas são as flores símbolo da Holanda, mas não são nativas da região. Elas vieram da Turquia, e só chegaram aos Países Baixos pelas mãos dos botânicos holandeses em 1560. O nome vem do turco ‘turband’, que quer dizer turbante, por causa da forma do botão. 

 
Keukenhof abriu suas portas  e só é possível durante dois meses por ano.

O Keukenhof é o parque de flores mais visitado da Holanda, com cerca de 700.000 visitantes anualmente. O parque é grande e mesmo em dias de muito movimento dá para andar por lá e se impressionar com a quantidade e beleza das flores. Cerca de 7 milhões de bulbos são plantados anualmente. Além das tulipas (que são maravilhosas e algumas enormes) há também outras flores.

Os jardins são plantados por diferentes expositores e há alguns que mostram as “tendências” na jardinagem. Além disto, há alguns pavilhões com arranjos, restaurantes e lojas de souvenir.

Outra atração imperdível está fora do parque. Os campos de tulipa são de uma beleza e cor indescritíveis. As fotos acima mostram uma pequena parte. É literalmente um “mar de tulipas”.

Um bom jeito de localizar os campos mais próximos, é subindo no moinho que fica dentro do parque. É possível alugar bicicletas e seguir alguns roteiros (que variam de 5km a 25km) para visitar os campos.

Há várias maneiras de se chegar ao Keukenhof usando transporte público.









O responsável pelos desenhos dos quase cinco mil canteiros de Keukenhof é o holandês Jasper van der Zon. Durante um ano ele planeja no computador a renovação das formas e das cores. A partir dos projetos, encomenda as flores dos melhores produtores da Holanda, com mil variedades de tulipas diferentes.

Outra atração do parque é o charme de um moinho de 180 anos, de onde sai o barco para um passeio de uma hora. Com motor elétrico e silencioso preservam os canais, patrimônio histórico da Holanda. O barco desliza entre as lavouras amarelas de narcisos, e passa por homens colhendo tulipas que no dia seguinte estarão em toda Europa ou em dois dias, até no Brasil.

O parque têm uma exposição permanente de flores e a maior coleção de tulipas do mundo, em 600 variedades diferentes. Um dos tapetes têm preferencialmente tulipas crespas, que são muito raras, como uma chamada de ‘parrot’, com 20 centímetros de diâmetro, outras com bordas que parecem cristais de gelo, e outras tulipas que lembram plantas carnívoras ou com pontas exibidas - enfim, um paraíso aqui na terra. 


fonte: http://www.ajanelalaranja.com/2007/05/dica-da-holanda-keukenhof-o-parque-das.html
http://www.jardimdeflores.com.br/floresefolhas/A19tulipa.htm